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Rússia prende cidadão alemão acusado de sabotagem

20 de novembro de 2024

Homem de 57 anos foi detido em Kaliningrado. Russos dizem que ele sabotou estação de distribuição de gás e planejava nova explosão contra infraestrutura de energia.

Um soldado faz vistoria em veículos na fronteira entre a Rússia e a Polônia.
Policial com cachorro na fronteira entre Polônia e o exclave russo de Kaliningrado, local onde alemão teria sido presoFoto: picture-alliance/Sputnik/I. Zarembo

Um cidadão alemão foi preso na Rússia nesta quarta-feira (20/11) sob a acusação de sabotagem, informou o Serviço Federal de Segurança da Rússia (FSB).

Segundo a mídia estatal russa, o FSB prendeu um nacional alemão por suposto envolvimento em uma explosão que atingiu uma estação de distribuição de gás no exclave russo de Kaliningrado em março deste ano.

O Ministério das Relações Exteriores da Alemanha disse que está ciente do caso, mas não fez comentários sobre as acusações. Uma fonte diplomática em Berlim disse à agência de notícias AFP que as autoridades alemãs entraram em contato com agentes russos para discutir o assunto e ofereceram assistência consular.

"Atos de sabotagem"

O alemão de 57 anos de idade foi acusado de organizar "atos de sabotagem na infraestrutura de energia local", segundo o FSB informou às agências de notícias russas. Ele foi preso na fronteira entre a Polônia e Kaliningrado com 50 gramas de substâncias explosivas em seu carro. O Serviço de Segurança russo afirma que o homem tentava entrar no exclave para novamente danificar estações de energia.

As autoridades russas disseram que o homem recebeu ordens de um ucraniano para realizar um ataque não especificado, de acordo com a agência de notícias russa Ria Novosti. O alemão também é acusado de terrorismo e contrabando de explosivos.

Ponto baixo nos laços entre Alemanha e Rússia

Após a invasão da Ucrânia pela Rússia, as relações entre Kiev e Berlim atingiram seu pior ponto em décadas. As autoridades russas prenderam repetidamente cidadãos estrangeiros com base em acusações contestadas, inclusive em incidentes que países europeus denunciaram como casos arbitrários. 

Em agosto, porém, a cooperação alemã foi crucial para costurar um acordo entre a Rússia e países do Ocidente que resultou na libertação de 24 prisioneiros, dos quais 16 haviam sido detidos pelo Kremlin sob condições questionáveis. Entre eles estava Vadim Krasikov, um russo condenado pela execução, em 2019, de um ex-rebelde checheno em Berlim.

"Tomar essa decisão de deportar um assassino condenado à prisão perpétua depois de poucos anos na prisão não foi fácil para ninguém", disse o chanceler federal alemão, Olaf Scholz, na ocasião, justificando a decisão por sua obrigação de "proteger cidadãos alemães".

Alemanha aconselha cidadãos a não viajarem para Rússia

Questionada sobre o caso, uma porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Alemanha disse que o país está ciente de um número baixo, de dois dígitos, de pessoas com cidadania alemã que estão atualmente detidas na Rússia. Ela enfatizou, porém, que há uma atmosfera de intimidação e medo que pode levar a prisões arbitrárias de cidadãos estrangeiros na Rússia. 

Segundo ela, isso motiva o ministério a "aconselhar fortemente" as pessoas a não viajarem para a Rússia.

gq/md (DPA, ots)