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Rússia cobra Berlim sobre caso de menina desaparecida

27 de janeiro de 2016

Lisa, de 13 anos, ficou 30 horas desaparecida em Berlim. Ao voltar, afirmou ter sido sequestrada e estuprada por migrantes. Polícia alemã contesta versão de adolescente e ressalta que não há evidências de crimes.

Lavrov pediu esclarecimento do casoFoto: picture-alliance/dpa/TASS/S. Bobylev

O ministro russo do Exterior, Serguei Lavrov, cobrou da Alemanha nesta terça-feira (26/01) o esclarecimento completo sobre o suposto sequestro e estupro de uma adolescente teuto-russa de 13 anos em Berlim. "É claro que a menina não desapareceu 30 horas por vontade própria", afirmou.

"Acredito que a verdade e a justiça devem prevalecer. Espero que esse problema migratório não leve a uma tentativa de retocar a realidade devido a algum motivo político interno", ressaltou Lavrov.

A jovem, identificada como Lisa, desapareceu no dia 11 de janeiro e reapareceu 30 horas depois. Ela contou à família e aos investigadores que foi sequestrada em uma estação de trem por três homens e disse ter sido levada a um apartamento onde foi estuprada. Segundo a imprensa alemã, a menina descreveu os homens como "vindos de países do sul que falavam mal o alemão".

A polícia descartou as hipóteses de sequestro e estupro, ressaltando que não há evidências desses crimes. De acordo com as autoridades, a menina caiu em contradição várias vezes e a primeira versão da jovem sobre o sequestro não era credível.

A Promotoria Pública afirmou, porém, que investiga dois jovens de origem turca que vivem em Berlim. Eles são suspeitos de terem tido contato sexual consensual com a menina antes do desaparecimento e, se confirmado, eles serão acusados de abuso sexual infantil.

O porta-voz da promotoria, Martin Steltner, disse que ainda não foi esclarecido o que aconteceu exatamente durante o tempo que a adolescente esteve desaparecida. A promotoria acredita que a menina manteve relações sexuais consensuais nesse período.

Relações sexuais, mesmo que consensuais, como menores de 14 anos é crime na Alemanha, com pena prevista de prisão.

O caso levou milhares de teutos-russos às ruas na Alemanha no final de semana que protestaram contra a "violência de migrantes" e pediram proteção a seus filhos. Os manifestantes acusaram a polícia de esconder informações.

CN/dpa/afp

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