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Rússia se aproxima da China para contornar sanções ocidentais

13 de setembro de 2014

Enquanto o premiê ucraniano acusa a Rússia de querer eliminar a Ucrânia como país independente, Moscou se esforça por uma cooperação mais estreita com Pequim. Trégua no leste ucraniano é interrompida em Donetsk.

Presidente da China, Xi Jinping; da Mongólia, Tzakhia Elbegdorj e Vladimir Putin em encontro no TajidquistãoFoto: Reuters/Mikhail Klimentyev/RIA Novosti/Kremlin

Uma semana após o início da trégua entre separatistas pró-russos e tropas do governo no leste ucraniano, as lideranças em Kiev afirmam que continuam em guerra com a Rússia. Moscou é o "agressor", afirmou o primeiro-ministro ucraniano, Arseniy Yatsenyuk, em conferência internacional que reuniu legisladores e líderes empresariais europeus e ucranianos, em Kiev, neste sábado (13/09).

Yatsenyuk afirmou estar convencido de que o presidente russo, Vladimir Putin, "não quer conquistar somente as regiões de Donetsk e Lugansk, mas toda a Ucrânia". Yatsenyuk defendeu uma participação da União Europeia e dos EUA nas conversações com a Rússia, já que a Ucrânia não teria como se impor frente à Moscou nas negociações, afirmou o premiê.

Na ocasião, o primeiro-ministro ucraniano descreveu como um "primeiro passo" o cessar-fogo assinado em Minsk no início do mês entre a Ucrânia, a Organização para Segurança e Cooperação na Europa (OSCE), os separatistas pró-russos e a Rússia.

Trégua frágil

Apesar da trégua assinada na capital de Belarus, novos combates eclodiram no leste ucraniano. Segundo a agência de notícias Reuters, neste sábado, escutou-se uma intensa troca de tiros próximo ao aeroporto de Donetsk, um dos bastiões separatistas no leste do país.

Após dias esperando na fronteira, comboio russo chega ao leste da UcrâniaFoto: picture-alliance/dpa

De acordo com um repórter da agência de notícias, viram-se colunas de fumaça preta saindo da área. O aeroporto de Donetsk é controlado por tropas do governo ucraniano, mas a cidade está em mãos dos separatistas.

O Exército ucraniano informou que foi bombardeado por rebeldes separatistas na noite de sexta-feira. A troca de tiros entre tropas do governo ucraniano e separatistas pró-russos foi até agora o pior incidente registrado desde a trégua assinada em Minsk no dia 5 setembro.

Enquanto isso, Moscou enviou um segundo comboio com quase duas mil toneladas de suprimentos para a região de Donbas, onde se localizam as cidades de Donetsk e Lugansk. Nos bastiões separatistas, o fornecimento de água e eletricidade foi cortado há semanas.

Anteriormente, os 200 caminhões russos esperaram dias na fronteira por uma anuência de Kiev para entrar na Ucrânia. Não há informações oficiais se tal permissão foi concedida ou se funcionários do governo em Kiev participaram da expedição do comboio.

Aproximação com Moscou

Na última quinta-feira, os EUA e a UE impuseram novas sanções à Rússia, numa tentativa de forçar Moscou a um esforço maior pela paz na Ucrânia.

Reagindo à pressão ocidental, Moscou anunciou no mesmo dia um pacote de medidas de represália contra as novas sanções ocidentais que afetarão a importação de carros de segunda mão e alguns bens de consumo. Além disso, Moscou também procura uma cooperação econômica mais estreita com Pequim.

Em visita à China no sábado, o vice-primeiro-ministro russo, Igor Shuvalov, declarou que os dois países acertaram mais de 30 projetos em recentes conversações. Segundo Shuvalov, a cooperação irá se estender aos mais diferentes setores, entre eles, o setor financeiro, a produção de alimentos e indústria petroquímica.

Shuvalov assinalou que países asiáticos como a China estariam muito interessados na cooperação com a Rússia e, e confirmou que o país não vai participar das sanções contra os russos.

CA/afp/dpa/rtr

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