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Rússia propõe resolução sobre Ucrânia e recebe duras críticas

3 de junho de 2014

Texto defende cessar-fogo e criação de corredores humanitários no leste da Ucrânia. EUA chamam proposta de "hipócrita" e embaixador ucraniano a considera "cínica e imoral".

Foto: Getty Images

A Rússia apresentou ao Conselho de Segurança da ONU, nesta segunda-feira (02/06), um rascunho de resolução que defende um cessar-fogo e a criação de corredores humanitários no leste da Ucrânia. A iniciativa veio após mais um dia de combates entre o governo ucraniano e os grupos separatistas nas regiões de Donetsk e Lugansk.

O rascunho de resolução propõe um cessar-fogo no leste da Ucrânia, assim como a abertura de negociações entre Kiev e os rebeldes pró-Rússia. O documento, que ainda sugere a criação de corredores humanitários para permitir a saída dos civis ucranianos das zonas de conflito, foi discutido pelos 15 membros do conselho.

Após a reunião, o embaixador russo na ONU, Vitaly Tchurkin, questionou a possibilidade de a resolução ser adotada em breve. "Houve reações positivas de parte dos membros do Conselho. No entanto, alguns levantaram tantas questões que levaríamos semanas se tentássemos respondê-las." Segundo ele, a Rússia não definiu seus próximos passos com relação à resolução apresentada.

Os Estados Unidos consideraram a proposta "hipócrita", argumentando que a Rússia não estaria fazendo nada para deter os ataques dos separatistas pró-Moscou ou para obter a libertação das equipes de observadores da Organização de Segurança e Coperação da Europa (OSCE) feitas reféns pelos rebeldes. "Se (os russos) vão pedir uma redução das tensões, seria mais eficiente para eles impedir essas atividades", disse a porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, Jen Psaki.

O embaixador da Ucrânia na ONU, Yuri Sergueyev, considerou "cínico e imoral" o movimento da Rússia no Conselho de Segurança, pouco depois da ocupação e da anexação da Crimeia. Ele disse que o texto é "desnecessário", pois já existe o acordo estabelecido em 17 de abril em Genebra, que propunha a paz no leste ucraniano e deveria ser aplicado.

O ministro russo do Exterior, Serguei Lavrov, ressaltou que os países ocidentais haviam garantido à Rússia que a situação na Ucrânia melhoraria após as eleições presidenciais realizadas em 25 de maio, mas que o contrário está acontecendo. "Pessoas morrem todos os dias. Civis pacíficos estão sofrendo cada vez mais, e as Forças Armadas e armas pesadas continuam sendo usadas contra eles", disse Lavrov.

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, esteve no último fim de semana com o recém-eleito presidente da Ucrânia, Petro Poroshenko. Ban pediu ao novo líder ucraniano que inicie um diálogo com o presidente russo, Vladimir Putin.

Um dos principais pontos da agenda a ser discutida entre os ministros da defesa da Otan, em reunião nesta terça-feira em Bruxelas, deve ser o reforço militar nos seus países-membros localizados no Leste Europeu, próximos à Rússia e à Ucrânia.

BWS/rtr/afp/dpa

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