Eliud Kipchoge entra para a história do atletismo ao se tornar o primeiro atleta do mundo a bater a marca de duas horas na prova de mais de 42 quilômetros. "Isso mostra que nenhum ser humano tem limites", afirma ele.
Em Viena, Kipchoge terminou a prova de 42,195 quilômetros em 1 hora, 59 minutos e 40 segundosFoto: Reuters/L. Foeger
Anúncio
O queniano Eliud Kipchoge fez história no atletismo neste sábado (12/10) ao se tornar a primeira pessoa a correr uma maratona em menos de duas horas. O atleta de 34 anos terminou a prova clássica de 42,195 quilômetros em 1 hora, 59 minutos e 40 segundos.
Kipchoge alcançou o feito em uma corrida não oficial em uma manhã fria em Viena, na Áustria, ao redor do Parque Prater, organizada justamente para que ele tentasse quebrar a marca.
"Me sinto bem, meu objetivo era fazer história [...] Tentei e sou o homem mais feliz por correr em menos de duas horas para inspirar muitas pessoas, para dizer a elas que nenhum ser humano tem limites", disse o atleta após o feito, que comparou com "caminhar na Lua" pela primeira vez.
"Isso mostra a positividade do esporte. Quero fazer do atletismo um esporte interessante e limpo. Quando corremos juntos, podemos tornar o mundo mais bonito", acrescentou.
Segundo o queniano, este foi o maior marco do atletismo desde que Roger Bannister tornou-se o primeiro homem a correr uma milha (1.609 metros) em menos de quatro minutos, em 1954. "Após Bannister, levou 65 anos para que se fizesse história."
"Posso dizer que estou cansado. Foi uma corrida difícil. Lembrem-se, os pacemakers estão entre os melhores atletas do mundo, eu os aprecio por fazer o trabalho", completou, referindo-se aos atletas que acompanham o líder na prova para determinar seu ritmo.
Neste sábado, Kipchoge contou com 42 pacemakers que o acompanharam ao longo da maratona em grupos alternados de sete homens, muitos deles atletas renomados, além de um carro elétrico que lançava lasers na pista, projetando a posição ideal do atleta.
Correndo a uma velocidade média de 2 minutos e 50 segundos por quilômetro, que se manteve praticamente constante ao longo da corrida, o queniano completou metade da maratona em 59 minutos e 35 segundos, 11 segundos antes do previsto.
Nos últimos 500 metros, os pacemakers e o carro deixaram de acompanhar Kipchoge, que abriu os braços, apontou para a multidão e lançou sorrisos ao terminar a prova e alcançar a marca desejada. "Isso significa muito para o Quênia", declarou.
A Associação Internacional de Federações de Atletismo (IAAF) disse que não reconheceria a corrida como um recorde oficial, dada a condição da prova, que não se tratava de uma competição aberta, e a alternância de pacemakers.
A corrida, organizada e financiada pela empresa química britânica Ineos e intitulada de desafio Ineos 1.59, não ficou livre de críticas, tendo sido considerada por alguns um evento mais midiático e comercial do que esportivo.
Somente as câmeras do organizador foram autorizadas a filmar a corrida, testemunhada por inúmeros espectadores, incluindo o quatro vezes vencedor do Tour de France e o líder da equipe de ciclismo da Ineos, Chris Froome.
Kipchoge é um dos maiores corredores de todos os tempos. Aos 18 anos, venceu o Mundial de Cross Country em Lausanne, na Suíça. Também em 2003, ficou em primeiro nos 5.000 metros no Campeonato Mundial de Atletismo de Paris.
Em Olimpíadas, o queniano ganhou medalha de bronze nos 5.000 metros em Atenas em 2004, medalha de prata na mesma modalidade em Pequim em 2008 e, oito anos depois, foi o grande vencedor da maratona nos Jogos Olímpicos do Rio em 2016.
A corrida neste sábado foi a segunda tentativa de Kipchoge de romper a barreira de menos de duas horas em maratona. Em Monza, na Itália, há dois anos, ele fracassou por 26 segundos.
País produziu campeões excepcionais do esporte mundial. São tantos que nomes importantes, como Dirk Nowitzki, Timo Boll ou Bernhard Langer, ficaram de fora da lista da DW Brasil. Confira quem entrou no Top 10.
Foto: AP
#10: Boris Becker
Vencedor de seis torneios do Grand Slam e medalhista de ouro nos Jogos Olímpicos de 1992, em Barcelona, Boris Becker possui o recorde de maior série de aces num só game (5) e de maior número de viradas após estar perdendo por 0-2 em sets (10). Além disso, ele é o tenista mais jovem campeão de Wimbledon (17 anos e 227 dias). Desde 2003, Becker é membro do Hall da Fama do Tênis Internacional.
