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Rússia dá sobrevida à economia venezuelana

16 de novembro de 2017

Moscou proporciona alívio ao Estado venezuelano com acordo de reparcelamento de mais de 3 bilhões de dólares em dívidas. Em grave crise, país tem que restruturar seus débitos externos, que pasam de 150 bilhões.

Caracas possui apenas 9,7 bilhões de dólares em reservas internacionais, mas soma uma dívida externa de 150 bilhões Foto: picture-alliance/Photoshot/B. Vergara

A Rússia proporcionou um alívio financeiro à Venezuela com a assinatura de um acordo de reestruturação de uma dívida de mais de 3 bilhões de dólares de Caracas perante Moscou.

A assinatura ocorreu quarta-feira (15/11), pouco depois de a agência de qualificação de risco Standard & Poor's ter declarado que a dívida da Venezuela entrou em situação de "default seletivo" – quando um devedor deixa de pagar parte de sua dívida.

A Venezuela busca reestruturar suas dívidas externas, estimadas em cerca de 150 bilhões de dólares – o país entrou em crise econômica depois da queda dos preços de petróleo e da imposição de sanções americanas, em meio a uma política econômica tida como desastrosa do chavismo.

Leia também: A Venezuela a caminho da falência

Uma delegação liderada pelo ministro das Finanças da Venezuela, Simón Zerpa, assinou o acordo que reestrutura 3,15 bilhões de dólares de dívidas contraídas em 2011 para financiar a compra de armas russas.

Segundo comunicado do Ministério do Exterior venezuelano, Caracas quitará o montante devedor ao longo de 10 anos, com um volume mínimo de pagamentos nos primeiros seis anos.

"A redução do peso da dívida [...] permitirá a utilização de fundos para desenvolver a economia do país, melhorar a solvência do devedor e aumenta as chances de todos os credores recuperarem empréstimos já realizados", diz parte do comunicado no site do ministério.

"Estes são termos muito favoráveis e que a Venezuela pode honrar. Este acordo fortalece as relações entre os nossos dois países", afirmou o vice-presidente venezuelano da Economia, Wilmar Castro Soteldo, em coletiva em Moscou.

No final de 2011, a Rússia concedeu à Venezuela um crédito no valor de 4 bilhões de dólares para a compra de armamento, que Caracas pagou sem problemas até março de 2016, quando começaram os atrasos.

"É um alívio, mas apenas um pequeno desafogo", disse o economista venezuelano Orlando Ochoa à agência de notícias AFP. "Não altera o contexto, não ajuda a estabilizar a economia ou aumentar substancialmente sua capacidade de pagamento."

Abalada por uma severa crise econômica, a Venezuela sofreu um revés na quarta-feira depois que agências de risco rebaixaram e colocaram o país em "default seletivo". Nesta semana, a Venezuela deixou de quitar 200 milhões de dólares em pagamentos em duas questões de bônus globais (bonds). A Standard & Poor's afirmou ter colocado a petrolífera estatal PDVSA em inadimplência seletiva por não ter efetuado pagamentos de juros sobre parte de sua dívida. A agência Fitch também rebaixou a PDVSA.

Em resposta à desclassificação por parte das agências de rating, o ministro das Comunicações, Jorge Rodríguez, garantiu que a Venezuela está recuperando os pagamentos. "Hoje iniciamos pagamentos de juros sobre a dívida externa da Venezuela e, na semana passada, a PDVSA efetuou pagamentos de juros de sua dívida", disse em transmissão da televisão estatal.

"Nós pagamos nossas dívidas, apesar do que as agências de qualificação, o Tesouro dos EUA, a União Europeia ou [o presidente dos EUA] Donald Trump dizem", concluiu.

Caracas possui apenas 9,7 bilhões de dólares em reservas internacionais (o Brasil tem 380 bilhões de dólares) e precisa quitar ao menos 1,47 bilhão de dólares em juros sobre vários bonds até o final deste ano e, em seguida, cerca de 8 bilhões de dólares em 2018. Rússia e China são os dois principais credores e aliados da Venezuela, que lhes deve estimados 8 e 28 bilhões de dólares, respectivamente.

PV/afp/efe/lusa

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