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ReligiãoVaticano

Quem são os cotados para suceder Francisco como papa?

Richard Connor
22 de abril de 2025

Após a morte do primeiro papa das Américas, começam as especulações sobre os candidatos mais prováveis para ser o próximo líder da Igreja Católica. O conclave de cardeais terá a palavra final. Conheça alguns dos cotados.

Trono papal vazio no Vaticano
"Apostolica Sedes Vacans", publicou o Vaticano após a morte de Francisco. A expressão significa "A sede apostólica está vaga" ou "O trono está vazio"Foto: Alessia Giuliani/Catholic Press Photo/IPA/ABACA/IMAGO

Há um leque intercontinental de possíveis sucessores do papa Francisco, que morreu na segunda-feira (21/04), aos 88 anos e após ocupar o posto máximo da Igreja Católica por 12 anos.

Os papas são eleitos em um processo secreto e altamente ritualizado chamado conclave, realizado na Capela Sistina, no Vaticano.

Somente os cardeais com menos de 80 anos podem votar e, normalmente, cerca de 120 deles participam. Abaixo estão alguns dos possíveis pontífices cotados para o cargo.

Cardeal Luis Antonio Tagle (67 anos, filipino, atual pró-prefeito do Dicastério para a Evangelização e ex-presidente da Caritas Internacional)

Apelidado de "Francisco asiático" por seu foco na justiça social, Tagle é visto como o favorito em alguns setores e também seria o primeiro papa asiático - assim como Francisco foi o primeiro papa das Américas. No papel, Tagle parece ter todos os requisitos para se qualificar como papa. No entanto, as perspectivas de Tagle podem ser reduzidas devido a acusações de intimidação institucional na Caritas Internacional, associação de caridade católica global, que ele dirigiu por vários anos. A Santa Sé demitiu Tagle como chefe da Caritas Internacional em 2022.

Tagle é visto como o candidato ideal em muitos aspectos, mas uma demissão no passado pode prejudicar suas chancesFoto: Alessia giuliani/Catholicpressphoto/IMAGO

Cardeal Pietro Parolin (70, italiano, Secretário de Estado do Vaticano)

Uma ponte em potencial entre várias facções da Igreja, Parolin ocupou o cargo de secretário de Estado de Francisco desde 2013 até a morte do papa. Ele consta entre os principais candidatos ao papado. Sua função é a segunda mais alta na hierarquia depois do papa. Diplomata de carreira, ele tem sido criticado pelos conservadores por seu papel em um acordo com Pequim sobre a nomeação de bispos na China comunista. Sua eleição devolveria o papado à Itália depois de três pontífices não italianos.

A eleição de Parolin devolveria o papado à Itália depois de várias décadasFoto: Eric Vandeville/Abaca Press/IMAGO

Cardeal Peter Turkson (76 anos, ganense, funcionário e diplomata do Vaticano)

Um possível primeiro papa da África subsaariana? O cardeal Turkson combina o trabalho pastoral em Gana com habilidades diplomáticas e experiência de liderança no Vaticano. Francisco enviou Turkson como seu enviado especial para promover a paz no Sudão do Sul. Suas sólidas habilidades de comunicação – e o fato de ele vir de uma das regiões mais dinâmicas para a Igreja, que luta contra o secularismo na Europa – podem reforçar suas credenciais.

Peter Turkson, de Gana, diplomata de carreira, é reconhecido por suas fortes habilidades de comunicaçãoFoto: Alessia Giuliani/Catholicpressphoto/IMAGO

Cardeal Marc Ouellet (79 anos, canadense, ex-prefeito do Dicastério para os Bispos na Santa Sé.)

Um veterano do Vaticano com experiência global, Ouellet é personagem há muito tempo nas especulações papais. Teologicamente conservador e fluente em vários idiomas, ele atrai os tradicionalistas. Alegações de má conduta pessoal contra o cardeal surgiram em 2022, mas foram descartadas pelo papa Francisco.

Oullet tem uma visão conservadora da teologia e é fluente em vários idiomasFoto: Eric Vandeville/Abaca Press/IMAGO

Cardeal Fridolin Ambongo Besungu (65 anos, congolês, arcebispo de Kinshasa)

Uma estrela em ascensão da África, Ambongo combina visões tradicionais com a defesa da justiça social. Ele é uma voz importante para a Igreja que está crescendo rapidamente no continente. Ao mesmo tempo, sua oposição vocal às bênçãos para casais do mesmo sexo elevou seu perfil internacional, aumentando sua popularidade entre os conservadores.

