1. Pular para o conteúdo
  2. Pular para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW

Rússia retoma acordo para exportação de grãos da Ucrânia

2 de novembro de 2022

Alegando ataque de forças ucranianas, Moscou tinha suspendido no fim de semana sua participação no acordo firmado com Kiev para liberar a passagem de navios com alimentos pelo Mar Negro.

A imagem mostra diversos navios comerciais espalhados no Mar Negro, no sul da Ucrânia.
O Ministério da Defesa russo informou que recebeu garantias da Ucrânia de que a região não será usada para operações militares contra a RússiaFoto: UMIT BEKTAS/REUTERS

A Rússia informou nesta quarta-feira (02/11) que retomará sua participação em um acordo para liberar as exportações vitais de grãos a partir do Mar Negro, no sul da Ucrânia, após suspendê-lo no fim de semana.

O Ministério da Defesa russo informou que recebeu garantias da Ucrânia de que a região não será usada para operações militares contra a Rússia.

"A Federação Russa considera que as garantias recebidas no momento parecem suficientes, e retoma a implementação do acordo", diz o comunicado do ministério, em referência ao trato firmado em 22 de julho com a Ucrânia e intermediado pela Turquia e as Nações Unidas.

Mais cedo, o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, já havia dito que o ministro da Defesa da Rússia, Serguei Shoigu, comunicou ao seu homólogo turco que o acordo seria novamente colocado em prática nesta quarta.

"Os transportes de grãos continuarão conforme acordado anteriormente, a partir das 12h de hoje", disse Erdogan.

A Rússia havia suspendido sua participação no acordo de grãos no fim de semana, alegando que não podia garantir a segurança dos navios que cruzam o Mar Negro devido a um ataque à sua frota na região.

A Ucrânia rebateu, dizendo que as alegações eram falsas.

Apesar da suspensão do acordo, navios continuaram a transportar grãos a partir da Ucrânia, mas isso não deveria continuar por muito tempo, uma vez que as seguradoras não estavam mais emitindo novos contratos devido à decisão russa, disseram fontes dessa indústria à agência Reuters.

Nesta quarta-feira, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, falou sobre o tema. Ele disse que o país pode se retirar do acordo novamente a qualquer momento. Mas que, se fizer isso, não impedirá o escoamento dos navios da Ucrânia para a Turquia, por exemplo.

Zelenski pede firmeza

O presidente ucraniano, Volodimir Zelenski, disse que o mundo precisa responder de maneira firme às tentativas russas de bloquear o corredor de exportação de grãos, a partir da Ucrânia, no Mar Negro – o corredor foi bloqueado depois que a Rússia invadiu a Ucrânia, em 24 de fevereiro.

Na noite de terça-feira, Zelenski confirmou que navios ainda estavam se movimentando a partir dos portos ucranianos graçasaos esforços da Turquia e da ONU. "Mas é necessária uma defesa confiável e de longo prazo para o corredor de grãos", disse o líder ucraniano.

"A Rússia deve estar totalmente consciente de que receberá uma dura resposta do mundo para cada passo que prejudique as nossas exportações de alimentos. As vidas de dezenas de milhões de pessoas estão em jogo", completou.

O acordo para escoar a produção de grãos a partir de portos ucranianos foi firmado em 22 de julho. Após mediação da Turquia e da ONU, Ucrânia e Rússia assinaram o compromisso.

Um dos objetivos da iniciativa é evitar a fome em países mais pobres, levando trigo, óleo de girassol e fertilizante aos mercados mundiais para impedir o aumento de preços. Outro é atingir o nível pré-guerra de 5 milhões de toneladas métricas de grãos exportadas mensalmente pela Ucrânia.

Na época da conclusão do acordo, estimava-se que cerca de 22 milhões de toneladas de cereais ucranianos, então armazenados em silos, deveriam ser liberados para o mercado global.

gb (Reuters, AFP, ots)

Pular a seção Mais sobre este assunto
Pular a seção Manchete

Manchete

Pular a seção Outros temas em destaque