Foto: picture-alliance/dpa/R. Schrader
#9: Max Schmeling
Max Schmeling foi campeão mundial dos pesos-pesados entre 1930 e 1932. Embora casado com uma atriz tcheca de origem judaica, Schmeling era usado por Adolf Hitler como modelo da supremacia da raça ariana. O ex-pugilista, porém, se recusou a ingressar no Partido Nazista e chegou a ajudar na deportação de amigos judeus. Em revanche, Schmeling foi convocado como paraquedista na Segunda Guerra.
Foto: picture-alliance/dpa
#8: Sven Hannawald
Sven Hannawald é dono de três medalhas olímpicas (uma de ouro e duas de prata), de quatro em mundiais (duas de ouro, uma de prata e uma de bronze), além de três medalhas no mundial de voo de esqui (duas de ouro e uma de prata). Até hoje, ele é o único a ser campeão do tradicional Torneio Quatro Pistas vencendo todas as quatro etapas em Obertsdorf, Garmisch-Partenkirchen, Innsbruck e Bischofshofen.
Foto: Imago/Ulmer
#7: Fritz Thiedemann
Fritz Thiedemann era membro da SA (Sturmabteilung) e recebeu sua formação de ginete na milícia paramilitar nazista. Na década de 50, ele conquistou um título mundial e quatro medalhas olímpicas (duas de ouro e duas de bronze). Thiedemann é até hoje o único ginete medalhista no salto e no adestramento numa mesma edição dos Jogos. Em 1974, ele recebeu a Ordem do Mérito da Alemanha.
Foto: picture-alliance/dpa
#6: Katarina Witt
Nascida na Alemanha Oriental, Katarina Witt dominou a patinação artística na década de 80. Ela conquistou duas medalhas de ouro nos Jogos de Inverno de Sarajevo (1984) e Calgary (1988), ganhou oito medalhas em Campeonatos Mundiais (seis de ouro e duas de prata) e venceu o título europeu por seis anos consecutivos – igualando o feito do grande nome da patinação feminina Sonja Henie, da Noruega.
Foto: Imago/Camera 4
#5: Magdalena Neuner
A biatleta Magdalena Neuner competiu apenas seis anos (2006-2012) em provas adultas. O suficiente para ganhar três medalhas olímpicas (duas de ouro e uma de prata – todas em Vancouver 2010), somar 63 pódiums em Copas do Mundo, além de impressionantes 12 medalhas de ouro em Campeonatos Mundiais de Biatlo – recorde feminino.
Foto: picture-alliance/dpa/A. Gebert
#4: Franz Beckenbauer
Somente Mário Jorge Lobo Zagallo e Franz Beckenbauer conquistaram a Copa do Mundo como jogador e treinador. Beckenbauer liderou a geração que venceu a Eurocopa de 1972 e o Mundial de 1974 e treinou a Alemanha na Copa de 1990. Beckenbauer é sinônimo da posição de líbero, e sua liderança, inteligência tática e inconfundível elegância em campo lhe deram o apelido de Kaiser, o imperador alemão.
Foto: picture-alliance/dpa
#3: Steffi Graf
Steffi Graf conquistou 22 títulos de Grand Slam e completou 186 semanas como número um do mundo – ambos recordes divididos com a americana Serena Williams. Além disso, Graf alcançou um feito até hoje único: venceu os quatro torneios do Grand Slam e os Jogos Olímpicos na mesma temporada (1988), completando o Golden Slam. A ex-tenista foi introduzida no Hall da Fama do Tênis Internacional em 2004.
Foto: Getty Images
#2: Birgit Fischer
Com 12 medalhas (oito de ouro e quatro de prata), Birgit Fischer é a única mulher a conquistar medalhas de ouro em seis edições dos Jogos Olímpicos. No total, ela fica atrás apenas da ex-ginasta soviética Larissa Latynina. Fischer competiu pelas Alemanhas Oriental e Ocidental, entre 1980 e 2004. Além disso, a ex-atleta militar foi 28 vezes campeã mundial nas categorias K-1, K-2 e K-4.
Foto: picture-alliance/Sven Simon
#1: Michael Schumacher
Michael Schumacher dominou a principal categoria do automobilismo mundial por praticamente dez anos. Entre 1994 e 2004, o ex-piloto conquistou sete títulos mundiais e estabeleceu inúmeros recordes na Fórmula 1 – maior número de vitórias, pole positions, voltas mais rápidas, pontos ganhos... Em dezembro de 2013, Schumacher sofreu um acidente enquanto esquiava nos Alpes franceses.