Rússia é banida de Jogos Olímpicos de Inverno de 2018
5 de dezembro de 2017
Após escândalo de doping estatal, Comitê Olímpico Internacional veta participação russa nos Jogos de Pyeongchang. Atletas do país poderão competir somente de maneira neutra, sem a bandeira nacional.
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O Comitê Olímpico Internacional (COI) anunciou nesta terça-feira (05/12) que suspendeu o Comitê Olímpico da Rússia (COR) dos Jogos de Inverno de 2018, em Pyeongchang, por doping de Estado, mas permitiu que atletas do país participem de maneira neutra, sem a bandeira ou hino nacionais.
"Foi decidido suspender o Comitê Olímpico da Rússia com efeito imediato, assim como convidar de maneira individual atletas russos a competir nos Jogos de Pyeongchang sob o nome de ‘atletas olímpicos da Rússia’ e sob a bandeira olímpica", disse o COI em comunicado.
A Comissão Executiva do COI, reunida em Lausanne, na Suíça, tomou a decisão após ter acesso aos resultados do chamado relatório Schmid, que investiga o doping de Estado na Rússia.
O presidente do COR, Alexander Zhukov, também foi suspenso como membro do comitê internacional. O COI ainda impôs uma multa de 15 milhões de dólares ao Comitê Olímpico da Rússia para cobrir os custos das investigações sobre o caso e da prevenção futura do doping.
Além disso, o COI baniu vitaliciamente o vice-primeiro-ministro russo, Vitaly Mutko, dos Jogos Olímpicos por seu papel no programa estatal de doping, que alcançou seu auge nos Jogos de Inverno de Sochi, em 2014. Mutko, que na época era ministro dos Esportes, preside hoje o Comitê Organizador da Copa de 2018, a ser realizada na Rússia.
Samuel Schmid, presidente da Comissão Executiva do COI, afirmou que o programa de doping "estava sob a autoridade do ministro dos Esportes russo". O programa de doping russo causou "danos sem precedentes ao olimpismo e aos esportes", disse Schmid, que foi encarregado de investigar uma "conspiração institucional".
A Rússia repetidamente se negou a reconhecer que um programa de doping estatal existiu. O governo do país acusa Grigory Rodchenkov, ex-diretor dos laboratórios de testes de Moscou e Sochi, de desonestidade. Moscou exige que o cientista seja extraditado dos EUA, onde ele vive como testemunha protegida.
O presidente russo, Vladimir Putin, disse anteriormente que seria humilhante para a Rússia competir sem símbolos nacionais. O país pode recusar a oferta do COI e boicotar os jogos. As sanções também podem ser desafiadas no Tribunal Arbitral do Esporte.
Após a decisão do COI, a holding que controla a TV estatal russa, VGTRK, disse nesta terça-feira que não transmitirá os Jogos de Inverno de 2018.
Outros países já foram impedidos de participar dos Jogos Olímpicos no passado, entre eles a África do Sul, durante o apartheid. Esta é, no entanto, a primeira vez que uma nação é suspensa por doping.
O escândalo de doping na Rússia vem abalando o esporte do país há anos. Em agosto do ano passado, o Comitê Paralímpico Internacional (CPI) decidiu excluir a delegação da Rússia da Paralimpíada de 2016 em virtude da revelação do programa de doping estatal.
Meses mais tarde, a Agência Mundial Antidoping (Wada) revelou que mais de mil atletas russos de aproximadamente 30 modalidades esportivas participaram de um plano traçado por funcionários do Ministério dos Esportes da Rússia para usar substâncias proibidas em grandes eventos esportivos, entre eles os Jogos de Sochi, em 2014, e os Jogos Olímpicos de Londres, em 2012.
LPF/efe/rtr/ap/afp
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Desculpas curiosas para o doping
Seja a sogra, o irmão gêmeo não nascido ou a pasta de dente: esportistas que se dopam procuram, geralmente, pôr a culpa nos outros ou contam as histórias mais miraculosas. Aqui uma seleção de explicações curiosas.
Foto: picture-alliance/dpa/L. Coch
Lista negligenciada
"Tomo este medicamento desde 2006", disse a tenista Maria Sharapova, sem explicar por que ela, uma atleta saudável, precisa de um remédio cardiovascular. Desde o início de 2016, o meldonium, usado pela tenista, está na lista de doping. A explicação da atleta: "Eu não vi a lista."
Foto: picture-alliance/dpa/M.Murat
O abacate
Com 39 anos, Linford Christie (2° da esq. para dir.) já estava no outono de sua carreira, quando foi pego num exame antidoping em 1999. O agente dopante nandrolona foi encontrado no organismo do campeão olímpico de 1992. A explicação dele é interessante: ele não tomou o esteroide, mas comeu abacates. Somente Christie sabe o que essas frutas têm a ver com a nandrolona.
