Queda do turismo global devido a pandemia pode chegar a 80%
7 de maio de 2020
Agência da ONU estima que setor, onde estão cerca de 10% de todos os empregos do mundo, vai sofrer maior impacto desde a Segunda Guerra Mundial. Impacto do coronavírus será particularmente grande para companhias aéreas.
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O setor de turismo vive sua maior crise desde o fim da Segunda Guerra Mundial, e a queda no número de viagens pode chegar a 80% em 2020. A estimativa é de um relatório divulgado nesta quinta-feira (07/05) pela Organização Mundial do Turismo (OMT).
No primeiro trimestre deste ano, os desembarques de turistas caíram 22% – em março, a cifra chegou a 57%. As regiões mais afetadas foram Ásia e Europa.
"O mundo enfrenta uma crise sanitária e econômica sem precedentes. O turismo foi duramente atingido, com milhões de empregos em risco num dos setores da economia com maior necessidade de mão de obra", afirmou o secretário-geral da OMT, Zurab Pololikashvili.
As companhias aéreas foram duramente afetadas desde o início do surto na China, no final de 2019, com a maioria dos voos em terra. Os grupos hoteleiros, os operadores de cruzeiros e os operadores turísticos também estão sofrendo.
A OMT, uma agência da ONU, tinha previsto no início do ano que o turismo internacional cresceria até 4% em 2020, mas mudou as suas previsões no final de março, estimando um declínio de entre 20% e 30%.
Agora, estima a agência, na melhor das hipóteses, com as restrições de viagem começando a diminuir no início de julho, as chegadas de turistas poderão ficar 58% menores. Se as fronteiras e as restrições de viagem só forem levantadas no início de dezembro, a queda será de 78%. Se as restrições forem levantadas no início de setembro, o organismo das Nações Unidas prevê uma queda de 70%.
Segundo estes cenários, a queda das viagens internacionais poderia conduzir a uma queda de 910 bilhões para 1,2 bilhão de dólares em receitas provenientes do turismo. Entre 100 e 120 milhões de empregos diretos no setor de turismo desapareceriam.
A indústria do turismo é responsável por cerca de 10% do Produto Interno Bruto e empregos do mundo.
O silêncio ocupa os principais pontos turísticos das capitais europeias, devido às restrições de contato social por causa da pandemia do novo coronavírus. Veja como estão alguns lugares da Europa.
Desde domingo, quando a chanceler federal Angela Merkel anunciou mais restrições à circulação de pessoas na Alemanha, as ruas de Berlim e outras cidades alemãs estão mais vazias. O plano de nove pontos anunciado pelo governo proíbe encontros públicos de mais de duas pessoas, a não ser familiares. Todos devem manter uma distância de 1,5 metro dos outros e ir para a rua somente se necessário.
Foto: picture-alliance/dpa/P. Zinken
Estrangeiros barrados, fronteiras fechadas
Além de limitar o movimento interno, a Alemanha reforçou as restrições à entrada de estrangeiros no país. Como resultado, o tráfego no aeroporto mais movimentado do país, em Frankfurt, teve uma queda significativa.
Foto: picture-alliance/nordphoto/Bratic
Os bávaros devem ficar em casa
Na Baviera, estado mais meridional da Alemanha, as pessoas estão proibidas de sair às ruas para evitar a propagação do novo coronavírus. Sob as medidas que estarão em vigor por pelo menos duas semanas, as pessoas não podem se reunir no exterior em grupos e os restaurantes foram fechados. As ruas de Munique ficaram vazias.
Foto: picture-alliance/Zuma/S. Babbar
Paris isolada
A atividade nas ruas normalmente movimentadas de Paris parou completamente depois que a França anunciou um bloqueio nacional na semana passada. As pessoas não podem sair de casa, a menos que seja para como comprar comida, visitar um médico ou ir ao trabalho. O prefeito de Paris, no entanto, pediu medidas de confinamento mais rigorosas à medida que o número de infecções aumenta em todo o mundo.
Foto: picture-alliance/AP Photo/T. Camus
Capital britânica ficou mais vazia
O Reino Unido fechou todos os bares, pubs e restaurantes para combater a ameaça do coronavírus. O primeiro-ministro, Boris Johnson, exortou todos os cidadãos a evitar qualquer viagem e contatos não essenciais com outras pessoas.
Foto: picture-alliance/R. Pinney
Milão, no coração da pandemia
No norte da Itália, só os pombos se atrevem a fazer aglomerações na rua. A catedral de Milão ergue-se solitária para o céu numa praça deserta. Na Itália, as pessoas só podem sair de suas casas para trabalhar ou fazer compras.
Foto: picture-alliance/dpa/AP/L. Bruno
Vaticano fechado ao público
Embora um número esmagador de casos de coronavírus tenha sido registrado na região da Lombardia, no norte da Itália, Roma e o Vaticano também foram forçadas a restringir severamente as reuniões públicas. Toda a Itália está sob quarentena. As lojas fecharam e os turistas deixaram o país. A Praça de São Pedro, no Vaticano, está bloqueada. Em Roma, museus e pontos turísticos estão fechados.
Foto: picture-alliance/dpa/Zuma/G. Galazka
Espanha, um país fortemente atingido pela crise
O governo espanhol prorrogou até 11 de abril o estado de emergência no país. A Espanha tem o segundo maior número de casos de doenças pelo novo coronavírus na Europa, atrás da Itália. Barcelona e Madri são particularmente atingidas.
Os cidadãos austríacos também já não podem circular livremente. Desde meados de março, todos os bares e restaurantes estão fechados. O marco de Viena - a Catedral de Santo Estêvão - está fechada aos turistas, os serviços na igreja são realizados sem fiéis e são transmitidos por rádio. Também a praça em frente à catedral, normalmente bastante movimentada, está deserta.
Foto: picture-alliance/dpa/W. Gredler-Oxenbauer
República Tcheca se fecha
A tradicional Ponte Carlos, em Praga, normalmente visitada por multidões de turistas, agora está em silêncio. A República Tcheca declarou estado de emergência por causa da pandemia do novo vírus e impôs uma extensa proibição de entrada e saída. Todas as ligações transfronteiriças de trens e ônibus também foram suspensas. A liberdade de circulação dos habitantes foi rigorosamente restringida.