COI confirme o comunicado do Comitê Olímpico Russo e delegação russa será a menor desde Estocolmo 1912. Revelações sobre esquema de doping implementado por Moscou quase causaram a exclusão do país da Rio 2016.
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A Rússia será representada na maioria dos esportes nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro. O presidente do Comitê Olímpico Russo (COR), Alexander Zhukov, disse nesta quinta-feira (04/08), que 271 atletas russos foram liberados para as disputas na Rio 2016.
Pugilistas, judocas e atletas de tiro esportivo estavam entre aqueles que receberam a aprovação de última hora do Comitê Olímpico Internacional (COI), na sequência de um escândalo de doping que manchou a reputação da Rússia como uma superpotência esportiva.
Com a decisão, a delegação russa será composta por cerca de 70% da lista de 387 atletas convocados originalmente para os Jogos Olímpicos. Esportistas do atletismo (exceção feita à saltadora em distância Darya Klishina, que treina nos EUA) e levantamento de peso já haviam sido completamente banidos da Rio 2016 – a Rússia por pouco não sofreu uma completa exclusão dos Jogos Olímpicos devido às alegações de que o governo russo e o serviço secreto russo (FSB) participaram de um esquema estatal de doping.
Em julho, o COI decidiu não impor uma suspensão geral aos atletas russos, mas autorizou que as federações internacionais de cada esporte determinassem a participação de esportistas russos de acordo com uma série de critérios, incluindo um passado livre de punições por doping e testes suficientes em eventos internacionais.
No último momento, foram perdoados dois nadadores mencionados no chamado relatório McLaren, mas que treinam nos Estados Unidos: Nikita Lobintsev, prata no revezamento 4x200 metros livre em Pequim 2008 e bronze no 4x100 metros livre em Londres 2012, e Vladimir Morozov, que também estava na equipe terceira colocada na capital britânica.
"Injustiça flagrante"
Zhukov disse que as condições rigorosas significam que a equipe de 271 atletas seria a delegação "mais limpa" dos Jogos do Rio de Janeiro. "Nenhuma equipe lidou com requisitos rigorosos como os atletas russos", disse. "Atletas de nenhum país tiveram as regras mudadas para barrar aqueles previamente culpados por doping."
O presidente do COR afirmou também ser injusto que estrelas do esporte russo, como a saltadora bicampeã olímpica Yelena Isinbayeva e o campeão mundial dos 110 metros com barreiras Sergey Shubenkov, teriam que assistir aos Jogos de casa, enquanto atletas pegos em controles de doping, incluindo o velocista americano Justin Gatlin, estão liberados para competir no Rio de Janeiro.
"Atletas como Isinbayeva e Shubenkov estão completamente limpos", garantiu. "Esta é uma injustiça flagrante." Com a confirmação do COI do número de 271 atletas comunicados por Zhukov, esta será a menor delegação russa em Jogos Olímpicos desde as Olimpíadas de 1912, em Estocolmo, quando o Império Russo enviou apenas 159 esportistas.
PV/rtr/afp/efe
Grandes medalhistas olímpicos
Alguns já morreram, outros não competem mais. As modalidades dos atletas de maior sucesso nos Jogos Olímpicos são natação e hipismo.
Foto: dapd
Michael Phelps
Ele é o maior: não só por sua altura (1,92 m), mas também pelas medalhas olímpicas conquistadas. Em quatroOlimpíadas, o nadador americano ganhou 28 medalhas, sendo 23 delas de ouro. Em 2012, ele havia encerrado a carreira, mas não aguentou e voltou a competir dois anos depois. No Rio, garantiu cinco ouros e uma prata.
Foto: Getty Images/T. Pennington
Larissa Latynina
Seu sonho era se tornar bailarina, mas por sorte ela mudou de ideia, já que o balé não é disciplina olímpica. Entre 1956 e 1964, a então ginasta soviética subiu 18 vezes ao pódio, para receber nove medalhas de ouro. Depois de encerrar a carreira como atleta, ela se dedicou ao treinamento das equipes de ginástica olímpica da então União Soviética.