Foto: picture-alliance/Sven Simon
A dieta
Um fato inédito na Espanha: um esquiador de cross-country ganhou três medalhas de ouro para os ibéricos nos Jogos Olímpicos de Inverno de 2002. Johann Mühlegg se juntou à equipe espanhola após um desentendimento com a federação alemã. Ele foi pego devido ao hormônio EPO. Sua explicação: "Nos últimos cinco dias, fiz uma dieta especial, somente com proteínas e carboidratos". Ou seja, sem EPO.
Foto: Zoom Agence/Getty Images
O uísque
Inicialmente como auxiliar precioso à sombra de Lance Armstrong (dir.), o ciclista Floyd Landis (esq.) se tornou, de repente, vencedor da Volta da França após a saída de Armstrong: em 2006, Landis foi testado positivamente para testosterona. Após um colapso total, ele retornou de forma espetacular. Na ocasião, o ciclista disse que havia tomado muito uísque, mas depois admitiu o doping.
Foto: picture-alliance/dpa
A potência
Adrian Mutu só tinha boas intenções. Em 2004, o então atacante do Chelsea consumiu cocaína, mas naturalmente não para aumentar a sua perfomance em campo, mas para satisfazer o parceiro. "Só fiz isso para elevar minha potência sexual". A Corte Arbitral do Esporte (CAS) reagiu com indiferença às histórias de cama de Mutu e lhe condenou a multa de 17,2 milhões de euros.
Foto: picture-alliance/dpa
O suco
Numa coletiva de imprensa convocada às pressas, Martina Hingis anunciou a sua despedida do tênis em 2007, devido a dores nas costas e a um teste positivo. No campeonato de Wimbledon, ela foi pega por cocaína. Doping? Não, Hingis viu uma conspiração em curso. "Alguém a colocou no meu suco."
Foto: Getty Images/Michael Dodge
O espaguete
O atleta de bobsled britânico Lenny Paul foi pego em 1997 com um nível elevado de nandrolona – um clássico entre as substâncias dopantes. A sua desculpa para o teste positivo foi menos habitual: "eu comi espaguete à bolonhesa, a carne era de bovinos tratados com hormônios". Também o ciclista Alberto Contador usou o bife contaminado para explicar o seu caso.
Foto: Getty Images/P.Rondeau
A bombinha de asma
A ciclista Ivonne Kraft foi testada positivamente em 2007. A substância encontrada: fenoterol. Kraft a teria supostamente inalado: "A bombinha de asma da minha mãe estourou. Estava do lado e respirei toda a nuvem de spray." Uma coincidência muito infeliz.
Foto: picture-alliance/dpa/S.Simon
A sogra
Quase como do nada, Raimundas Rumsas subiu ao pódio da Volta da França. Enquanto os especialistas se mostravam surpresos, Edita, esposa de Rumsas, era pega na alfândega com diversas substâncias dopantes. O casal Rumsas afirmou que os medicamentos seriam para a sogra enferma do profissional do ciclismo.
Foto: picture-alliance/dpa/Repro
O romance
O ciclista Mario de Clercq era considerado, em 2003, um dos melhores na sua profissão. Então, foram encontrados com ele registros sobre medicamentos, planos de treinamento e tabelas de hematócrito (quantidade de hemácias no sangue). De Clercq negou veementemente o doping, alegando que tudo seria usado nas pesquisas para o romance que estaria escrevendo.
Foto: picture-alliance/dpa/Y.Boucau
A pasta de dente
Uma das histórias de doping mais contadas foi a do atleta alemão Dieter Baumann. O campeão olímpico de 1992 foi testado positivamente em 1999 e tentou vender a versão de uma pasta de dente manipulada. O renomado especialista em doping Werner Franke considera a ousada teoria como digna de credibilidade. Mas os dois ainda continuam devendo as devidas provas.
Foto: picture-alliance/dpa
O irmão gêmeo não nascido
Nos Jogos Olímpicos de 2004, o ciclista Tyler Hamilton conseguiu sua maior proeza: medalha de ouro na corrida contra o relógio. Então veio o choque: teste positivo para doping sanguíneo. "As hemácias estranhas no meu corpo foram produzidas pelas células estaminais do meu irmão gêmeo que morreu antes de nascer." Uma história fantástica, que posteriormente o próprio Hamilton afirmou ser mentira.
Foto: picture alliance / dpa
O presente sexual
Em maio de 1992, o velocista americano Dennis Mitchell (dir.) ganhou a medalha de ouro por equipe. Seis anos mais tarde, ele foi testado positivamente para testosterona. O atleta justificou o achado com quatro garrafas de cerveja e muito sexo. "Era o aniversário da garota. Ela merecia algo especial."
Foto: picture-alliance/dpa/S.Simon
Bombons e chá
Cuidado com as guloseimas provenientes de familiares: em 2004, o ciclista italiano Gilberto Simoni foi pego por cocaína. Segundo ele, isso não tinha nada a ver com doping. "Minha mãe me enviou bombons do Peru que estavam embrulhados em folha de coca." Numa outra declaração, ele colocou a culpa no chá da tia.