Quartas viram 'torneio vip' e Brasil faz teste real com algoz de 98
28 de junho de 2006A Suíça engatilhou uma arrancada que surpreenderia a muitos na Copa do Mundo. Gana, Austrália e Equador, também. Mas nos primeiros momentos decisivos, até a última terça-feira (27/6), o que se viu foi a confirmação do favoritismo das grandes potências do futebol mundial.
Mais. O avanço de campeões mundiais às quartas-de-final, que trazem em suas esteiras Portugal e Ucrânia, faz da terceira fase da Copa, pela primeira vez, um minitorneio "vip", que conta com seis seleções que já levantaram a taça.
A história dos Mundiais de futebol passou a contar com seis campões distintos em 1978, quando a Argentina venceu a competição disputada em seu país. E, desde então, jamais reuniu nesta fase do mata-mata a meca do esporte.
São 15 títulos em campo com as presenças de ingleses, italianos, franceses, brasileiros e alemães, além de argentinos. O Uruguai, que não se classificou para o evento, e bicampeão em 1930 e 1950, é a exceção.
Clássicos
Dois dos quatro jogos das quartas-de-final são aguardados com ansiedade por críticos, torcedores e jogadores. E ambos terão como palco dois dos mais importantes estádios do país, o Olímpico de Berlim e o belo de Frankfurt.
Alemanha e Argentina reeditam na capital, nesta sexta-feira, a decisão da Copa do Mundo de 1990, na Itália, que rendeu o terceiro título da galeria alemã. E Brasil e França, em Frankfurt, no sábado, entram em campo lembrando a final de 1998, quando os franceses levantaram o troféu em Paris.
"Não vejo como uma revanche. Aqui não tem nada disso. Será mais uma partida decisiva, como foi contra Gana", comentou Carlos Alberto Parreira.
Este, definitivamente, é o primeiro grande teste do Mundial para a seleção brasileira. "Vamos ver se o time faz uma apresentação digna do que se esperava desde o começo da competição ou se fica pelo meio do caminho. Este é o jogo da Copa para o Brasil", apontou Giovane Élber, ex-atacante do Bayern de Munique e maior artilheiro estrangeiro da história do futebol alemão, com 133 gols.
De fato. Este é "o jogo" para a trupe de Ronaldo, Parreira e cia. O futebol brasileiro ainda não brilhou nos gramados alemães, e Ronaldinho Gaúcho, o maior astro deste esporte, até o momento esteve escondido sob as sombras das marcações pífias de croatas, australianos, japoneses e ganenses.
"Mas o que fica na história é quem é campeão. Não quem joga bonito. Dar show em Copa do Mundo é ganhar", acostumou-se a dizer o treinador brasileiro durante as suas entrevistas no torneio.
Resta questionar o técnico brasileiro a respeito das lembranças da torcida verde-amarela: qual time está mais presente na memória popular entre o de 1982, que jogou "à brasileira" e foi desclassificado, ou o de 1994, que ganhou na base do "futebol feio" comandado por Parreira?