Eleito presidente em 2016 prometendo massacrar usuários de drogas e criminosos, Rodrigo Duterte chegou a se comparar a Hitler ao liderar repressão que resultou na morte de milhares de filipinos.
Duterte (à dir.) em 2018. "Esqueçam as leis sobre direitos humanos", disse político filipino dois anos antes, quando concorreu à PresidênciaFoto: Bullit Marquez/AP Photo/picture alliance
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Quando liderou sua primeira campanha à Presidência das Filipinas, em 2016, Rodrigo Duterte provocou espanto internacional ao se gabar de ter pessoalmente cometido assassinatos e por "lamentar" que não teve a chance de estuprar uma missionária australiana morta em 1989 por presidiários em fuga na cidade de Davao, quando ele ocupava a prefeitura local.
No mesmo ano, Duterte deixou claro que pretendia lançar uma brutal campanha nacional de repressão ao tráfico e ao uso de entorpecentes, chegando a se comparar com o ditador nazista Adolf Hitler, ao afirmar que, assim "como Hitler massacrou milhões de judeus", ele "seria uma pessoa feliz" se pudesse massacrar "milhões de usuários de drogas".
"Esqueçam as leis sobre direitos humanos. Se eu chegar ao palácio presidencial, farei exatamente o que fiz como prefeito. Traficantes de drogas, assaltantes e inúteis, é melhor vocês sumirem. Porque eu os matarei", disse ele durante a campanha, prometendo ainda que seu governo pretendia matar tantas pessoas que as funerárias do país iam prosperar como nunca.
Como prefeito de Davao, a terceira maior cidade das Filipinas, em diversos mandatos entre o final dos anos 1980 e os anos 2000, Duterte já tinha ganho fama no país por governar de forma brutal. Nesse período, segundo organizações de direitos humanos, ele organizou esquadrões da morte contra traficantes, crianças de rua e até mesmo jornalistas críticos do seu mandato.
Ao ser eleito presidente em 2016, Duterte expandiu a fórmula adotada em Davao. Sua "guerra às drogas" nacional que se estendeu até 2022, deixou cerca de 6 mil mortos em operações antidrogas e execuções extrajudiciais, segundo dados da própria polícia filipina, embora organizações não governamentais locais estimem o número em mais de 30 mil.
Com sua retórica violenta e provocativa, Duterte foi eleito presidente das Filipinas em maio de 2016, após conquistar 38,5% dos votos. Ele não demoraria para colocar em prática suas promessas. Horas após tomar posse como presidente, Duterte visitou uma favela da capital, Manila, e pediu aos moradores que matassem vizinhos que usassem drogas. "Essa campanha de atirar para matar permanecerá até o último dia do meu mandato. Não me importo com os direitos humanos, acredite em mim", disse ele.
No mesmo ano, com a ascensão de Donald Trump na corrida presidencial dos EUA, Duterte começou a ser chamado internacionalmente de "Trump do Oriente" por causa da retórica anti-establishment similar a do americano.
No final de 2016, a "guerra às drogas" de Duterte já caminhava a todo vapor no país. Sob sua direção, a polícia filipina matou oficialmente mais de 2 mil pessoas entre a posse do presidente, em 30 de junho, até 31 de dezembro de 2016.
ONGs de direitos humanos apontaram que muitas dessas mortes foram na realidade executadas por esquadrões da morte sob os auspícios do governo e que o número real de mortes era muito maior. Segundo ativistas, a repressão não atingiu apenas traficantes e membros de gangues, mas também milhares de usuários de drogas que morreram em circunstâncias misteriosas.
As famílias de alguns dos mortos mais tarde exumaram os corpos, às vezes acompanhados por jornalistas e compararam os restos mortais com os atestados de óbito emitidos pelas autoridades.
Dezenas de casos eram claramente de mortes violentas, mas os atestados de óbito registraram como causas naturais. Em um caso, o atestado de óbito listou pneumonia como a causa da morte, embora o corpo exumado tivesse um buraco de bala no crânio.
Mas a repressão e o número de mortes não abalaram a popularidade de Duterte. Uma pesquisa de opinião publicada pela Social Weather Stations em dezembro de 2016 mostrou que 77% dos filipinos estavam satisfeitos com o desempenho do então presidente.
