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Rússia ultrapassa marca diária de mil mortes por covid

17 de outubro de 2021

País bate também recorde de novos casos em 24 horas, com números 70% superiores aos de setembro. Apesar de suficientes vacinas e incentivos, campanha vacinal progride lenta, em grande parte devido a ceticismo.

Homem sobe escada rolante, diante de cartaz indicando direção de posto de vacinação em alfabeto cirílico
A caminho de um posto de vacinação em Moscou: ceticismo compromete meta de 60% da população russa adulta imunizadaFoto: Vladimir Gerdo/dpa/TASS/picture alliance

A Rússia registrou neste domingo (17/10) 997 mortes por covid-19 em 24 horas, anunciaram as autoridades sanitárias nacionais. Na véspera, porém, haviam sido notificados 1.002 óbitos, quebrando-se assim pela primeira vez a marca diária de mil desde o início da pandemia.

Por outro lado, o número de novos casos alcançou neste domingo o recorde de 34.303, superando o dia anterior, em que já houvera 33.208 contágios confirmados. Estes números são cerca de 70% superiores aos de um mês atrás.

Moscou, principal foco epidêmico do país, registrou no sábado 72 óbitos e 6.545 casos, ultrapassando a barreira das 6 mil novas infeções pelo terceiro dia consecutivo.

O total de mortes por covid-19 desde o início da pandemia na Rússia é de 223.312, embora os números oficiais sobre o excesso de mortes no mesmo período tenham triplicado. Em contágios confirmados, a Rússia se aproxima dos 8 milhões, sendo o quinto país com mais casos, atrás dos Estados Unidos, Índia, Brasil e Reino Unido e seguido pelo México.

Ceticismo e sinais conflitantes ralentam campanha vacinal

Apesar das cifras alarmantes, o Kremlin descarta uma paralisação de âmbito nacional, como a adotada no início da pandemia de covid-19, que prejudicou seriamente a economia e afetou a popularidade do presidente Vladimir Putin. Em vez disso, o governo delegou poder às autoridades regionais para imporem restrições para combate ao novo coronavírus.

A misteriosa campanha de fake news contra a vacina da Pfizer

02:59

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Algumas das 85 regiões russas restringiram a frequência a grandes eventos públicos e limitaram o acesso a teatros, restaurantes e outros estabelecimentos. Ainda assim, em Moscou; São Petersburgo e outras metrópoles a vida quotidiana segue praticamente normal.

As autoridades do país têm utilizado diversos recursos – inclusive loterias e bônus – para que a população se vacine. Apesar de a Rússia dispor de suficientes doses da Sputnik V, de produção nacional, a campanha de imunização progride muito lentamente, em grande medida devido ao disseminado ceticismo antivacina e aos sinais conflitantes emitidos pelas autoridades.

Apenas cerca de 43 milhões de russos, ou 29% do total de 146 milhões, completaram o esquema vacinal. Se essa taxa for mantida, ainda serão necessários 140 dias até o país atingir a meta de 60% da população adulta vacinada.

A covid-19 provocou pelo menos 4.896.346 mortes em todo o mundo, entre mais de 240 milhões de infeções, segundo o mais recente balanço da Universidade Johns Hopkins.

av (AP,Reuters,Lusa)

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