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Rainha anuncia referendo sobre permanência britânica na UE

27 de maio de 2015

Em discurso no Parlamento, Elizabeth 2ª confirma que consulta popular deverá ser realizada antes do final de 2017. Ela defende mudanças no bloco "para o benefício de todos os Estados-membros".

Foto: Reuters/S. Plunkett

A rainha Elizabeth 2ª anunciou nesta quarta-feira (27/05) que o referendo sobre a permanência do Reino Unido na União Europeia (UE) será realizado no fim de 2017. O anúncio fez parte do tradicional discurso da chefe de Estado, que abre o ano parlamentar e estabelece o plano legislativo do primeiro-ministro David Cameron.

O referendo é uma das promessas eleitorais de Cameron, que conquistou a maioria absoluta para os conservadores nas eleições de 7 de maio. Ele quer recuperar poderes cedidos à UE e, caso consiga, defenderá a permanência do Reino Unido no bloco.

"A legislação será apresentada para providenciar um referendo sobre a participação na União Europeia antes do final de 2017", disse a rainha, falando no Parlamento. "Meu governo renegociará a relação do Reino Unido com a UE e buscará reformas para o benefício de todos os Estados-membros."

A lei que formaliza a consulta popular deverá ser aprovada pelo Parlamento nesta quinta-feira. No mesmo dia, o primeiro-ministro britânico vai iniciar um giro por diversas capitais europeias, para explicar aos parceiros as suas propostas de reforma para a UE, notadamente na área de imigração.

O discurso da rainha perante o Parlamento abordou também a concessão de mais autonomia fiscal à Escócia, onde os independentistas obtiveram uma vitória esmagadora nas eleições legislativas. Elizabeth 2ª falou de uma "ampla gama" de poderes para a Escócia e País de Gales.

No entanto, o Partido Nacional Escocês (SNP), que defende a independência da Escócia do Reino Unido, afirma que as reformas não são suficientes. Ele é hoje a terceira maior força na Câmara dos Comuns, depois de ter aumentado em nove vezes o seu número de assentos na eleição passada.

Entre as outras medidas do programa de Cameron anunciadas pela rainha nesta quarta-feira estão a proposta de mais poderes para banir "organizações extremistas" vistas como responsáveis pela radicalização, além de mais restrições à entrada no país de pessoas consideradas radicais.

Cameron também vai propor uma lei de comunicações, que poderá obrigar operadoras de telefonia móvel e servidores de internet a repassar dados de navegação de cidadãos às agências de segurança. O premiê britânico já tentou aprovar essa lei durante o último governo de coalizão, mas esbarrou na resistência liberal-democrata.

CA/afp/lusa

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