Quando Duterte deixou o cargo em 2022, o governo filipino contabilizava oficialmente 6.248 mortes devido à campanha antidrogas, mas ONGs e ativistas apontaram que os números reais podem ter chegado até 30 mil.
Protesto de familiares de vítimas do governo Duterte em Quenzon, em 2023Foto: Basilio Sepe/ZUMAPRESS.com/picture alliance
Na mira do TPI
Em abril de 2017, uma queixa foi apresentada por um advogado perante o Tribunal Penal Internacional (TPI) acusando Duterte e 11 outras autoridades de crimes contra a humanidade no âmbito da "guerra às drogas". Em resposta, no início de 2018, a então procuradora-chefe do TPI, Fatou Bensouda, começou a examinar as acusações. Isso fez com que Duterte, em março de 2018, iniciasse a retirada das Filipinas do TPI, que entrou em vigor um ano depois, em março de 2019.
No final de 2021, o governo de Duterte fez movimentações para suspender a investigação, alegando que as autoridades filipinas estavam investigando as mesmas alegações e dizendo que o TPI não tinha jurisdição. No entanto, em julho de 2023, os juízes do TPI decidiram que a investigação poderia ser retomada e rejeitaram as objeções do governo Duterte, argumentado que a jurisdição do tribunal se mantinha para o período em que as Filipinas foram signatárias do TPI.
Com sede em Haia, na Holanda, o TPI pode intervir quando os países não querem ou não podem processar os suspeitos dos crimes internacionais mais graves, incluindo genocídio, crimes de guerra e crimes contra a humanidade. No momento, outros líderes também são alvos de ordens de prisão pelo tribunal, notadamente o presidente russo, Vladimir Putin, e o premiê israelense, Benjamin Netanyahu.
Duterte ao lado de apoiadores em Hong Kong no último fim de semana, pouco antes de ser presoFoto: Vernon Yuen/AP Photo/picture alliance
Pós-Presidência e briga com dinastia rival
Duterte deixou a Presidência filipina em 2022, com índices de aprovação superiores a 70% em diversas pesquisas. De acordo com a Constituição filipina, ele não poderia concorrer à reeleição.
Na reta final do seu governo, ele formou uma aliança política com a dinastia política dos Marcos, que havia governado com mão de ferro as Filipinas entre 1965 e 1986. Na eleição daquele ano, Sara, sua filha que ocupava a prefeitura de Davao, se lançou como candidata a vice-presidente na chapa liderada por Ferdinand Marcos Jr., conhecido como "Bonbong" e filho do ex-ditador e cleptocrata Ferdinand Marcos.
A chapa foi bem-sucedida e conquistou 58,8% dos votos. Bongbong Marcos e Sara Duterte assumiram a Presidência em 30 de junho daquele mesmo ano. Sara ainda passou a acumular o cargo de ministra da Educação. Paralelamente, Duterte conseguiu emplacar outro filho, Sebastian, como prefeito de Davao.
Sara Duterte, a atual vice-presidente filipina, que enfrenta processo de impeachmentFoto: Basilio Sepe/AP Photo/picture alliance
Mas o convívio entre as duas dinastias políticas não seria calmo, e logo os Marcos e Dutertes começaram a se desentender publicamente, especialmente em temas como o orçamento destinado ao escritório da vice-presidência. No poder, Marcos Jr. também começou a reverter várias políticas do seu antecessor, notadamente criticando publicamente a "guerra às drogas" e se reaproximando dos EUA, quando Duterte havia favorecido uma política pró-China.
Em abril de 2024, o rompimento começou a se desenhar quando Rodrigo Duterte chamou publicamente Marcos Jr. de "viciado em drogas". Em junho do mesmo ano, Sara se demitiu do cargo de ministra, mas permaneceu como vice. No mesmo ano, a disputa tomou um rumo dramático quando, em uma entrevista coletiva transmitida ao vivo, Sara disse que havia conversado "com uma pessoa" para "matar" o presidente Marcos e a primeira-dama do país caso ela fosse vítima de uma tentativa de assassinato. Mais tarde, ela disse que não estava de fato planejando assassinar o presidente, mas a fala rendeu uma intimação pela polícia – que ela ignorou.
