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TerrorismoFrança

Réus são condenados por ataque de 2016 em Nice

13 de dezembro de 2022

Oito homens foram considerados culpados por conexão com o atentado que deixou 86 mortos e mais de 450 feridos em comemoração do dia da Queda da Bastilha.

Vários carros da polícia e ambulânias, além de membros de equipes de resgate e policiais cercam o caminhão usado em um atentado terrorista em Nice, em 2016. A frente do caminhão está cheia de buracos de bala. O suspeito foi morto a tiros pela polícia.
Perpetrador do ataque terrorista ocorrido em Nice, no sul da França, em 2016, foi morto a tiros pela políciaFoto: Reuters/E. Gaillard

A Justiça da França condenou nesta terça-feira (13/12) oito homens por participação no atentado ocorrido em 14 de julho de 2016 em Nice, no sul do país. Na ocasião, o tunisiano Mohamed Lahouaiej-Bouhlel, de 31 anos, avançou sobre uma multidão concentrada na beira da praia da cidade francesa dirigindo um caminhão, ação que deixou 86 pessoas mortas e mais de 450 feridas.

Dois homens, que seriam amigos de Bouhlel, receberam as penas mais severas, de 18 anos de prisão, por ajudarem a preparar o ataque, que durou em torno de quatro minutos, enquanto turistas e a população local observava os fogos comemorativos ao dia da Queda da Bastilha, principal feriado nacional francês. Após o atentado, Bouhlel foi morto a tiros pela polícia.

Os juízes determinaram que os também tunisianos Mohamed Ghraieb, 47, e Chokri Chafroud, 43, sabiam da inclinação do perpetrador para o terrorismo e seu potencial para executar um ataque terrorista.

A conclusão dos magistrados baseou-se em mensagens e ligações telefônicas entre os três nos dias que antecederam o episódio. Eles também foram acusados de ajudar a alugar o caminhão que foi utilizado no atropelamento em massa. Todos negaram as acusações.

Já Ramzi Arefa, 28, que admitiu ter fornecido a Bouhlel a arma usada para atirar na polícia – sem atingir ninguém – foi sentenciado a 12 anos de detenção, embora tenha se livrado da acusação de associação criminosa com terrorista ou mesmo de estar consciente do potencial do suspeito em realizar o ataque.

O "Estado Islâmico" (EI) reivindicou o ataque e declarou que Bouhlel era membro do grupo jihadista. Os investigadores, no entanto, não encontraram nenhuma ligação concreta entre o perpetrador e os jihadistas que, na época, controlavam partes do Iraque e da Síria.

Outros cinco suspeitos – um tunisiano e quatro albaneses – foram condenados a penas que variam de dois a oito anos de prisão por tráfico de armas ou conspiração criminosa, mas sem ligação com terrorismo.

Brahim Tritrou foi o único suspeito julgado à distância, já que ele fugiu para a Tunísia, onde as autoridades acreditam que esteja preso.

O julgamento foi marcado pela dor e pela emoção de sobreviventes e familiares das vítimas. Alguns se deslocaram até Paris para acompanhar o júri, enquanto outros assistiram online em um centro montado em Nice.

Cenas inéditas do atentado chocaram os presentes por mostrarem o perpetrador tentando matar o maior número possível de pessoas.

Atentado matou 33 estrangeiros

O dia 14 de julho é considerado o mais importante feriado nacional da França. É nesse dia que o país comemora a chamada Queda da Bastilha, evento que marcou o início da Revolução Francesa e, consequentemente, a queda da monarquia e o início da República.

Na noite de 14 de julho de 2016, um público estimado em 30 mil pessoas estava concentrado na beira-mar de Nice, no sul da França, à espera dos fogos comemorativos, alusivos à data.

Subitamente, Bouhlel, guiando um caminhão de 19 toneladas, acelerou sobre a multidão durante 4 minutos e 17 segundos, antes de ser morto pela polícia.

Entre os mortos em Nice, estavam 15 crianças e 33 turistas estrangeiros, incluindo uma brasileira e sua filha.

O atentado em Nice foi o pior em solo francês desde a série de ataques coordenados que ocorreram em bares, restaurantes e na casa de concertos Bataclan, em Paris, em novembro de 2015, quando 130 pessoas foram mortas.

gb/bl (AFP, AP, ots)

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