Rússia anuncia suspensão completa de envio de gás à Alemanha
2 de setembro de 2022
Estatal russa Gazprom alega problemas de "fuga de óleo" no gasoduto Nord Stream 1 e diz que fornecimento está suspenso por tempo indeterminado. Comissão Europeia questiona justificativa.
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A estatal russa de energia Gazprom anunciou nesta sexta-feira (02/09) que o gasoduto Nord Stream 1, que liga a Rússia à Alemanha, vai parar "completamente" e por tempo indeterminado de fornecer gás para a Europa, devido à reparação de uma turbina, após ter estado inativo durante três dias para manutenção.
Em comunicado, a Gazprom indicou ter descoberto "fugas de óleo" na turbina durante a operação de manutenção e que, até o seu conserto, o fornecimento de gás estará "completamente suspenso". Após três dias de reparos, a Rússia deveria retomar neste sábado o envio de gás através do duto.
O Kremlin já havia indicado que o funcionamento do Nord Stream 1 estava "ameaçado" pela escassez de peças para reposição devido às sanções impostas a Moscou pelos países ocidentais em retaliação à guerra na Ucrânia.
No contexto de guerra na Ucrânia, a energia tem estado no centro de um braço-de-ferro entre Moscou e os países ocidentais, que acusam a Rússia de utilizar o gás "como uma arma".
Comissão Europeia questiona justificativa
Segundo a Gazprom, o vazamento foi descoberto durante um trabalho de manutenção realizado em conjunto com especialistas da Siemens Energy na estação de compressão de Protovaya. O óleo vazado foi encontrado em vários lugares e, segundo a estatal, não é possível garantir uma operação segura.
A Comissão Europeia questiona a justificativa. "O anúncio da Gazprom esta tarde [sexta-feira] de que fechará o Nord Stream 1 novamente sob falsos pretextos é mais uma evidência de sua falta de confiabilidade como fornecedora", escreveu um porta-voz da comissão no Twitter, acrescentando que a medida também é uma prova do "cinismo" da Rússia.
Alemanha garante fornecimento aos consumidores
Após o anúncio da Gazprom, o Ministério Federal da Economia da Alemanha enfatizou que o fornecimento de gás no país está garantido. "A situação no mercado de gás é tensa, mas a segurança do abastecimento está garantida", disse uma porta-voz.
Segundo ela, a Rússia tem mostrado repetidamente não ser confiável e, portanto, a Alemanha buscou formas de fortalecer sua independência das importações de energia russas. "Como resultado, estamos agora muito melhor preparados do que estávamos há alguns meses".
Os tanques de armazenamento de gás na Alemanha estão 84,3% cheios. Portanto, a meta de armazenamento de outubro, de 85%, deve ser alcançada já nos primeiros dias de setembro. A Alemanha agora recebe a maior parte do gás natural da Noruega, Holanda e Bélgica.
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Cortes no envio de gás à Europa
Em julho, a Gazprom já havia interrompido por dez dias o fornecimento de gás para a Alemanha. Na época, a empresa também atribuiu a medida a trabalhos de manutenção.
Nas últimas semanas, a Gazprom vinha enviando diariamente cerca de 33 milhões de metros cúbicos de gás para a Alemanha via Nord Stream 1, o correspondente a 20% da capacidade máxima do duto. A razão informada pela Rússia para a redução do fluxo foi a manutenção de uma turbina da Siemens, que segundo Moscou não pode ser entregue à Rússia por causa das sanções ocidentais, o que Berlim refuta.
Na noite de terça-feira, a Gazprom interrompeu completamente as entregas ao grupo francês Engie. A razão, segundo a companhia russa, seriam pagamentos pendentes. Depois que sanções foram impostas à Rússia, Moscou também cortou completamente o fornecimento para a Bulgária, Dinamarca, Finlândia, Holanda e Polônia e reduziu os fluxos através de outros dutos.
le (EFE, Lusa, ots)
Energia solar onde menos se espera
Painéis fotovoltaicos para coletar a luz do Sol estão sendo usados por todo o mundo, do deserto e do mar até o espaço: uma fonte de energia poderosa e totalmente verde.