Em dezembro de 2024, com o rompimento entre as dinastias solidificado, Sara passou a ser alvo de uma série de pedidos de impeachment no Congresso filipino, sob a acusação de desvios de verbas da vice-presidência, conspiração para cometer assassinato, enriquecimento ilícito e envolvimento na campanha de execuções da "guerra às drogas" de seu pai. Em fevereiro, a Câmara aprovou a instauração do processo para destituir a vice. O deputado Sandro Marcos, filho do presidente, foi o primeiro a assinar o pedido. Por enquanto, Sara permanece no cargo até uma votação final no Senado.
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Prisão
Em meio à erosão da influência da sua filha no governo, Rodrigo Duterte também entrou novamente na mira do TPI. Rumores de que ele seria preso começaram a circular em Manila antes mesmo da divulgação oficial da ordem do TPI.
Duterte acabou sendo preso nesta terça-feira pela polícia filipina no Aeroporto Internacional Ninoy Aquino, em Manila, ao chegar de Hong Kong. A prisão ocorreu depois que o escritório da Interpol em Manila recebeu na manhã desta terça a cópia oficial do mandado de prisão do TPI, segundo informou o gabinete do atual presidente filipino, Ferdinand Marcos Jr., em comunicado.
A prisão provocou tumulto no aeroporto, onde advogados e assessores de Duterte protestaram contra o fato de que eles, juntamente com um médico e advogados, terem sido impedidos de se aproximar do político depois que ele foi levado sob custódia policial.
Ao ser detido, Duterte alegou que foi transferido para a base "contra" sua própria vontade e questionou os motivos de sua detenção pela polícia filipina, dizendo que não lhe foram informadas as razões de sua prisão. "Qual é a lei e qual é o crime que cometi?", perguntou Duterte da Base Aérea de Villamor, para onde foi levado após ser preso.
Analistas apontaram que a prisão de Duterte só foi possível graças ao distanciamento entre o atual presidente e sua vice, Sara, filha do ex-presidente Duterte. Após a prisão, Sebastian, o filho de Duterte que atualmente ocupa a prefeitura de Davao, chegou a acusar o governo Marcos de fazer uma "manobra política" para destruir seu pai com a detenção.
Após a prisão, fontes policiais disseram que o ex-presidente será levado para Haia, cidade sede do TPI.
O mês de março em imagens
Reveja alguns dos principais acontecimentos do mês
Foto: Monica Schipper/Getty Images via AFP
Marine Le Pen é condenada por fraude e é declarada inelegível
Líder da ultradireita francesa é considerada culpada por desviar recursos do Parlamento Europeu e impedida de se candidatar a cargos públicos. Decisão deve impedi-la de concorrer à Presidência em 2027, e pena também inclui prisão domiciliar e multa. Cabe recurso. Em reação, ultradireita europeia e governo de Donald Trump apoiaram Le Pen e acusaram tribunais de julgamento "político". (31/03)
Foto: Stéphane Geufroi/OUEST FRANCE/MAXPPP/IMAGO
Foguete alemão cai segundos após lançamento na Noruega
O primeiro foguete orbital lançado a partir da Europa continental caiu e explodiu cerca de 30 segundos após a decolagem em um voo de teste. A empresa alemã responsável pelo projeto, Isar Aerospace, defendeu o sucesso da investida. A Associação das Indústrias Aeroespaciais Alemãs aposta em empresas nacionais como alternativa à dependência europeia de tecnologia americana no setor espacial. (30/03)
Milhares protestam na Turquia contra prisão de oposicionista
Presidente Recep Erdogan assiste a maior onda de repúdio a seu governo desde as manifestações pró-democracia de 2013, no Parque Gezi. Mobilização persiste mesmo após regime deter quase 2 mil pessoas. Multidão contesta a prisão do prefeito e líder oposicionista, Ekrem Imamoglu, acusado de corrupção. Apoiadores defendem que acusações são infundadas e politicamente motivadas. (29/03)
Foto: Francisco Seco/AP Photo/picture alliance
Terremoto deixa centenas de mortos e feridos em Mianmar
