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Rússia tenta acelerar evacuações diante de avanço ucraniano

11 de agosto de 2024

Governador da região russa de Kursk ordena que autoridades locais apressem evacuação de habitantes. Zelenski admite pela primeira vez o envolvimento do seu país na ofensiva.

Um homem olha para um prédio destruído
Prédio em Kursk destruído pelos ataques de forças ucranianas que avançaram em território russo Foto: Ilya Pitalev/Sputnik/IMAGO

As forças de Moscou entraram em seu sexto dia de intensas batalhas contra a maior incursão de Kiev em território russo desde o início da guerra de agressão lançada pelo Kremlin em 2022, que deixou partes do sudoeste da Rússia vulneráveis antes da chegada de reforços

Milhares de tropas ucranianas estão participando da incursão na região de Kursk desde terça-feira, com o objetivo de desestabilizar a Rússia, mostrando as fraquezas do país, conforme admitiu o presidente ucraniano Volodimir Zelenski na noite deste sábado, por meio de vídeo.

Ele quebrou o silêncio sobre o assunto ao dizer ter levado "a guerra para o território do agressor", e que discutiu a operação com o principal comandante ucraniano, Oleksandr Syrskyi.

"Hoje, recebi vários relatórios do comandante-chefe Syrskyi sobre as linhas de frente e nossas ações para empurrar a guerra para o território do agressor", disse Zelenski. "A Ucrânia está provando que pode, de fato, restaurar a justiça e garantir a pressão necessária sobre o agressor."

Alexei Smirnov, governador interino de Kursk, ordenou que as autoridades locais acelerem a evacuação de civis em áreas de risco. No sábado, a agência de notícias estatal russa Tass informou que mais de 76 mil pessoas já haviam sido evacuadas.

Cerca de 76 mil cidadãos russos foram deslocados em seis dias de contra-ofensiva, e governador avisa que é preciso acelerar evacuaçãoFoto: Russian Emergency Ministry/AP/picture alliance

Rússia promete "resposta dura" aos ataques na fronteira

O presidente Vladimir Putin classificou o ataque ucraniano – que, segundo analistas militares, pegou o Kremlin desprevenido – como uma grande provocação.

O Ministério das Relações Exteriores prometeu dar uma "resposta dura" às incursões ucranianas.

"Uma resposta dura do exército russo não demorará a chegar", disse a porta-voz do ministério, Maria Zakharova, em um comunicado.

Ela disse que um ataque ucraniano atingiu um prédio residencial de vários andares na região de Kursk, ferindo 13 pessoas. O relatório não pôde ser confirmado de forma independente.

A Rússia decidiu impor estado de emergência em três regiões de fronteira no sábado, enquanto a Bielorrússia, uma forte aliada de Moscou, envia mais tropas para sua fronteira com a Ucrânia, acusando Kiev de violar seu espaço aéreo.

Já houve um bombardeio mais intenso na região de Sumy, na Ucrânia, do outro lado da fronteira com Kursk. Um ataque com mísseis durante a noite perto da capital ucraniana, Kiev, matou um homem e seu filho de quatro anos, segundo os serviços de emergência.

Blogueiros militares russos afirmam que os combates estão ocorrendo 20 quilômetros dentro da região de Kursk, o que levanta a questão de como a Ucrânia conseguiu penetrar em território russo tão facilmente.

A comissária russa de direitos humanos, Tatyana Moskalkova, disse ter enviado um apelo às Nações Unidas exigindo uma condenação às ações da Ucrânia em Kursk e que se tomasse medidas para evitar violações graves e em massa de direitos humanos.

A Rússia invadiu a Ucrânia em fevereiro de 2022 e fez uma campanha implacável, ocupando áreas do leste e do sul da Ucrânia e submetendo as cidades ucranianas a ataques diários de mísseis e drones.

Depois de recapturar grandes áreas em 2022, as forças ucranianas ficaram em grande parte na retaguarda e estão lutando cada vez mais com mão de obra e suprimentos de armas.

sf (Reuters, AFP, ots)