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Rússia manda reforços para tentar repelir incursão ucraniana

9 de agosto de 2024

Kremlin mobiliza tropas para a região e Kursk após ataque surpresa de tropas ucranianas. Segundo analistas, coluna de militares ucranianos avançou 35 km em território russo.

Sudzha
Destruição na cidade russa de Sudzha após incursão ucranianaFoto: MIC Izvestia/IZ.RU/REUTERS

A Rússia anunciou nesta sexta-feira (09/08) o envio de mais tropas para tentar conter a incursão surpresa ucraniana que começou há quatro dias na região fronteiriça russa de Kursk, onde ocorrem intensos combates.

A incursão em Kursk é o ataque mais significativo de Kiev contra a Rússia desde que Moscou lançou sua guerra de agressão contra o país vizinho em fevereiro de 2022. A incursão ucraniana parece ter pegado as forças russas desprevenidas. Nos últimos dias, as autoridades russas decretaram estado de emergência na região e ordenaram a evacuação de milhares de pessoas.

O Instituto para o Estudo da Guerra (ISW, sigla em inglês), um think tank com sede nos Estados Unidos, disse que as tropas ucranianas obtiveram ganhos territoriais significativos desde o início da incursão na terça-feira.

"Vídeos com geolocalização e denúncias russas indicam que as forças ucranianas avançaram rapidamente na região de Kursk em 8 de agosto, e as forças ucranianas estariam presentes em áreas até 35 quilômetros de distância da fronteira", afirmou este centro.

Segundo o Exército russo, cerca de 1.000 soldados e mais de duas dezenas de blindados e tanques ucranianos participam da incursão.

O Exército russo afirmou nesta sexta-feira que ainda luta em Kursk. "Continuamos repelindo a tentativa de incursão das forças armadas ucranianas no território da Federação Russa", declarou o Ministério da Defesa russo.

O órgão confirmou ainda que as tropas de Kiev chegaram a Sudzha, a cerca de dez quilômetros da fronteira. A cidade, com 5.500 habitantes, é fundamental para o transporte de gás para a Europa através da Ucrânia.

A Ucrânia não assumiu oficialmente a autoria, mas o presidente Volodimir Zelenski considerou na quinta-feira que os russos agora se veem confrontados com os infortúnios da guerra. "A Rússia trouxe a guerra para o nosso país e deve sentir seus efeitos", afirmou, sem mencionar diretamente a incursão.

Paralelamente, o Exército ucraniano reivindicou o bombardeio contra uma base aérea militar russa na região de Lipetsk e assegurou que atingiu "depósitos com bombas aéreas guiadas", usadas exaustivamente por Moscou nos ataques contra a Ucrânia.

O Estado-Maior ucraniano também afirmou que a base abrigava bombardeiros táticos e aviões de combate. As agências de notícias russas Tass e Ria Novosti, citando as autoridades regionais, indicaram que um incêndio teve início nas instalações.

Ataque russo mata dez na Ucrânia

Pelo menos dez pessoas morreram em um ataque russo contra um supermercado na cidade ucraniana de Konstantinovka, perto da frente de Donetsk, segundo informaram nesta sexta-feira as autoridades de Kiev.

O Ministério do Interior da Ucrânia afirmou, em seu canal no Telegram, que dez pessoas morreram e outras 35 ficaram feridas, e que ocorreu um incêndio no centro comercial que já foi extinto.

Edifícios residenciais, lojas e mais de uma dezena de veículos também foram danificados, segundo a pasta de Interior ucraniana.

Por sua vez, o governador da região de Donetsk, Vadim Filashkin, afirmou que foi determinado que o que atingiu o supermercado foi um míssil russo do tipo X-38 (também conhecido como Kh-38).

"As autoridades, a polícia, os socorristas e os profissionais de saúde continuam a trabalhar no local do crime", acrescentou, através do seu canal no Telegram.

O presidente ucraniano, Volodimir Zelenski, também relatou o ataque em suas redes sociais, onde publicou imagens dos edifícios destruídos.

"Terroristas russos atacaram um supermercado comum e uma estação de correios. Há pessoas sob os escombros", disse Zelenski, antes de transmitir suas condolências aos familiares das vítimas.

Zelenski declarou também que a Rússia deve ser “responsabilizada” pelo “terror” que causa e que o governo ucraniano fará todo o possível para garantir que a comunidade internacional continue a apoiar a Ucrânia.

jps (AFP, EFE, ots