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Rússia acusa EUA de incentivar protestos pró-Navalny

24 de janeiro de 2021

Kremlin diz que governo americano interfere em assuntos internos, incitando manifestações de apoio ao oposicionista russo. Cerca de 3.500 pessoas teriam sido presas em dezenas de cidades.

Homem com cabeça enfaixada com mancha de sangue diante de tropa de choque
Washington divulgou nota condenando violência da polícia russa contra manifestantesFoto: Maxim Shemetov/REUTERS

A Rússia acusou neste domingo (24/11) os Estados Unidos de interferência em assuntos internos, criticando comunicados do governo americano sobre as manifestações de apoio ao oposicionista russo Alexei Navalny. Os protestos ocorreram neste sábado em dezenas de cidades e teriam terminado com mais de 3.500 pessoas presas.

Durante os protestos, a porta-voz da embaixada dos EUA em Moscou, Rebecca Ross, escreveu no Twitter que "os EUA apoiam o direito de todas as pessoas ao protesto pacífico, liberdade de expressão. Medidas sendo tomadas pelas autoridades russas estão suprimindo esses direitos''. A embaixada também divulgou uma declaração do Departamento de Estado pedindo a libertação de Navalny.

Peskov disse que as declarações "indiretamente, constituem interferência absoluta em nossos assuntos internos'' e são "apoio direto para a violação da lei da Federação Russa e apoio para ações não autorizadas''.

Uma nota publicada no site da representação diplomática dos EUA na capital russa, pedia aos cidadãos americanos para não participarem nas manifestações e dava indicação precisa dos locais onde iriam ocorrer.

"Muitos votam em Putin"

Os protestos atraíram milhares de pessoas em cerca de 60 cidades. Peskov, no entanto, minimizou a amplitude das manifestações. "Agora, muitos dirão que muitas pessoas saíram para as ações ilegais. Não, poucas pessoas saíram; muitas pessoas votam em Putin'', insistiu.

Multidão em São Petersburgo, segunda maior cidade da RússiaFoto: Anton Vaganov/REUTERS

Navalny, de 44 anos, o mais proeminente e persistente crítico de Putin, foi preso em 17 de janeiro, ainda no aeroporto, quando desembarcava em Moscou. Ele chegava da Alemanha, onde esteve cinco meses se recuperando de um envenenamento por agente neurotóxico que ele atribui ao Kremlin e cuja autoria as autoridades russas negam.

O ativista foi acusado de ter violado, ao sair do país, a liberdade condicional, relacionada com outro processo na justiça russa. Navalny deve permanecer em prisão preventiva até, pelo menos, 15 de fevereiro.

Várias organizações e países já apelaram pela libertação imediata do opositor russo.

Em comunicado, o governo dos EUA condenou "o uso de métodos violentos contra os manifestantes e jornalistas", por parte da polícia russa, nos protestos deste sábado.

As forças de segurança russas detiveram mais de 3.500 pessoas nas manifestações de apoio a Navalny. Pelo menos 1.360 foram detidas em Moscou e ao menos 523, em São Petersburgo, segunda maior cidade russa, de acordo com o portal OVD-Info, especializado em monitoramento de prisões em protestos. Entre os detidos, estava a mulher de Natalny, Yulia, que foi liberada pouco depois. 

Antes das manifestações, a polícia russa já havia detido líderes aliados de Alexei Navalny, dois dos quais foram condenados a curtas penas de prisão.

MD/lusa/ap/rtr

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