Adolescente de 16 anos que se uniu ao "Estado Islâmico" e foi presa no Iraque diz estar arrependida. Ela fugiu ano passado de sua casa, em cidade do leste da Alemanha, após ter se convertido ao islamismo.
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Ela se arrepende de ter se juntado ao "Estado islâmico" (EI), segundo reportagem publicada neste domingo (23/07) pelo jornal Süddeutsche Zeitung. "Eu quero ir para casa, para minha família", afirmou a adolescente alemã Linda W., em Bagdá. dessas muitas armas, do barulho." De acordo com a reportagem, a alemã tem um ferimento de bala na coxa esquerda e precisa de tratamento médico para um ferimento no joelho direito.
A jovem, de 16 anos, desapareceu no ano passado de sua casa, na pequena cidade de Pulsnitz, nos arredores de Dresden, depois de ter afirmado que havia se convertido ao islamismo. Investigadores apontaram que ela estava em contato com membros do EI em fóruns de bate-papo online.
A adolescente está sob tutela da Justiça na capital iraquiana, mas ainda não prestou depoimento às autoridades. Um juiz determinou primeiro que ela receba tratamento para suas lesões. A menina disse que está disposta a cooperar com os investigadores.
Escondida nas ruínas de Mossul
Até onde se sabe, ela foi encontrada e presapor uma unidade especial do Exército iraquiano nas ruínas de Mossul, antigo bastião iraquiano do EI. Forças de segurança iraquianas informaram que prenderam 20 jihadistas estrangeiros durante uma operação na cidade. Um oficial da unidade de contraterrorismo do Iraque informou que as mulheres portavam armas e cintos de explosivos para atacar as forças iraquianas. Entre as mulheres detidas, estavam cidadãs de Rússia, Turquia, Canadá e Chechênia. Não ficou claro se a adolescente alemã pertencia ao grupo.
De acordo com informações da revista Der Spiegel quatro mulheres alemãs que se juntaram nos últimos anos ao EI se encontram presas em Bagdá. Elas teriam sido presas nos dias posteriores à libertação de Mossul. Entre elas estaria a adolescente de Pulsnitz.
A agência de inteligência interna da Alemanha, o Departamento Federal de Proteção à Constituição (BfV, na sigla em alemão), estima que cerca de 930 pessoas deixaram a Alemanha nos últimos anos para se juntar ao EI – cerca de 20% das quais são mulheres.
MD/dpa/afp
A guerra particular das mulheres contra o "Estado Islâmico"
Em meados de 2014, a organização jihadista EI invadiu os territórios dos yazidis no norte do Iraque. Centenas de mulheres foram sequestradas, violentadas, escravizadas. Agora elas lutam contra os terroristas.
Foto: Reuters/A. Jadallah
Localizando o inimigo
Perto da cidade de Mossul, no Iraque, a combatente curda Haseba Nauzad examina de binóculo a linha de front que separa o território curdo daquele controlado pela organização terrorista "Estado Islâmico" (EI). Em cooperação com o Exército iraquiano, os curdos ganham cada vez mais terreno contra os jihadistas.
Foto: Reuters/A. Jadallah
Vanguarda da resistência
Inimigo localizado, é hora de atirar. Juntamente com a camarada yazidi Asema Dahir (3ª da dir.) e outras combatentes, Haseba mira os terroristas do EI. Como as ofensivas aéreas não bastam para derrotar os jihadistas, as yazidis e curdas formam a linha de frente no combate de solo.
Foto: Reuters/A. Jadallah
Visão desimpedida
Haseba Nauzad prende os cabelos num rabo de cavalo: para mirar com exatidão, nada pode atrapalhar a visão. Para os ocidentais pouco mais do que um capricho da moda, o "military look" reflete uma sofrida realidade tanto aqui no Iraque como na Síria.
Foto: Reuters/A. Jadallah
Companheiro fiel e símbolo de outros tempos
Asema Dahir faz uma pausa no combate. O ursinho de pelúcia vermelho que leva no braço é um símbolo de uma passado pacífico, encerrado abruptamente em meados 2014 com o ataque do EI. Para muitas mulheres yazidis começou aí uma época de sofrimento e de ruptura com tudo o que lhes era mais caro.
Foto: Reuters/A. Jadallah
Imagem eloquente
O "Estado Islâmico" não teve piedade nem com os mais fracos. Implacavelmente perseguidos pelos fundamentalistas, em meados de 2014 centenas de milhares tiveram que procurar abrigo. Na época, esta foto de um ancião e suas acompanhantes deu a volta ao mundo como símbolo do sofrimento dos yazidis.
Foto: Reuters
Trauma de uma adolescente
Esta jovem yazidi não quis mostrar o rosto. Logo após a chegada do EI, ela foi forçada a se casar, aos 15 anos, com um militante do grupo. Dois meses mais tarde conseguiu escapar e agora vive novamente com a família. E relata horrores quase indizíveis.
Foto: picture-alliance/AP Photo/D. Bennett
Depois da batalha
Meses a fio, os jihadistas do EI também sitiaram a cidade de Kobane, no norte da Síria, bem na fronteira com a Turquia. Lá os curdos ofereceram resistência desesperada, até conseguir vencer os terroristas com a ajuda da Força Aérea americana. Para trás ficou um mar de ruínas.
Foto: Getty Images/AFP/Y. Akgul
União que faz a força
O EI ataca a todos que não compartilhem sua ideologia. Ele aposta numa tática divisiva, tentando instigar as diferentes confissões religiosas e etnias umas contra as outras. Nem sempre funciona: há muito, curdas e yazidis tornaram-se aliadas – o que já representa uma vitória simbólica contra os jihadistas.
Foto: Reuters/A. Jadallah
Não à escravidão
Do ponto de vista militar, o "Estado Islâmico" ainda não está vencido, continuando a deter o controle sobre vastas regiões na Síria e no Iraque. As curdas e yazidis seguirão combatendo-o, e de quebra dão uma lição aos fundamentalistas: as mulheres não nasceram para ser escravas.