Foto: Halil Fidan/AA/picture alliance
Catamarã solar em giro pelo mundo
O Race for Water é o maior iate solar do mundo e prescinde inteiramente de combustíveis fósseis. Módulos fotovoltaicos no deque movimentam os motores elétricos e recarregam as baterias para a noite. Em vez de mastros e velas, o catamarã usa uma pipa para determinar sua direção.
Foto: Race for Water/Peter Charaf
Não é coisa de burro
Este pastor da Turquia carrega o telefone celular com um módulo solar portátil. Os dispositivos são muito populares entre excursionistas e campistas, também em versões para mochilas e tendas. Assim, quem viaja longe das redes elétricas está equipado para qualquer emergência.
Foto: Halil Fidan/AA/picture alliance
Voar sem combustível
O Solar Impulse deu a volta ao mundo em diversos estágios, voando totalmente sem combustível de jato. Painéis solares na fuselagem e nas asas alimentam os motores e carregam as baterias da aeronave. Com uma viagem em torno do planeta, os pioneiros do voo solar promoveram essa forma de energia verde e mostraram que nem mesmo o céu é o limite.
Foto: Solar Impulse/Revillard/Rezo.ch
No espaço, de vela solar
Módulos solares possibilitam voos espaciais mais longos, podendo ser desdobrados no espaço para abastecer estações como a EEI, ou satélites e cápsulas não tripuladas. Os cientistas até já cogitam construir parques fotovoltaicos no espaço. Sondas solares de exploração já voaram até Júpiter. Lá, porém, a radiação é 25 vezes mais fraca do que na Terra, devido à distância do Sol.
Foto: NASA SPACEX/HO/dpa/picture alliance
Primeiro telefonema com energia solar
Em 1955, o primeiro módulo fotovoltaico foi instalado no sul dos EUA, para alimentar amplificadores telefônicos. Depois, veio a revolução do uso da tecnologia nas viagens espaciais. Desde então, o Sol tem brilhado em praticamente todo tipo de aplicação de energia.
Foto: AP Images/picture alliance
Revolução na agricultura
O trabalho no campo é pesado e maçante. O Farmdroid, da Dinamarca, movido pelo Sol, faz tudo sozinho, automaticamente e sem prejudicar o meio ambiente. O robô é capaz de semear beterraba e colza, por exemplo, e arrancar ervas daninhas – e isso sem necessidade de tirar folga. Ele é controlado por GPS, e sua força vem dos módulos instalados no teto.
Foto: Nikolai Tuborg/Farmdroid
Captando o Sol sobre a água
Estes trabalhadores estão orgulhosos da primeira plataforma solar flutuante no Quênia. A planta abastece com eletricidade uma fazenda de flores ao norte da capital, Nairóbi. Os módulos foram instalados em pontões especiais. Em outros lugares, os módulos flutuantes sobre lagos são às vezes combinados com piscicultura.
Foto: ecoligo GmbH
Uma ilha com energia do Sol
Em 2019, painéis fotovoltaicos flutuantes foram instalados no mar das Ilhas Maldivas, a fim de fornecer eletricidade para uma estância turística. Gerando 680 quilowatts, o sistema pode ser modesto, mas é um dos maiores do gênero. Ainda é necessário pesquisa para otimizar as instalações "offshore", já que tormentas, ondas fortes e a água marinha atacam os módulos muito mais do que em terra firme.
Foto: Swimsol
A energia que gosta do frio
O Muttsee, perto da Basileia, é o maior reservatório da Suíça. Um grande sistema solar foi instalado na parede da barragem, gerando grande quantidade de energia, sobretudo no inverno, pois, além de os módulos serem mais eficientes no frio, a neve reflete luz natural. Além disso, a intensidade do Sol é muito maior no alto, já que a névoa permanece no vale.
Foto: Axpo
Eletricidade para todos
Não há rede elétrica no lugarejo de Tukul, no Sudão do Sul. Mas painéis solares geram energia localmente, para uso, por exemplo, em telefones celulares e lâmpadas. A pobreza energética é um enorme problema: em 2016, 840 milhões de pessoas no planeta não dispunham de eletricidade. Conta-se que até 2030 a cifra terá caído para 650 milhões, em grande parte devido a módulos solares descentralizados.