Um forte tremor de magnitude 7,7 atingiu o centro de Mianmar, causando destruição em prédios e estradas. Ao menos 144 mortes foram confirmadas e mais de 700 pessoas ficaram feridas. A junta militar que governa o país, em guerra civil há quatro anos, pediu ajuda internacional. Na vizinha Tailândia, outras 10 pessoas morreram vítimas de desabamentos. (28/03)
Foto: STR/AFP
França e Reino Unido pressionam por forças de paz na Ucrânia
Após conversas com cerca de 30 líderes europeus em Paris, o presidente francês Emmanuel Macron divulgou planos para enviar tropas de "vários" países para a Ucrânia como forma de impedir uma nova invasão russa caso um acordo de cessar-fogo seja estabelecido. A decisão é rechaçada por países como Itália e Croácia, mas apoiada por Reino Unido e nações nórdicas. (27/03)
Foto: Ludovic Marin/AP Photo/picture alliance
Bolsonaro vira réu no STF por tentativa de golpe; penas em caso de condenação podem passar de 40 anos
Por unanimidade, a Primeira Turma do STF tornou réu o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e mais sete aliados acusados de tramar um golpe de Estado: os ex-ministros Augusto Heleno (GSI); Anderson Torres (Justiça); Walter Braga Netto e Paulo Sérgio Nogueira (Defesa); o ex-diretor da Abin Alexandre Ramagem; o ex-comandante da Marinha Almir Garnier e o ex-ajudante de ordens Mauro Cid. (26/3)
Foto: Lula Marques/Agência Brasil
Palestinos protestam contra o Hamas em Gaza
Mobilização reuniu centenas de pessoas em Beit Lahia, cidade no norte da Faixa de Gaza destruída pela guerra. Vídeos em redes sociais registraram o que teria sido uma rara manifestação contra o grupo que controla o território desde 2007. Manifestantes exigiram a saída do grupo do poder e o fim da guerra contra Israel. (25/3)
Foto: AFP
Cerimônia marca 10 anos da queda de avião da Germanwings
Centenas de pessoas se reuniram nos Alpes franceses, perto do local da queda do voo 4U-9525 da companhia Germanwings, para homenagear 149 vítimas do desastre aéreo, causado propositalmente pelo copiloto da aeronave, há dez anos.
O Airbus A320 da Germanwings, uma antiga subsidiária Lufthansa, caiu em 24 de março de 2015, perto do pequeno vilarejo alpino de Le Vernet. (24/03)
Foto: CHRISTOPHE SIMON
Papa Francisco recebe alta e deixa hospital
O papa Francisco deixou o hospital Gemelli, em Roma, onde esteve internado por 38 dias devido a uma infecção respiratória, e voltou para sua residência, na Casa de Santa Marta, no Vaticano, após receber alta médica. Dezenas de pessoas e a mídia se reuniram nos portões do hospital para ver o pontífice deixar o local. (23/03)
Foto: Ettore Ferrari/ZUMA Press/IMAGO
Morre George Foreman, ícone do boxe
George Foreman, um dos maiores nomes da história do boxe, morreu aos 76 anos. Foreman foi campeão olímpico em 1968 e duas vezes campeão mundial dos pesos pesados - em 1973, aos 24 anos, e em 1994, quando tinha 45. Foreman teve uma carreira lendária no boxe entre as décadas de 1960 e 1990, estrelando lutas históricas contra Muhammad Ali e Joe Frazier. (22/03)
2024 foi o ano mais mortal para migrantes, diz ONU
Organização Internacional para as Migrações (OIM) contabilizou "ao menos" 8.938 pessoas mortas em rotas de migração em todo o mundo. E embora a Ásia lidere em número de vítimas (2,8 mil), a rota do Mediterrâneo, que leva à Europa, foi quase tão letal, com 2,4 mil mortos. Maioria morre no anonimato. (21/3)
Foto: Dan Kitwood/Getty Images
Com decreto, Trump avança rumo à "eliminação" do Departamento de Educação
Decreto assinado pelo presidente Donald Trump desmantela o Departamento de Educação dos EUA, deixando políticas escolares quase que totalmente nas mãos dos estados e de colegiados locais. "Vamos fechá-lo e vamos fazê-lo o mais rápido possível. Não está nos fazendo bem", disse o republicano. Ainda que eviscerada, extinção de fato da pasta depende de aval do Congresso.
