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Rússia teria planejado matar CEO de fábrica alemã de armas

Publicado 12 de julho de 2024Última atualização 12 de julho de 2024

Rheinmetall ganhou importância para a defesa da Europa na esteira da guerra na Ucrânia. Segundo a imprensa americana, plano foi descoberto pelos serviços de inteligência dos EUA.

Um soldado paramentado e, ao fundo, um tanque de guerra
Blindado Puma, fabricado pela Rheinmetall: empresa é uma das maiores produtoras mundiais de munição e tanquesFoto: Julian Stratenschulte/dpa

Políticos alemães reagiram nesta sexta-feira (12/07) com indignação à notícia de que a Rússia teria planejado assassinar o CEO da fabricante alemã de armas Rheinmetall, empresa que tem abastecido a Ucrânia com insumos para a guerra.

O plano teria sido descoberto pelos serviços de inteligência dos Estados Unidos , que alertaram as autoridades alemãs, segundo informações publicadas nesta quinta-feira em veículos de mídia americanos.

A trama para assassinar Armin Papperger, 61, seria um de uma série de outros assassinatos de empresários do setor bélico europeu planejados pelo governo russo em retaliação pelo apoio dessas firmas a Kiev, e teria sido descoberta no início do ano, conforme relatado à CNN por fontes anônimas oficiais de governos do Ocidente.

O caso foi noticiado ainda pelo jornal The New York Times e pelos semanários The Economist e Der Spiegel.

Falando ao tabloide alemão Bild, o liberal Marcus Faber, presidente do Comitê de Defesa do Bundestag, a câmara baixa do Parlamento Alemão, disse que o episódio "mostra mais uma vez que a Rússia também está trazendo sua guerra e seu terror" à Alemanha.

Já o presidente do Comitê de Assuntos do Exterior, deputado Michael Roth, disse ao mesmo veículo que o presidente Vladimir Putin "não só promove uma guerra de aniquilação contra a Ucrânia, mas também contra os que a apoiam e contra nossos valores".

Ministra alemã do Exterior, Annalena Baerbock pontuou na quinta-feira que a Rússia trava uma guerra híbrida que inclui ciberataques e atos de sabotagem. "Isso reforça mais uma vez que nós, como europeus, precisamos nos proteger o melhor que pudermos e não ser ingênuos."

A reação da Rússia

Em comunicado, a Rheinmetall afirmou que "sempre" adota as "medidas necessárias" em conversas frequentes com autoridades de segurança.

Segundo o semanário alemão Der Spiegel, a sede da empresa já era protegida em janeiro por uma viatura policial e dois agentes armados.

Ainda de acordo com a revista, autoridades alemãs de segurança teriam sido alertadas cerca de dois meses atrás sobre uma possível ameaça, mas sem informações concretas sobre o tipo de atentado planejado ou suspeitos.

A Rússia negou que tenha planejado assassinatos, apontando que as notícias se baseavam em fontes cujas identidades não foram reveladas, e que a falta de elementos comprobatórios significava que o assunto não merecia ser levado a sério. 

Um porta-voz do ministério alemão do Interior não quis comentar a notícia, mas frisou que as autoridades de segurança do país "estão muito vigilantes e agem de acordo", e que o governo "não se deixará intimidar por ameaças russas".

Empresa é gigante mundial no ramo

Uma das maiores fabricantes mundiais de munições e tanques de artilharia, a Rheinmetall começou a aumentar sua produção após a Rússia invadir a Ucrânia, no início de 2022.

Em maio de 2023, a empresa anunciou ter criado uma joint venture com a estatal ucraniana Ukroboronprom para construir e consertar tanques e, em fevereiro deste ano, a fabricante divulgou planos para uma fábrica de munições no país.

Dois meses depois, Papperger viu um de seus imóveis pegar fogo após um atentado cujas circunstâncias ainda não foram esclarecidas.

Recentemente, a empresa foi encarregada de produzir até 8,5 bilhões de euros (R$ 50,2 bilhões) em munições e 3,5 bilhões de euros (R$ 20,7 bilhões) em veículos militares para as Forças Armadas da Alemanha.

ra (Reuters, ots)