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Rússia condena cineasta ucraniano a 20 anos de prisão

25 de agosto de 2015

Tribunal considera diretor, opositor da anexação da Crimeia, culpado de conspirar para realizar ataques terroristas. Ativistas acusam processo de ter cunho político, e defesa diz que testemunhas foram torturadas.

Foto: Evgenia Vradij

Apesar dos protestos internacionais, um tribunal russo condenou nesta terça-feira (25/08) o cineasta ucraniano Oleg Sentsov a 20 anos de prisão. Uma corte da cidade de Rostov on-Don, no sul do país, considerou o diretor, de 39 anos, culpado de conspirar para realizar ataques terroristas e de contrabandear armas na Crimeia, território ucraniano hoje anexado pela Rússia.

Sentsov acusa a Rússia de realizar na Crimeia uma ocupação de território ucraniano que agride o direito internacional. Ativistas de direitos humanos criticaram o processo como um julgamento com motivações políticas que usou falsas alegações e provas.

O cineasta foi julgado juntamente com o ativista local Alexander Kolchenko, condenado a dez anos de prisão. Quando o juiz encerrou a sessão, ambos cantaram o hino nacional ucraniano. Eles foram acusados de incendiar o escritório de um partido pró-russo na Crimeia em maio de 2014 e de explodir uma estátua de Lênin em Simferopol, capital da península.

Sentsov, nascido na Crimeia, é opositor da anexação da península pela Rússia, ocorrida em 2014. O diretor, que não se candidatou à cidadania russa, foi preso na rua na capital da Crimeia em maio de 2014 pelas forças de segurança russas.

De acordo com os advogados dos réus, testemunhas foram torturadas para serem forçadas a se pronunciar contra Sentsov e Kolchenko. Elas deveriam fornecer provas de que os dois homens integram grupos de extrema direita ucranianos. Duas testemunhas que se recusaram a depor foram condenadas a longas penas de prisão.

"Aguente firme, Oleg. Chegará o tempo em que aqueles que montaram esse julgamento contra você vão estar no banco dos réus", escreveu o presidente ucraniano, Petro Poroshenko, em sua página no Facebook.

A UE e os EUA pediram a libertação de ambos. O Reino Unido classificou o julgamento como politicamente motivado. O ministro britânico para a Europa, David Lidington, disse que as acusações são "desproporcionais".

MD/afp/dpa/ap

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