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Aliança atlântica

4 de abril de 2009

Consenso sobre futuro secretário-geral e nova estratégia da aliança para o Afeganistão marcaram a cúpula pelos 60 anos da Otan, acompanhada por protestos com bombas incendiárias.

Premiê da Dinamarca (centro) é o novo secretário-geral da OtanFoto: AP

O primeiro-ministro da Dinamarca, Anders Fogh Rasmussen (56) assumirá o posto de secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) a partir de agosto próximo.

A escolha do sucessor de Jaap de Hoop Scheffer ameaçava fracassar por causa da oposição da Turquia a Rasmussen. Mas Ancara acabou abrindo mão de sua resistência neste sábado (04/04), no encerramento do encontro de cúpula dos chefes de Estado e de governo dos 28 países que integram a aliança militar.

O dinamarquês, favorito dos europeus ao cargo, foi acusado por Ancara de ter ofendido a sensibilidade islâmica por defender a publicação das polêmicas caricaturas de Maomé em 2005. Além disso, a Turquia exige que a Dinamarca impeça as transmissões de uma emissora de televisão curda em seu território.

Foto histórica em ponte na fronteira franco-alemãFoto: picture-alliance/dpa

Num longo telefonema na manhã deste sábado, o chefe de governo da Itália, Silvio Berlusconi, tentou convencer o primeiro-ministro turco, Recep Tayyip Erdogan, a aceitar Rasmussen. Isso fez com que Berlusconi perdesse a foto oficial pelos 60 anos da aliança atlântica, feita na ponte sobre o rio Reno na fronteira entre a Alemanha e a França.

Aliança atlântica tem 28 membrosFoto: DW

Estratégia para o Afeganistão

No Afeganistão, a Otan pretende priorizar a estratégia da "segurança em rede" na luta contra o Talibã e na reconstrução civil, além de integrar mais em suas operações países vizinhos, como o Paquistão.

Os membros da aliança militar prometeram mais ajuda econômica (370 milhões de euros) e o envio de 3 mil soldados adicionais para garantir a segurança das eleições no Afeganistão, além de 2 mil instrutores para a formação de policiais. O governo alemão prometeu um contingente adicional de 600 mil soldados para vigiar as eleições.

Combate à pirataria e ataques pela internet

Cúpula começou na sexta-feira, na cidade alemã de Baden-BadenFoto: AP

Outro tema em debate no encontro realizado neste sábado nas cidades fronteiriças de Kehl e Estrasburgo foi a futura estratégia da aliança atlântica. A Otan encarregou um grupo de peritos de elaborar um documento nesse sentido, a ser debatido e aprovado na cúpula de Lisboa, em 2010. Um dos pontos centrais são os novos desafios impostos pela pirataria ou ataques pela internet.

Quanto à Rússia, os 28 países-membros salientaram sua disposição de diálogo com Moscou através do Conselho Otan-Rússia. Ficou acertado que o próximo encontro do conselho em nível ministerial ocorrerá neste semestre, provavelmente em maio.

"Apesar das atuais divergências, a Rússia tem importância especial para nós como país parceiro e vizinho", assinala o documento final do encontro. Ao mesmo tempo, a aliança militar exige que Moscou conclua a retirada de suas tropas da Geórgia e volte atrás no reconhecimento da independência de regiões georgianas.

Cooperação na defesa antimíssil

Uma cooperação mais estreita entre a Otan e Moscou também é ambicionada na área de defesa contra mísseis. A declaração final da cúpula menciona a disposição de "máxima transparência e confiança mútua". A Rússia havia se sentido ameaçada pelo plano norte-americano de instalar um sistema de defesa antimíssil na Polônia e na República Tcheca.

Ativistas violentos enfrentaram a polícia em EstrasburgoFoto: AP

Dois momentos históricos da cúpula comemorativa foram o regresso da França à estrutura do comando militar da organização, da qual se excluíra há 43 anos, e o ingresso da Albânia e da Croácia. A Ucrânia e a Geórgia continuam com perspectivas de se tornarem países-membros, enquanto a Macedônia só obterá essa chance após resolver o conflito com a Grécia em torno do nome do país.

O encontro de cúpula foi acompanhado por diversos protestos pacíficos de críticos à Otan e também por atos de violência por parte de manifestantes munidos de bombas incendiárias.

RW/SM/dpa/afp/ap

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