Encontro é destinado a discutir o futuro papel de Harry e Meghan na monarquia e tentar resolver crise, após casal anunciar afastamento da realeza britânica. "Somos entidades separadas", diz príncipe William sobre irmão.
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A rainha Elizabeth 2ª convocou os principais membros da família real britânica em sua residência em Sandringham, na Inglaterra, para discutir na segunda-feira o futuro papel na monarquia do príncipe Harry e sua mulher, a duquesa de Sussex, Meghan Markle.
Além de Harry, devem participar da reunião seu irmão, o príncipe William, e seu pai, Charles, enquanto Meghan participará por telefone do Canadá, disse neste domingo (12/01) um porta-voz do Palácio de Buckingham.
A reunião deve analisar os "próximos passos" a serem tomados em relação ao casal, que na semana passada anunciou que planejar se distanciar de seus deveres como representantes da monarquia e dividir seu tempo entre o Reino Unido e a América do Norte.
Um dos pontos a ser esclarecido é quanto dinheiro os dois receberão do príncipe Charles no futuro – até agora, o herdeiro do trono financia 95% do orçamento de seu filho Harry com verba de seus ativos privados, de acordo com relatos da imprensa.
Também está na agenda a questão sobre se o casal pode manter seus títulos reais, de acordo com o jornal Sunday Times, além da questão de quais negócios eles poderão fazer no futuro. Na quinta-feira, a rainha deixou claro desejar que uma "solução viável" seja encontrada rapidamente.
A família real deve analisar possíveis planos que foram elaborados em coordenação com oficiais do governo britânico e do Canadá, onde presumivelmente os duques desejam estabelecer uma residência.
O anúncio inesperado de Harry e Meghan, que dizem que pretendem "trabalhar para ser financeiramente independentes", surpreendeu e causou desconforto entre os outros membros da monarquia, tendo levantado dúvidas sobre as futuras fontes de financiamento dos duques de Sussex.
O tabloide The Sunday Mirror diz que o casal discutiu seus planos com o cantor Elton John antes de informar a rainha.
Já o jornal The Times afirma que o príncipe William expressou sua "tristeza" pelo fato de a família real não ser mais uma "equipe". De acordo com o jornal, William disse a um amigo próximo: "Eu coloquei meu braço em volta do meu irmão a vida toda, mas agora não posso mais fazer isso. Somos entidades separadas".
O especialista em finanças da família real David McClure afirmou, em entrevista à agência de notícias Associated Press, duvidar que Harry e Meghan possam continuar vivem como membros da família real e como indivíduos privados ao mesmo tempo. "Como você pode ficar metade dentro e metade fora ao mesmo tempo, meia semana realizando tarefas públicas e a outra metade ganhando seu próprio dinheiro com televisão, palestras e livros? Isso é cheio de armadilhas", avalia, lembrando que casos similares não deram certo no passado.
De acordo com uma sondagem publicada pelo jornal Sun, os britânicos já formaram sua opinião: 81% dos entrevistados acreditam que Harry e Meghan não deveriam receber apoio financeiro da família real nem do Estado, 46% querem que os dois percam seus títulos de nobreza.
O conceito de "família real" surgiu na metade do século 19, com o príncipe Alberto e a rainha Victoria. Desde então, não é só uma rainha ou um rei que representam o Império Britânico, mas uma família inteira.
Foto: Daniel Lea/AFP
Um conceito de família
O conceito de "família real" surgiu na metade do século 19, com o príncipe Alberto, a rainha Victoria e os nove filhos. Desde então, não é só uma rainha ou um rei que representam o Império Britânico, mas uma família inteira. Os Windsor modernizaram e aperfeiçoaram esse conceito. Tanto que a rainha Elizabeth 2ª até aceitou a segunda esposa de seu filho Charles na família.
Foto: picture-alliance/dpa/PA Wire/Yui Mok
Monarquia em perigo
O rei George 5º e seu primo, o czar Nicolau 2º da Rússia, eram até bem parecidos em sua fisionomia, mas George se distanciou de Nicolau quando este teve de abdicar devido à revolução de fevereiro de 1917. Temendo revoltas em seu próprio império, ele logo voltou atrás numa oferta de asilo político. Pouco depois, Nicolau 2º foi assassinado.
Foto: picture-alliance/Heritage Images
Rei George 5º e Mary of Teck
Controverso durante a Primeira Guerra Mundial, o reinado de George 5º se estabilizou rapidamente após a mudança de nome para Windsor. Enquanto em outros lugares as monarquias enfrentavam crises, George 5º liderava o Reino Unido através da crise econômica e permitiu a independência de colônias britânicas dentro da Commonwealth.
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Reinado curto de Edward 8º
Após a sua morte, em 1936, George 5º foi sucedido no trono pelo filho Edward 8º. O reinado deste foi um dos mais curtos da história britânica, com apenas 326 dias. A relação entre o playboy e a americana Wallis Simpson foi um escândalo e causou uma crise constitucional. O governo conservador acabou forçando Edward a abdicar.
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O pai de Elizabeth
Seu irmão mais novo assumiu o trono em 1937 como George 6º. Com a esposa, Elizabeth, e suas duas filhas, Elizabeth e Margaret Rose, ele trouxe uma família intacta ao palácio. Ele conduziu o país durante a Segunda Guerra Mundial, mas esta lhe custou a saúde: ele morreu em 1952, aos 56 anos, por causa de uma trombose coronariana.
