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Rascunho de mandado de prisão contra Kirchner é encontrado

3 de fevereiro de 2015

Ministério Público argentino confirma ter identificado documento no lixo do apartamento do promotor Alberto Nisman. Ele morreu um dia antes de apresentar detalhes de uma denúncia contra a presidente.

Foto: Reuters

Um rascunho de mandado de prisão para a presidente da Argentina, Cristina Kirchner, foi encontrado na casa do promotor Alberto Nisman, confirmaram fontes judiciais argentinas nesta terça-feira (03/02). Nisman morreu em 18 de janeiro, um dia antes de apresentar detalhes de uma denúncia contra a presidente no Congresso. O documento de 26 páginas foi encontrado num lixo do apartamento do promotor.

O diário argentino Clarín já havia publicado a descoberta do documento no domingo. No entanto, a procuradora Viviana Fein, que investiga a morte de Nisman, confirmou somente nesta terça-feira que o rascunho faz parte das provas coletadas no apartamento. Fein também afirmou que havia sido um "erro voluntário" seu quando negou a existência do rascunho no dia anterior.

Promotor Alberto Nisman acusou Kirchner de tentar encobrir a participação de iranianos em atentadoFoto: picture-alliance/dpa/Cezaro De Luca

A funcionária do Ministério Público esclareceu também que o mandado de prisão não estava incluído na denúncia que Nisman havia feito contra a presidente, o ministro do Exterior, Héctor Timerman, e outros dirigentes kirchneristas.

O promotor estava investigando o atentado contra um centro judaico em Buenos Aires, em 1994, que deixou 85 mortos. Nisman havia elaborado um mandado que acusava Kirchner de tentar encobrir a participação de suspeitos iranianos no ataque.

Na época, a Justiça argentina indiciou sete ex-funcionários de alto escalão do governo iraniano como mandantes do ataque à Associação Mutual Israelita Argentina (Amia). O governo de Teerã se negou a entregar os suspeitos, apesar do mandado de prisão emitido pela Interpol. Entre eles estava o ex-presidente Alí Rafsanjani.

Nisman havia pedido a um juiz federal que Kirchner e Timerman fossem convocados para um interrogatório e solicitou um embargo preventivo de bens no valor de 23,3 milhões de dólares. As circunstâncias da morte do promotor seguem desconhecidas.

PV/rtr/dpa

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