Rússia lança ataques coordenados com tropas sírias
7 de outubro de 2015
Enquanto forças de Assad atacam insurgentes em solo, Exército russo dispara mísseis a partir do Mar Cáspio, que viajam sobre Irã e Iraque para atingir alvos no oeste da Síria. Ações marcam nova fase no conflito.
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Numa escalada de sua intervenção militar na Síria, as Forças Armadas russas lançaram nesta quarta-feira (07/08) mais de 26 mísseis a partir de navios de guerra no Mar Cáspio e passaram a apoiar, com bombardeios aéreos, movimentações em solo das tropas do regime de Bashar al-Assad.
É o primeiro ataque coordenado entre Moscou e Damasco. E é a primeira vez que mísseis de cruzeiro são usados pela Rússia no conflito. Eles viajaram mais de 1,5 mil quilômetros, sobre território iraquiano e iraniano, e atingiram 11 alvos na Síria.
Segundo o Observatório Sírio de Direitos Humanos, sediado em Londres, os bombardeios atingiram partes ao norte da província de Hama e áreas próximas na província de Idlib, tendo como alvo localidades perto da principal rodovia norte-sul que atravessa grandes cidades no oeste da Síria.
É no oeste da Síria que grupos rebeldes moderados foram responsáveis por impor sérios reveses às forças de Assad, ocupando a cidade de Idlib e, mais tarde, a província homônima – numa clara ameaça às áreas costeiras, tidas como reduto do ditador.
De acordo com Rami Abdulrahman, chefe do Observatório, ataques terrestres com mísseis pesados terra-terra alvejaram pelo menos quatro posições de insurgentes na área e houve confrontos pesados em solo. Ele não detalhou, porém, que grupos foram atingidos.
A Rússia iniciou ataques aéreos na Síria há uma semana, dizendo ter como alvo os militantes do grupo extremista "Estado Islâmico". A ofensiva, porém, é vista como uma tentativa de assegurar a sobrevivência de Assad, maior aliado russo no Oriente Médio.
Uma fonte regional, a par da situação militar na Síria, disse que as forças sírias, que incluem combatentes do Hisbolá, estavam participando do ataque terrestre contra quatro áreas controladas pelos rebeldes. Não há sinal, no entanto, de envolvimento russo em atuações em solo.
As ações desta quarta-feira mostram uma mobilização rara entre os aliados xiitas do Oriente Médio, com o Hisbolá atuando em solo junto aos soldados de Assad e o Irã permitindo o trânsito de mísseis sobre seu território.
Em pronunciamento na TV estatal, o presidente russo, Vladimir Putin, confirmou que a Força Aérea está apoiando as tropas sírias em sua ofensiva terrestre na província central de Hama. Ele disse ser cedo para falar sobre resultados das operações militares e ordenou seu ministro da Defesa, Sergei Shoigu, a continuar a cooperar com EUA, Turquia, Arábia Saudita, Irã e Iraque.
PV/rtr//afp
Estações da fuga em imagens
Cerca de 3,7 mil quilômetros separam a Alemanha da Síria. Para os refugiados da guerra civil, essa viagem dura semanas até meses. E ela é perigosa, também na rota dos Bálcãs.
Foto: picture-alliance/dpa/N. Armer
Últimas forças
Duma é uma cidade síria a nordeste de Damasco. Mesmo ferido, um homem procura por sobreviventes nos escombros. Pouco antes, a região foi atacada por bombardeios das forças armadas sírias. Desde o início da guerra civil, em 2011, mais de 250 mil pessoas morreram no país, segundo as Nações Unidas.
Foto: picture-alliance/A.A./M. Rashed
Terror ao alcance dos olhos
No campo de refugiados em Suruc, na Turquia, cerca de 40 mil sírios procuraram refúgio da guerra civil. A poucos quilômetros dali, em Kobane, o conflito continua. O campo é organizado como uma pequena cidade, com mesquita, escola e ruas. Ninguém quer permanecer aqui por muito tempo.
Foto: Getty Images/C. Court
Marcas da guerra
Abdurrahman Yaser al-Saad conseguiu chegar à cidade portuária turca de Izmir. O sírio de 16 anos mostra aos outros refugiados uma cicatriz enorme na barriga. Ele estava na escola quando as forças armadas sírias bombardearam o local e ele ficou gravemente ferido.
Foto: picture-alliance/AA/E. Menguarslan
Esperança de uma vida melhor
Na viagem em direção à Europa, muitos refugiados acabam em Izmir. Daqui eles desejam ir para a Grécia. Coletes salva-vidas são fundamentais, pois muitos não sabem nadas, e os barcos dos atravessadores ficam superlotados. Enquanto aguardam a partida, muitos dormem ao ar livre, porque não podem pagar um hotel.
Foto: picture-alliance/AA/E. Atalay
Jogado de volta
Com suas últimas forças, esse refugiado conseguiu nadar de volta até a praia de Bodrum, na Turquia. Pouco antes ele havia tentado alcançar um barco de atravessadores, que, por muito dinheiro, levam as pessoas ilegalmente até a Grécia. As embarcações estão sempre superlotadas.
Foto: Getty Images/AFP/B. Kilic
Desamparo
Na praia de Kos, uma ilha grega, turistas observam como refugiados tentam chegar à costa com um barco inflável. A viagem ilegal de Bodrum até aqui custa cerca de mil euros por pessoa. São apenas quatro quilômetros de distância, mas muitos não sabem nadar e acabam morrendo afogados.
Foto: picture-alliance/dpa/Y. Kolesidis
Realidade incômoda
No caminho para o hotel ou para a praia, turistas passam por muitos refugiados. Devem olhar? Devem ajudar?
Foto: picture-alliance/AA/G. Balci
Com braços e pernas
Da Grécia, muitos refugiados tentam chegar à Europa ocidental pelos Bálcãs. Uma estação importante é a cidade de Gevgelija, na Macedônia. Depois de dias de espera, todos desejam conseguir um lugar em um trem para a Sérvia.
Foto: picture-alliance/dpa/G. Licovski
Passo a passo
Já nas primeiras horas do dia, centenas de refugiados caminham ao longo da linha do trem, da Sérvia para a Hungria. De lá, muitos desejam ir para a Áustria ou Alemanha. A caminhada de quilômetros exige de muitos suas últimas forças.
Foto: Getty Images/AFP/A. Messinis
Desespero
Com medo de ser levado para um campo de refugiados na Hungria, o pai sírio se joga, com sua mulher e filho, nos trilhos da estação de Bicske. Eles achavam que o trem os levaria de Budapeste até Viena. Em vez disso, eles devem ser registrados pelas autoridades húngaras.
Foto: Reuters/L. Balogh
Quase lá
Centenas de refugiados do Iraque, da Síria e do Afeganistão decidiram ir a pé até a Áustria, caminhando pela rodovia. Eles esperaram durante dias por um trem na estação de Budapeste. A polícia, porém, bloqueia o trecho com frequência.
Foto: picture-alliance/dpa/B. Roessler
Finalmente a chegada
Estação central de Munique: a esperança de muitos refugiados está na chanceler federal da Alemanha, Angela Merkel. Diferente de outros países europeus, eles se sentem bem-vindos na Alemanha.