Foto: picture-alliance/IMAGNO/Austrian Archives
Castelo de Windsor
Uma das receitas para o sucesso dos Windsor é a forma como eles enfrentam as crises. Durante a Segunda Guerra Mundial, a família real compartilhou das dificuldades vividas pelos súditos e viveu, por exemplo, apenas com as rações de comida. O rei permaneceu em Londres apesar dos bombardeios alemães e dos danos no Palácio de Buckingham. Só os fins de semana ele passava com a família em Windsor.
Foto: picture-alliance/IMAGNO/Austrian Archives
"Queremos o rei!"
Com o seu engajamento e sua determinação, os membros da família real se tornaram símbolos da resistência britânica ao fascismo. Após a rendição das tropas alemãs em 8 de maio de 1945, uma multidão eufórica gritou em frente ao palácio de Buckingham: "Queremos o rei!". George 6º estava no auge da popularidade.
Foto: picture-alliance/akg-images
Casamentos reais como eventos do ano
Em 1947, multidões foram a Londres para o casamento da então princesa Elizabeth e de Philip Mountbatten. A união livre de escândalos gerou quatro filhos, assegurando continuidade aos Windsor em tempos em que muitas monarquias se desfizeram.
Foto: picture-alliance/akg-images
Charles esperou muito pelo trono
O casamento entre o príncipe Charles e Lady Diana nunca foi feliz. Ele terminou em 1992, trazendo danos à imagem da família real. Os dois filhos tiveram de superar não só a separação dos pais, como a morte da mãe em um acidente de carro em 1997. Levou muito tempo até que Charles voltasse a ser visto como um membro respeitado da família real.
Foto: picture-alliance/dpa
Um reinado de aniversário
Em 2012, o reino celebrou as bodas de diamante da rainha Elizabeth e, em 2016, o seu aniversário de 90 anos. Nenhum outro soberano esteve por tanto tempo à frente da monarquia britânica. Ela é o chefe de Estado há mais tempo no cargo em todo o mundo. Apesar das críticas à família real britânica, o apoio à monarquia, no reinado dela, segue inabalado.
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William e Kate, a monarquia moderna
Após a separação dos pais e a trágica morte da mãe, a vida privada de William, neto da rainha, começou a ser alvo do interesse do público. Em 2011, ele se casou com Kate Middleton, uma plebeia que demonstrou gosto pelo seu papel na família real. O casal já ampliou a família com três pequenos herdeiros.
Foto: AFP/Getty Images/C. de Souza
A próxima geração
Os novos membros da família Windsor já concentram as atenções da mídia. "Efeito príncipe George" é o nome dado à influência que o pequeno príncipe exerce sobre a economia e a cultura pop. Ou seja: o que George veste ou usa vende bem. Na foto, vê-se George ao lado da irmã, Charlotte.
Foto: imago/i Images
Mais um na linha de sucessão
Em 23 de abril de 2018, Kate deu à luz seu terceiro filho. O menino é o quinto na linha de sucessão ao trono britânico. O primogênito da rainha, príncipe Charles, encabeça a lista, seguido pelo príncipe William, George, Charlotte e o mais novo membro da família real.
Foto: picture-alliance/ZUMAPRESS.com/T. Nicholson
Mais dois netos para a rainha
Em 6 de maio de 2019, a poucos dias de completarem um ano de casados, o príncipe Harry e a esposa, Meghan Markle, anunciaram a chegada do primeiro filho, Archie, que é o sétimo na linha de sucessão ao trono britânico. Em 4 de junho de 2021 nasceu a filha deles, Lilibet Diana.
Foto: Prince Harry and Meghan, The Duke and Duchess of Sussex/dpa/picture alliance
O "Megxit"
Em janeiro de 2020, Harry e Meghan renunciaram ao título "sua alteza real" e a recursos públicos, em troca de uma vida independente. O casal passou a ser "apenas" duque e duquesa de Sussex. A família real concordou com a renúncia após o casal comunicar à rainha o desejo de abdicar do status de "membros sêniores" da monarquia para serem economicamente independentes e viver na América do Norte.
Foto: AFP/D. Leal-Olivas
Entrevista bombástica a Oprah Winfrey
Em março de 2021, Harry e Meghan falaram da dificuldade de conviver com a família real, racismo e depressão. Segundo Meghan, a família e quem comanda a instituição são coisas separadas. Filha de uma afro-americana, Meghan falou da "preocupação sobre quão escuro" seria seu filho. A pressão a fez pensar em suicídio. Harry disse que o pai e o irmão estão "presos" em seus papéis.
Foto: Harpo Productions/Joe Pugliese/REUTERS
Grande perda para a rainha
Em 9 de abril de 2021, morreu o príncipe Philip, marido da rainha Elizabeth 2ª. O Duque de Edimburgo tinha 99 anos, e sua saúde vinha se deteriorando há algum tempo. Ele e a rainha da Inglaterra estavam casados desde 1947.
Foto: John Patrick Fletcher/Action Plus/imago images
70 anos no trono
Elizabeth 2ª acumulou recordes notáveis: aos 96 anos de idade, foi a monarca reinante mais antiga e teve o casamento mais duradouro na história da realeza britânica. Sua coroação entrou para a história, com recorde de espectadores – carca de 300 milhões mundo afora. E, por fim, ninguém jamais ocupou por tanto tempo o trono britânico. Em 2022, ela completou 70 anos no trono.
Foto: Daniel Leal/AFP
A morte de uma rainha
No dia 8 de setembro de 2022, foi anunciada a morte da rainha Elizabeth 2ª, causando comoção em toda Commonwealth. No seu enterro, em 19 de setembro, compareceram chefes de governo e de estado do mundo inteiro. Multidões acompanharam os féretros e as cerimônias fúnebres.