Rússia faz ataques maciços a usinas de energia da Ucrânia
12 de abril de 2024
Militares russos bombardeiam repetidamente usinas do país vizinho. Mais de 40 mísseis de cruzeiro e 40 drones teriam sido usados para destruir infraestruturas essenciais.
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Os militares russos mais uma vez atacaram a infraestrutura energética da Ucrânia na madrugada desta quinta-feira (11/04). De acordo com as autoridades ucranianas, foram afetadas as usinas de geração e distribuição de energia nas regiões de Kharkiv, Zaporíjia, Odessa, Lviv e na capital, Kiev.
A maior produtora de eletricidade do país, a DTEK, anunciou no serviço de mensagens Telegram que duas de suas usinas térmicas foram danificadas. No final do mês passado, a empresa de energia já tinha sido atingida pelos ataques aéreos mais pesados desde o início da invasão russa, em fevereiro de 2022. Bombardeio que, segundo a empresa, destruiu cerca de 80% da capacidade operacional disponível da operadora.
A empresa estatal de petróleo e gás Naftogaz relatou, através do Telegram, ataques a duas instalações subterrâneas de armazenamento de gás, assegurando que, no entanto, esses depósitos continuam em operação.
Ao sul de Kiev, a usina termelétrica de Trypilje foi destruída, conforme informou a operadora estatal Zentrenerho à agência de notícias Interfax-Ucrânia. Um incêndio afetou a casa da turbina, interrompendo a geração de eletricidade.
"Esta madrugada, a área foi atacada maciçamente com drones e mísseis kamikaze", escreveu o chefe da administração da região de Kiev, Ruslan Kravchenko, no Telegram. "O alerta aéreo durou mais de cinco horas".
Na cidade de Kharkiv, no leste da Ucrânia, e arredores, pelo menos dez instalações de infraestrutura foram atacadas com mísseis, de acordo com o governador Oleh Synjehubov, da região homônima, localizada perto da fronteira russa. De acordo com os militares, pelo menos 200 mil pessoas sofreram corte de energia.
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Mísseis hipersônicos Kinshal
De acordo com a Força Aérea ucraniana, a Rússia usou vários de seus mísseis hipersônicos ar-terra Kinschal. Dos 40 drones de combate Shahed projetados pelo Irã, 37 foram interceptados e destruídos, continuou o relatório.
O presidente ucraniano, Volodimir Zelenski, apelou mais uma vez a seus parceiros, após essa terceira onda de ataques a infraestruturas essenciais em um curto espaço de tempo, para que forneçam mais armas ao país, afirmando que mais de uma dúzia de usinas de energia foram destruídas ou paralisadas desde meados de março." Precisamos de sistemas de defesa aérea e outras assistências de defesa, não apenas fechar os olhos e ter longas discussões", escreveu o governante na rede social X.
Nova lei sobre mobilização
Enquanto isso, o Parlamento ucraniano em Kiev aprovou o polêmico projeto de lei sobre a mobilização das Forças Armadas. Com a lei, são elevadas as penalidades para quem recusa o serviço militar e acirradas as normas sobre recrutamento. Além disso, todos os homens entre 18 e 60 anos de idade aptos para o serviço militar agora são obrigados a levar consigo seus certificados de alistamento militar durante o atual período de vigor da lei marcial. O projeto precisa ser ainda assinado por Zelenski.
Após mais de dois anos de guerra, o Exército ucraniano vem sofrendo perdas maciças. As Forças Armadas do país estão tendo dificuldades para recrutar mais soldados.
md (DPA, Reuters, AFP)
A invasão russa da Ucrânia em imagens
Em 24 de fevereiro de 2022, Moscou invadiu o território ucraniano por terra, ar e mar, lançou foguetes e destruiu instalações militares em diferentes partes do país vizinho. Em pânico, cidadãos tentaram fugir.
Foto: Kunihiko Miura/AP/picture alliance
Ucranianos em pânico
Uma manhã dramática na Ucrânia. Depois que a Rússia iniciou um ataque ao país vizinho. e se ouviram as primeiras explosões – inclusive na capital, Kiev –, muitos fugiram. Veículos militares circulavam pelas ruas da cidade, enquanto residentes faziam as malas e tentavam deixar o local.
Foto: Sputnik/dpa/picture alliance
Filas de carros em Kiev
O desespero dos civis ucranianos gerou um enorme congestionamento na principal avenida em direção ao oeste de Kiev. O ataque foi anunciado pelo presidente russo, Vladimir Putin, num pronunciamento, alegando ter iniciado uma operação militar contra a Ucrânia para de "desmilitarizar" o país e eliminar supostas "ameaças" contra Moscou.
Foto: Chris McGrath/Getty Images
Ataques aéreos
Explosões foram ouvidas alguns minutos depois do fim do pronunciamento de Putin. Nesta foto, vê-se um outdoor aparentemente destruído por um míssel, em Kiev. O governo ucraniano falou de uma "invasão em grande escala" de seu território, assegurando que o país "se defenderá e vencerá".
Foto: Efrem Lukatsky/AP Photo/picture alliance
Tropas ucranianas se mobilizam
Tanques ucranianos se deslocam para a cidade portuária de Mariupol, no sudeste do país. As Forças Armadas ucranianas são as segundas maiores da região, porém a Rússia as supera em todas as áreas, exceto no número de soldados na ativa.
Foto: Carlos Barria/REUTERS
Explosões em várias partes do país
Soldados examinam os restos de um foguete numa praça da capital ucraniana. Além de Kiev, explosões atingiram várias cidades próximas à fronteira com a Rússia. O mesmo ocorreu nas regiões costeiras, bem como na cidade portuária de Odessa, próxima à Península da Crimeia, ocupada por Moscou.
Foto: Valentyn Ogirenko/REUTERS
Rússia destrói instalações militares
Algumas partes da Ucrânia ficaram cobertas por fumaça preta após as explosões. A coluna de fumaça nesta foto parte de um aeroporto militar que teria sido atingido por bombardeios, perto da cidade de Kharkiv, no leste do país.
Foto: Aris Messinis/AFP/Getty Images
Ameaça à população
O Ministério da Defesa russo afirma que não visa cidades e "não há ameaça à população civil". A Agência de Segurança da Aviação da União Europeia descreveu o espaço aéreo ucraniano como "zona de conflito ativo". Os metrôs de Kiev foram liberados ao público e muitos civis se abrigaram nas estações, como mostra esta foto.
Foto: AFP via Getty Images
Explosões em áreas residenciais
Apesar do que diz o governo russo, há relatos de explosões em áreas residenciais. Bombeiros tentam conter um incêndio num bloco de apartamentos após um suposto ataque aéreo na localidade de Chuhuiv, perto de Kharkiv, no leste do país.
Foto: Wolfgang Schwan/AA/picture alliance
Invasão por terra
A invasão russa à Ucrânia ocorre também por mar e terra. Esta foto capturada por uma câmera de vigilância e publicada pelas autoridades fronteiriças da Ucrânia mostraria veículos militares russos cruzando a fronteira na Crimeia, em direção à Ucrânia. Essa península foi anexada pela Rússia em março de 2014.
Foto: State Border Guard Service Of Uk/picture alliance/dpa/PA Media
Alguns fogem, outros se preparam
Os efeitos dos ataques podem ser observados em todo o país. Na cidade de Lviv, de 700 mil habitantes, no extremo oeste da Ucrânia, longas filas se formaram em caixas eletrônicos O mesmo ocorreu em supermercados e lojas, na esperança de estocar alimentos e água. Enquanto alguns tentavam fugir, outros pareciam se preparar para se isolar.