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Queda do PIB atesta recessão na Alemanha

ef15 de janeiro de 2004

A economia alemã encolheu, pela segunda vez, após a reunificação do país em 1990. Departamento Federal de Estatísticas anuncia queda de 0,1% do Produto Interno Bruto (PIB), em 2003, confirmando "uma estagnação" no país.

Ministro da Economia, Clement joga a culpa na guerra no IraqueFoto: AP

O governo em Berlim esperava crescimento zero, mas o Departamento Federal de Estatísticas (Destatis), em Wiesbaden, anunciou que a economia da Alemanha voltou a diminuir depois da recessão do início da década de 90. O PIB sofreu uma queda real de 0,1% em 2003, o que significa uma recessão na maior economia da União Européia, conforme definição internacionalmente consagrada. Sem descontar a inflação, o PIB cresceu 0,9% para 2,13 trilhões de euros.

Violação do Pacto - Com o baixo desempenho econômico de 2003, o déficit público da Alemanha corresponde a 4% do PIB e com isso o país violou claramente, pelo terceiro ano consecutivo, o critério do Pacto de Estabilidade do Euro, pelo qual o déficit orçamentário de um integrante da zona do euro não pode ser superior a 3% do PIB. Os cofres públicos alemães estão com um rombo de 86 bilhões de euros.

A Alemanha não está sozinha na violação do Tratado de Maastricht, que estabelece as regras de estabilidade na zona do euro. O déficit público da França - segunda economia da UE depois da alemã - também ultrapassou o limite de 3% do PIB. Um controle mais rigoroso sobre Alemanha e França, exigido pela Comissão Européia, foi evitado pelos ministros das Finanças da comunidade, em novembro passado. Mas o órgão executivo da UE decidiu, esta semana, apresentar queixa contra a decisão dos ministros à Corte Européia de Justiça.

A culpa é do Iraque

- O ministro da Economia, Wolgang Clement, atribuiu o recuo do PIB alemão à insegurança mundial, reinante no primeiro semestre do ano passado por causa da guerra no Iraque. O conflito teria adiado as exportações, principal motor da economia alemã, e os investimentos, enquanto os consumidores se retraíram, segundo o ministro. E esta retração cedeu muito lentamente após o fim da guerra deflagrada pelos Estados Unidos e a Grã-Bretanha, disse o político do Partido Social Democrata (SPD), presidido pelo chefe de governo Gerhard Schröder.

Até o ritmo do comércio exterior da Alemanha diminuiu no ano passado, segundo o Destatis. Na verdade, as exportações aumentaram 1,1% , mas as importações cresceram muito mais (2%), e com isso o comércio exterior deu uma contribuição negativa de 0,2% ao desempenho econômico em geral. Os consumidores também gastaram 0,2% menos que em 2002, quando o consumo interno já havia diminuído 1%.

A última queda do PIB alemão, de 1,1%, tinha sido em 1993. Ele cresceu minimamente nos dois últimos anos, sendo 0,2% em 2002 e 0,8% no anterior. O governo conta com um crescimento de 1,5% a 2% no ano que vem.

Portugal e Holanda vão pior

- Em comparação mundial e européia, a Alemanha pertenceu, em 2003, ao grupo de países com desempenho econômico mais fraco, constatou o presidente do Destatis, Johann Hahlen, ao representar o relatório anual. Na UE, só Portugal e Holanda enfrentaram situação econômica pior que a Alemanha em 2003. O PIB português diminuiu 0,8% e o holandês, 0,9%. O líder europeu de crescimento foi a pequena Grécia, com 4,1%.

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