Homens libertados são menores de 25 anos. Operação marca o primeiro passo rumo ao que pode ser a maior troca de prisioneiros em mais de três anos de conflito.
Ucrânia e Rússia se comprometeram a libertar ao menos 1.200 prisioneiros cada, além de repatriar restos mortais de milhares de outrosFoto: Handout/Ukrainian Presidential Press Service/AFP
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A Rússia e a Ucrânia fizeram nesta segunda-feira (09/06) uma troca de prisioneiros de guerra menores de 25 anos, marcando o primeiro passo rumo ao que pode ser a maior operação do tipo em mais de três anos de guerra.
A ação, anunciada pelos dois países, é resultado de negociações feitas na Turquia no início do mês, quando os dois lados se comprometeram a libertar ao menos 1.200 prisioneiros de guerra cada, entre jovens, doentes e feridos, além de repatriar os restos mortais de milhares que pereceram no conflito.
O número exato de prisioneiros libertados nesta segunda-feira não foi comunicado nem pela Rússia, nem pela Ucrânia. Fontes do governo em Kiev afirmam que alguns dos soldados ucranianos estavam em cativeiro desde o início da invasão russa, em fevereiro de 2022.
Um vídeo divulgado pelas autoridades ucranianas mostra um dos homens libertados após cruzar a fronteira de volta para o norte da Ucrânia recebendo um celular para ligar para a mãe. "Oi, mãe, eu cheguei, estou em casa!", gritou o soldado ao telefone, visivelmente emocionado e lutando para recuperar o fôlego.
Um segundo vídeo distribuído por autoridades ucranianas mostra um prisioneiro libertado ao telefone, tranquilizando um parente de outro homem ainda em cativeiro – para familiares de ucranianos desaparecidos, os prisioneiros que retornam podem ser a única fonte de notícias sobre seus entes queridos.
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Troca levará dias para ser concluída, diz Zelenski
O Exército russo afirmou que seus soldados repatriados estavam agora em Belarus, país aliado, onde estavam recebendo assistência psicológica e médica antes de serem transferidos para a Rússia.
Imagens transmitidas pela agência estatal russa RIA mostram um grupo de soldados russos celebrando a libertação e empunhando uma bandeira russa antes de embarcar num ônibus. "É muito difícil expressar o que estou sentindo por dentro agora. Mas estou muito feliz, orgulhoso e grato a todos que participaram deste processo, da troca e de nos trazerem de volta para casa", disse um deles.
Um funcionário do Kremlin disse no fim de semana que uma primeira lista com 640 prisioneiros de guerra havia sido entregue à Ucrânia. Segundo o presidente ucraniano, Volodimir Zelenski, a troca ainda levaria vários dias para ser concluída.
Ambos os lados afirmam que a intenção nesta rodada de trocas de prisioneiros é também entregar pessoas gravemente doentes ou feridas. As pessoas vistas sendo entregues até agora nesta segunda-feira pareciam estar saudáveis.
"O processo é bastante complexo, com muitos detalhes sensíveis, e as negociações continuam praticamente todos os dias. Contamos com a plena implementação dos acordos humanitários alcançados durante a reunião em Istambul. Estamos fazendo todo o possível para trazer cada pessoa de volta", disse Zelensky em mensagem divulgada via Telegram.
Aa tentativas de negociar a paz não têm prosperado. Na noite de domingo, a Ucrânia relatou ter abatido 460 de 479 drones enviados num dos mais pesados ataques de Moscou contra Kiev, além de diversos mísseis. No dia seguinte, a Rússia anunciou ter assumido o controle de mais território na região de Dnipropetrovsk.
ra/as (Reuters, DPA)
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