Foto: Nathan Howard/REUTERS
Israel retoma ofensiva terrestre em Gaza
Famílias fugiram do norte da Faixa de Gaza para áreas mais ao sul, temendo por suas vidas depois que Israel pediu aos civis que deixassem áreas que descreveu como "zonas de combate". Os militares israelenses retomaram as operações terrestres no centro e no sul do território, enquanto um segundo dia de ataques aéreos matou pelo menos 38 palestinos. (19/03)
Foto: AFP via Getty Images
Astronautas voltam à Terra após 9 meses na ISS
Os astronautas Butch Wilmore e Suni Williams retornaram para casa em uma cápsula da SpaceX, depois que problemas técnicos prolongaram estadia original de uma semana na Estação Espacial Internacional. A dupla partiu da ISS ao lado de mais dois astronautas, o americano Nick Hague e o cosmonauta russo Aleksandr Gorbunov em uma cápsula da SpaceX. (18/03)
Foto: NASA TV/REUTERS
Doadores europeus prometem bilhões em ajuda para Síria
Em conferência liderada pela UE, doadores internacionais prometeram enviar 5,8 bilhões de euros para a Síria, enquanto Bruxelas planeja o alívio das sanções ao país árabe. A Alemanha prometeu 300 milhões de euros, enquanto a UE aumentou sua contribuição geral para cerca de 2,12 bilhões de euros. Os EUA, porém, não se mostraram dispostos a ampliar seu apoio. (17/03)
Foto: Nicolas Tucat/AFP
Dezenas morrem em incêndio em boate na Macedônia do Norte
Ao menos 59 pessoas morreram e mais de 100 ficaram feridas após uma boate pegar fogo na cidade de Kocani. Cerca de 1,5 mil pessoas estavam no local, a maioria jovens. Segundo a imprensa local, o incêndio teria sido causado pelo uso indevido de fogos de artifício dentro do imóvel. (16/03)
Foto: Alexandros Avramidis/REUTERS
Tornados e temporais matam dezenas nos EUA
Temporais e vendavais violentos deixaram um rastro de destruição em áreas do centro e do sul dos Estados Unidos, matando ao menos 37 pessoas e deixando vários outros feridos. Dezenas de milhares de pessoas ficaram sem eletricidade. (15/03)
Foto: Lawrence Bryant/REUTERS
Canadá tem novo primeiro-ministro e encerra era Trudeau
Após dez anos de governo do canadense Justin Trudeau, Mark Carney, ex-presidente do Banco Central do Canadá, tomou posse como o 24º primeiro-ministro do país. Carney foi empossado cinco dias após membros do Partido Liberal canadense darem sua aprovação para que ele substituísse Trudeau como líder da legenda. (14/03)
Foto: Blair Gable/REUTERS
Putin diz favorecer cessar-fogo amplo, mas sob seus termos
O líder russo Vladimir Putin disse estar aberto em princípio a um cessar-fogo na Ucrânia, mas elencou várias condições antes de se comprometer com uma paralisação dos combates. Na sua primeira manifestação pública sobre a proposta de cessar-fogo de 30 dias imposta por Trump aos ucranianos, Putin disse que há ainda muitas "questões" a serem resolvidas. (13/03)
Foto: Maxim Shemetov/AFP
Putin visita Kursk
Acompanhado por notícias de que suas tropas estavam a caminho de expulsar os soldados ucranianos a Kursk, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, visitou pela primeira vez o local. Com a tomada na cidade fronteiriça russa, em 6 de agosto de 2024, Kiev havia adquirido uma moeda de troca em eventuais negociações de paz com Moscou. (12/03)
Foto: Handout/Kremlin.ru/AFP
Ex-presidente filipino Duterte é preso por ordem do TPI
O ex-presidente das Filipinas Rodrigo Duterte foi preso ao chegar ao Aeroporto Internacional de Manila, de acordo com uma ordem do Tribunal Penal Internacional (TPI) por supostos crimes contra a humanidade durante a batalha contra o narcotráfico empreendida pelo seu governo. (11/03)
Foto: Vernon Yuen/AP Photo/picture alliance
Colisão no Mar do Norte
Um navio de carga atingiu um petroleiro que transportava combustível de aviação para o governo dos EUA na costa leste do Reino Unido, no Mar do Norte, causando um grande incêndio em ambas as embarcações. Uma operação resgatou 37 tripulantes a bordo dos dois navios. Segundo o proprietário do navio cargueiro, um dos tripulantes está desaparecido. (10/03)
