Observatório Sírio dos Direitos Humanos afirma que bombardeios atingiram cidade histórica, na Síria. Tomada pelo "Estado Islâmico" em maio, Palmira é alvo de campanha de saques e destruição dos jihadistas.
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O Ministério da Defesa da Rússia confirmou nesta segunda-feira (02/11) que realizou ataque aéreos contra alvos do grupo extremista "Estado Islâmico" (EI) na cidade histórica de Palmira, na Síria.
"Como resultado do ataque direito, uma fortificação, um bunker e uma artilharia antiaérea foram destruídos", afirmaram as autoridades russas de defesa, acrescentando que mais de 230 alvos do EI foram atingidos por bombardeios russos na Síria nos últimos dias.
Um ativista afirmou que o bombardeio atingiu uma região perto de um castelo histórico com vista para as ruínas romanas. Ele disse à agência de notícias Associated Press que era difícil avaliar os danos devido à continuidade dos ataques.
O Observatório Sírio dos Direitos Humanos confirmou os ataques russos em Palmira, além de afirmar que os ataques atingiram a cidade histórica.
Com suas colunas imponentes, ruas amplas e ruínas gigantescas, a cidade-oásis de Palmira, na Síria, é um dos mais famosos testemunhos da arte arquitetônica romana. Antes do início do conflito, ela era a principal atração turística do país.
Desde maio, quando assumiram o controle da cidade, os jihadistas destruíram inúmeros tesouros arqueológicos, incluindo o Templo de Bel e o Arco do Triunfo. Palmira foi tombada pela Unesco como Patrimônio da Humanidade.
Ataques em outras cidades
De acordo com o Observatório Sírio dos Direitos Humanos, pelo menos 10 pessoas morreram e várias ficaram feridas em um bombardeio russo em Qaryatain, um reduto do EI na província de Homs. Em Aleppo, um campo de treinamento para combatentes estrangeiros também foi alvo de ataques.
Moscou, aliado presidente sírio, Bashar al-Assad, iniciou os ataques aéreos contra jihadistas no final de setembro. Os bombardeios russos são alvos constante de críticas, que acusam o país de estar atacando não somente os extremistas, mas também a oposição moderada.
CN/afp/ap
Os tesouros arqueológicos de Palmira
Ruínas dessa antiga cidade são testemunhas de tempos de glória e uma importante herança cultural. Elas estão ameaçadas pela guerra civil na Síria e pela presença do "Estado Islâmico".
Foto: picture-alliance/dpa/Scholz
Ruínas de um passado glorioso
No meio do deserto da Síria ficam as ruínas da antiga cidade de Palmira, que em tempos passados floresceu graças ao comércio. Por centenas de anos, caravanas de comerciantes passaram pela cidade, seguindo a chamada Rota da Seda, que ia até a China. Quando os tempos áureos viraram história, as areias do deserto acabaram tomando conta a cidade.
Foto: Fotolia/bbbar
Templo de Bel
Esta construção foi erguida para um grande deus mesopotâmio. No primeiro século depois de Cristo, os habitantes de Palmira construíram um tempo em estilo romano para a divindade Bel. O custo da obra teria sido arcado pelos romanos, em agradecimento pela adesão da cidade ao Império Romano. As paredes do templo carregam marcas de balas, resultado da guerra civil na Síria.
Foto: picture-alliance/blickwinkel/F. Neukirchen
Caminho das preciosidades
Esta avenida marcada por colunas tem quase um quilômetro de extensão e foi construída no século 2. Na entrada está o Arco de Adriano, erguido em homenagem ao imperador romano. O estilo greco-romano estava na moda na época, com alguns arabescos orientais. Pela estrada eram transportados temperos, perfumes, pedras preciosas e outros tesouros.
Foto: Louai Beshara/AFP/Getty Images
Monumento em estilo romano
Este tetrápilo fica num cruzamento de ruas. São quatro nichos cobertos, cada um deles formado por quatro colunas de granito rosa, extraído das pedreiras da cidade egípcia de Assuã. Antigamente, os nichos abrigavam estátuas. Quase todas as colunas foram reconstituídas. Apenas uma é original.
Foto: Fotolia/waj
Deus do vento
O deus do vento se chamava Baal-Shamin. De fato, o templo dele foi menos deteriorado pelas tempestades de areia do que os templos fúnebres localizados no outro extremo da avenida das colunas. Acredita-se que o templo tenha sido construído pelos fenícios, que posteriormente ocuparam a região. Não se sabe ao certo, porém, quando exatamente ele foi construído.
Foto: picture-alliance/dpa/Scholz
Dramas orientais
Palmira tinha muitas características de uma cidade greco-romana: as colunas, as termas e também o anfiteatro. No palco dele, que era a fachada de um palácio, eram encenados dramas orientais. As peças, escritas em aramaico, se perderam. O teatro também era usado como palco de lutas de gladiadores e de animais.
Foto: picture-alliance/dpa/M. Marczok
Fórum da classe alta
Estas colunas da ágora, o espaço público central da cidade, ostentavam 200 estátuas que homenageavam as figuras mais poderosas da elite de Palmira. Na parte sudoeste da ágora estão as ruínas de uma construção que possivelmente serviu para as reuniões do conselho da cidade. Dele faziam parte as mais influentes famílias de comerciantes, aquelas que definiam os rumos de Palmira.
Foto: picture-alliance/Robert Harding World Imagery/C. Rennie
Túmulos luxuosos
Do lado de fora da cidade há vários mausoléus. Famílias importantes construíam torres altas, com espaço para os mortos de várias gerações. As últimas moradas de alguns representantes dessas famílias são sarcófagos ricamente ornamentados. Há ainda diversos sepulcros subterrâneos, adornados com afrescos. As sepulturas são um testemunho do cotidiano e das riquezas dos tempos áureos.
Foto: Imago/A. Schmidhuber
Ameaçada pela guerra
No século 3, Palmira se tornou uma base militar. A queda da rainha Zenóbia deu origem a uma reviravolta no poder. Os tempos áureos ficaram para trás, o brilho da cidade começou a ser apagado pela areia. Desde 2001, as ruínas sofrem as consequências da guerra civil na Síria. A nova ameaça são os jihadistas do "Estado Islâmico".