Besungu se tornou uma voz importante do continente africano na Igreja CatólicaFoto: Eric Vandeville/picture alliance/abaca

Matteo Zuppi (69 anos, italiano, arcebispo de Bolonha)

Frequentemente chamado de "Bergoglio italiano" por seu alinhamento com o papa Francisco, Zuppi é um "padre de rua" que se concentra em apoiar os pobres e os migrantes. Ele também evita a pompa – às vezes andando de bicicleta em vez de usar um carro oficial. As facções mais conservadoras da igreja desconfiam de suas tendências progressistas.

Zuppi tem muito em comum com o argentino Jorge Mario Bergoglio - mais conhecido como Papa FranciscoFoto: Alessia Giuliani/Catholicpressphoto/IMAGO

Jean-Marc Noël Aveline (66, francês, arcebispo de Marselha)

Aveline é conhecido por seu humor e pelo bom relacionamento que mantinha com Francisco, especialmente em relação à imigração e às relações com os muçulmanos. Se eleito, Aveline seria o primeiro papa francês desde o século 14 e o mais jovem desde João Paulo 2°. Ele entende italiano, mas não o fala fluentemente – potencialmente uma desvantagem em um cargo que também o tornaria o bispo de Roma.

Aveline não fala italiano e, portanto, pode não ser a pessoa ideal para ser bispo de RomaFoto: Denis Thaust/ZUMAPRESS/SOPA/picture alliance

Cardeal Péter Erdo (72, húngaro, arcebispo de Esztergom-Budapeste)

Um forte defensor dos ensinamentos e da doutrina católicos tradicionais que, no entanto, construiu pontes com o mundo progressista de Francisco, Erdo foi um dos candidatos ao papado em 2013. Fluente em vários idiomas, inclusive italiano, ele não é visto como particularmente carismático, mas pode agradar àqueles que buscam um papado mais estável.

Péter Erdo, da Hungria, há muito tempo é uma voz conservadora de destaque na política da IgrejaFoto: Eric Vandeville/Abaca Press/IMAGO

Cardeal Mario Grech (68, maltês, secretário-geral do Sínodo dos Bispos)

Inicialmente considerado conservador, Grech se tornou uma figura importante na promoção das reformas de Francisco. Em 2014, ele pediu uma postura de maior aceitação em relação aos católicos LGBTQ+ – um discurso elogiado por Francisco. Sua função de alto nível no Vaticano e seu bom relacionamento com diferentes facções o tornam bem posicionado para o papado.

Mario Grench, de Malta, é figura conhecida por muitos cardeais, o que pode ajudá-loFoto: Abaca Press/IMAGO

Cardeal Juan José Omella Omella (79, espanhol, arcebispo de Barcelona)

Próximo de Francisco, Omella leva uma vida modesta apesar de seu cargo sênior. Promovido a cardeal em 2016, ele entrou para o conselho consultivo de nove membros do papa em 2023. Sua proximidade com Francisco pode ser um risco se o conclave quiser uma mudança de tom ou de direção.

Omella é visto como uma candidato da continuidade, algo que pode ajudar ou atrapalharFoto: Alain Robert/SIPA/picture alliance

Cardeal Joseph Tobin (72, EUA, Arcebispo de Newark)

Embora um papa dos EUA seja considerado improvável, Tobin é o candidato mais plausível entre seus compatriotas. Natural de Detroit e fluente em italiano, espanhol, francês e português, ele foi elogiado por ter administrado um grande escândalo de má conduta sexual em seu cargo atual. Ele também é conhecido por sua abertura em relação às pessoas LGBTQ+.

Se esta for a eleição de um cardeal dos EUA, as chances são maiores para Joseph TobinFoto: Julian Leshay Guadalupe/NorthJersey/IMAGO

Cardeal Angelo Scola (83 anos, italiano, ex-arcebispo de Milão)

No conclave de 2013, Scola foi visto como um dos primeiros colocados. Os partidários de Scola elogiam sua mente teológica aguçada e seu bom relacionamento com aqueles que favorecem uma Igreja mais centralizada e hierárquica. No entanto, ele ultrapassou o limite máximo de idade de 80 anos para votar em um conclave papal. Embora tecnicamente um papa possa ser escolhido fora do eleitorado, isso é raro nos tempos modernos.

O cardeal Scola não tem a idade a seu favorFoto: Maurizio Maule/IPA/ZUMA Press/picture alliance

Ainda assim, como diz o ditado histórico, "cardeais jovens votam em papas velhos". O adágio cínico reflete um padrão tradicional em conclaves papais, sugerindo que cardeais mais jovens e ambiciosos tendem a preferir eleger um papa mais velho – talvez alguém que não ocupará o cargo por muito tempo.