Foto: Bartek Smialek/dpa/picture alliance
Líder da Síria pede "unidade" após centenas de mortes
O líder da Síria, Ahmed al-Sharaa, pediu "unidade nacional” no país, após três dias de confrontos regionais sem precedentes desde a queda de Bashar al-Assad, que deixaram mais de mil mortos, em sua maioria civis alauítas. "Temos que preservar a unidade nacional, a paz civil, tanto quanto possível e, se Deus quiser, poderemos viver juntos neste país", disse Sharaa. (09/03)
Foto: Karam al-Masri/REUTERS
Russos lançam nova onda de ataques contra a Ucrânia
Bombardeios russos com mísseis deixaram mais de dez mortos e dezenas de feridosem áreas urbanas da Ucrânia durante a madrugada. Os ataques russos ocorreram após os EUA interromperam a ajuda militar e o compartilhamento de informações com Kiev (08/03)
Foto: Andrii Dubchak/REUTERS
PIB do Brasil cresceu 3,4% em 2024, de acordo com IBGE
Produto Interno Bruto (soma de bens e serviços produzidos pelo país) foi de R$ 11,7 trilhões, marcando o quarto ano consecutivo de crescimento do país, puxado principalmente pelo consumo das famílias. Desempenho, porém, ficou abaixo da projeção do mercado financeiro, que era de 4,1%. (07/03)
Foto: Joédson Alves/Agência Brasil
ONU: Direitos das mulheres recuaram em um quarto dos países
Quadro é reflexo de questões como o enfraquecimento das instituições democráticas, conflitos, crises humanitárias e mudanças climáticas, segundo relatório da ONU Mulheres. Ataques também acontecem por meio de atrasos na implementação de políticas para as mulheres. Secretário-geral da ONU, António Guterres alerta contra "normalização da misoginia". (06/03)
Foto: Paula Acunzo/ZUMAPRESS/picture alliance
Supremo dos EUA barra ordem de Trump para congelar ajuda externa
Pessoas no Zimbábue carregam sacas de alimentos da Agência dos EUA para o Desenvolvimento Internacional (Usaid), no mesmo dia em que a Suprema Corte dos EUA rejeitou a ordem do presidente americano, Donald Trump, de bloquear o pagamento de 2 bilhões de dólares a organizações de ajuda internacional, incluindo a Usaid. Decisão é revés para o republicano, que tenta desmantelar a agência. (05/03)
Foto: Privilege Musvanhiri/DW
União Europeia propõe plano de defesa de 800 bi de euros
Horas após os EUA suspenderem sua ajuda militar à Ucrânia, a Comissão Europeia apresentou um plano para mobilizar até 800 bilhões de euros para a defesa da Europa e ajudar a fornecer apoio militar "imediato" ao país invadido pela Rússia. O plano, batizado de "ReArm Europe" (ReArmar Europa), tem potencial de elevar consideravelmente os gastos militares da região e a ajuda a Kiev. (04/03)
Foto: Wiktor Dabkowski/ZUMA Press Wire/IMAGO
Sátira política no Carnaval alemão
A Segunda-feira das Rosas ("Rosenmontag") é a data mais importante do Carnaval do leste da Alemanha. Segundo a tradição, os carros alegóricos trazem críticas a políticos alemães e de outros países, como este que satiriza as atitudes dos líderes dos EUA e Rússia em relação à Ucrânia. (03/03)
Foto: Federico Gambarini/dpa/picture alliance
"Ainda Estou Aqui" conquista inédito Oscar de melhor Filme Internacional para o Brasil
"Ainda Estou Aqui" ganhou Oscar de Melhor Filme Internacional, um feito inédito para o Brasil. Também indicado ao prêmio principal de Melhor Filme, "Ainda Estou Aqui" não levou o prêmio, considerado o principal do Oscar. "Anora" foi agraciado na categoria e levou ainda três outras estatuetas: melhor diretor para Sean Baker, melhor roteiro original e melhor edição. (02/03)
Foto: Jordan Strauss/Invision/AP
Europeus correm para tentar conter danos após bate-boca entre Trump e Zelenski
O Premiê britânico Keir Starmer recebeu Volodimir Zelenski um dia após fiasco de negociações com os EUA por um cessar-fogo. À exceção do húngaro Viktor Orbán, europeus reafirmaram apoio à Ucrânia, que insiste em garantias de segurança em caso de acordo com a Rússia. Chefe da Otan, porém, avisou que líder ucraniano precisa "dar um jeito" de reatar relações com Donald Trump. (01/03)