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Reação à crise

(sv)10 de junho de 2003

Berlim defende a permanência das tropas alemãs em território afegão, apesar do atentado que deixou quatro soldados mortos. Equipe de reconhecimento avalia a possibilidade de ampliar o raio de ação do Exército no país.

Ambulância da ISAF, em Cabul, perto dos destroços deixados pela explosão que matou quatro soldados alemãesFoto: AP

A oposição democrata-cristã vinha insistindo no não à participação das Forças Armadas Alemãs (Bundeswehr) em novas missões fora do país. O atentado aos soldados em Cabul, quando seguiam no último sábado (7) em um ônibus rumo ao aeroporto, acirrou mais do que nunca a discussão a respeito do âmbito das ações das tropas alemãs fora do país.

O incidente que resultou na morte de quatro soldados e deixou 29 feridos mostra que a capital afegã, apesar de não ter sido presença constante na mídia nos últimos meses, não deixou de ser um caldeirão de pólvora, prestes a explodir a qualquer momento.

Derrota -

O atentado de sábado não deverá provavelmente ser o último no Afeganistão, mas é exatamente neste momento que a população civil do país necessita de apoio externo. Uma retirada das tropas alemãs, neste contexto, significaria para Berlim uma derrota frente ao terrorismo, além de desacreditar o governo alemão frente à comunidade internacional.

Peter Struck, ministro alemão da DefesaFoto: AP

"Não estamos dispostos a nos curvar frente aos desejos de grupos terroristas. Vamos dar continuidade à nossa contribuição à estabilidade do país. Esta é também uma obrigação que temos frente aos soldados mortos", declarou o ministro alemão da Defesa, Peter Struck.

Expansão -

Como reação ao atentado, o governo alemão pretende ampliar ainda mais sua presença no Afeganistão. Como planejado anteriormente, uma equipe de reconhecimento seguiu nesta terça-feira (10/06/2003) para Cabul. O objetivo da viagem é verificar se os soldados alemães deverão ampliar seu raio de atuação no país, dando início, a partir de setembro próximo, a uma missão de paz na região de Herat.

Culpa -

Segundo Struck, não há ainda maiores informações sobre os mentores do atentado no último sábado (7). "Na Alemanha, começa a haver um debate sobre a culpa no incidente. Quero dizer claramente: a culpa é do terrorista suicida e de quem está por trás disso. Não dos soldados atingidos ou da coordenação militar, que não teria feito uso das devidas medidas de segurança". A afirmação foi uma resposta a políticos democrata-cristãos, que acusaram o governo de não ter zelado devidamente pela segurança dos soldados alemães em Cabul.

Críticas -

Para a oposição, no entanto, a atuação das Forças Armadas alemãs fora do país já passa dos limites. "No Afeganistão, o Bundeswehr tem o maior contingente, no Kosovo, o segundo maior, e na Bósnia há também um grande número de soldados alemães. Será que a Alemanha pode se engajar e participar dessa forma em todos os caldeirões em crise deste mundo? Devido ao número reduzido de forças que temos, temos que nos concentrar", defende Christian Schmidt, porta-voz da União Democrata Cristã para assuntos relacionados à Defesa.

Presença -

Atualmente, a Alemanha conta com mais de oito mil soldados em missões internacionais, o que faz do país um dos mais presentes em tropas de paz no mundo. O Bundeswehr tem pessoal estacionado no Afeganistão, Kosovo, Bósnia, Macedônia e Geórgia, além de 850 soldados espalhados por vários países dentro de uma missão especial antiterrorismo.

Uma redução ou mesmo retirada dos 2400 soldados alemães da Força Internacional de Assistência à Segurança (ISAF) no Afeganistão foi completamente revidada por Berlim. "Isso seria completamente fora de propósito e iria de encontro à intenção dos terroristas, que querem exatamente expulsar as forças internacionais de paz para transformar o país mais uma vez no velho caos de guerra", resume Winfried Nachtwei, do Partido Verde.

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