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Rússia nega uso de armas químicas em Duma

8 de abril de 2018

Moscou afirma que informação de ataque químico contra reduto rebelde sírio é fabricada por países ocidentais. EUA dizem que russos "traíram Convenção sobre Armas Químicas ao proteger incondicionalmente Assad".

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ONGs falam de dezenas de mortos após ataque a reduto rebelde na SíriaFoto: picture-alliance/Xinhua/A. Safarjalani

A Rússia negou categoricamente neste domingo (08/04) as informações sobre um suposto ataque químico realizado por forças do regime sírio no reduto rebelde de Duma, nos arredores de Damasco.

"Negamos categoricamente tal informação e, assim que a cidade de Duma for libertada dos rebeldes, declaramos estar dispostos a enviar imediatamente nossos especialistas", disse o general Yuri Yevtushenko, chefe do Centro de Reconciliação russa na Síria.

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Segundo a ONG Capacetes Brancos, ao menos 40 pessoas, na sua maioria mulheres e crianças, morreram no sábado por asfixia num ataque químico contra o reduto rebelde. A ONG disse ainda que a utilização de "gás cloro tóxico" deixou centenas de feridos.

Já a organização médica síria e americana, outra ONG, falou num total de 41 mortos e também em centenas de feridos. Por sua vez, o Observatório Sírio de Direitos Humanos assegurou que morreram 80 civis, metade dos quais devido à asfixia resultante do colapso das infraestruturas, inclusive de abrigos.

O general russo explicou que os especialistas do seu país em limpeza química, biológica e radiativa "recolherão dados que confirmarão que essas declarações são fabricadas".

Ele acusou "uma série de países ocidentais" de tentar impedir o reatamento da operação de retirada de rebeldes de Duma, paralisada há dois dias. "Para isso se utiliza o tema preferido do Ocidente, que é o uso de armas químicas por parte das forças governamentais sírias", afirmou Yevtushenko.

A agência oficial do regime sírio, Sana, também rejeitou qualquer responsabilidade das forças sírias e garantiu que "as denúncias do uso de substâncias químicas em Duma são uma tentativa clara de impedir o progresso do Exército".

Advertência americana

Os Estados Unidos pediram neste domingo à Rússia para que ponha fim imediato ao seu "apoio incondicional" ao governo do presidente Bashar al-Assad depois do suposto ataque químico ocorrido neste sábado contra o último reduto rebelde nos arredores de Damasco.

A porta-voz do Departamento de Estado, Heather Nauert, afirmou em comunicado que a Rússia "descumpriu os seus compromissos com as Nações Unidas e traiu a Convenção sobre Armas Químicas ao proteger incondicionalmente Assad".

"A proteção do regime de Assad por parte da Rússia e a sua incapacidade de deter o uso de armas químicas na Síria questionam seu compromisso de resolver a crise global", afirmou a porta-voz.

O governo americano afirmou que acompanha de perto as informações sobre o suposto ataque a um hospital em Duma, onde, sem detalhar o número de mortos, reconheceu que pode haver "um número potencialmente alto de vítimas".

Nauert insistiu que o histórico de Assad com o uso de armas químicas contra o seu próprio povo "não está em discussão" e lembrou que há um ano as forças do governo sírio fizeram um ataque com gás sarin que matou aproximadamente cem sírios.

CA/efe/dpa/lusa

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