Foto: Imago
Paavo Nurmi
De 1920 a 1928, o finlandês conquistou 12 medalhas olímpicas, das quais nove de ouro. Nurmi estabeleceu 24 recordes mundiais, dos 1.500 metros até a corrida de uma hora. Em 1931, ele fez propaganda para o medicamento Rejuven, que hoje seria considerado anabolizante. Em 1932, ele recebeu uma proibição vitalícia de competir, sob a acusação de lesar as regulamentações de amadorismo.
Foto: picture-alliance/Imagno/Austrian Archives
Mark Spitz
Nos Jogos de 1972, em Munique, o nadador americano ganhou sete medalhas de ouro. Na Olimpíada anterior, no México, ele havia conquistado prata e bronze. Aos 22 anos de idade, ele encerrou a carreira para comercializar sua popularidade. Em 1992, aos 41 anos, ele tentou se qualificar para os Jogos de Barcelona, mas fracassou.
Foto: Imago
Carl Lewis
O americano dominou o salto em distância e os 100 metros rasos nas décadas de 1980 e 1990. Em 1999, ele inclusive foi eleito "atleta do século". Com nove medalhas de ouro e uma de prata, ele é um dos atletas mais bem sucedidos da história olímpica. Em 2003, Lewis admitiu ter usado substâncias proibidas durante a carreira no atletismo.
Foto: picture-alliance/dpa/S.Simon
Birgit Fischer
A canoísta é a alemã mais bem sucedida em Olimpíadas. Ainda nos tempos da Alemanha Oriental e mais tarde pela Ocidental, ela conquistou 12 medalhas (oito de ouro e quatro de prata). Ela participou de seis Jogos, sendo que em 1984 não pôde ir a Los Angeles por causa do boicote da Europa Oriental. Sua supremacia por tanto tempo lhe valeu um registro no livro Guinnes de recordes.
Foto: picture-alliance/dpa/S.Simon
Reiner Klimke
O cavaleiro Reiner Klimke é o segundo maior medalhista olímpico alemão. Nos Jogos de 1964 a 1988, ele conquistou seis medalhas de ouro e duas de bronze no adestramento. Klimke fez doutorado em Direito e foi um dos poucos atletas alemães ativos na política. Até hoje, é um dos mais bem sucedidos atletas olímpicos em sua modalidade.
Foto: picture-alliance/dpa
Kristin Otto
A nadadora participou apenas uma vez de Jogos Olímpicos, em 1988 em Seul, quando arrebarou nada menos que seis medalhas de ouro para a então Alemanha Oriental. Em 1999 e 2000, a equipe de natação alemã-oriental e seu treinador foram condenados por prática de doping anos a fio. Kristin, hoje jornalista esportiva, afirma que durante sua carreira nunca soube que era vítima de doping sistemático.
Foto: picture-alliance/dpa/L.Perenyi
Isabell Werth
Em Tóquio, a alemã participou pela sexta vez de uma Olimpíada. Ela coleciona sete medalhas olímpicas de ouro e quatro de prata. Em 2009, uma substância proibida encontrada em seu cavalo lhe valeu uma suspensão de seis meses. Em 2013, novas acusações de doping contra ela não foram comprovadas.
Foto: picture-alliance/dpa/F. Gentsch
Torben Grael e Robert Scheidt
Eles são os brasileiros com o maior número de medalhas olímpicas (cinco cada). Grael conquistou ouro em Atenas (2004) e em Atlanta (1996), bronze em Seul (1988) e em Sydney (2000) e prata em Los Angeles (1984). Já Scheidt (na foto) ganhou ouro em Atlanta (1996) e em Atenas (2004), prata em Sidney (2000) e em Pequim (2008) e bronze em Londres (2012).