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Reação da economia estabiliza reprovação de Bolsonaro

8 de dezembro de 2019

Segundo Datafolha, recuperação lenta freou perda de popularidade em dezembro. No entanto, Bolsonaro chega ao fim de seu primeiro ano com o maior índice de reprovação entre os presidentes diretamente eleitos desde 1989.

O presidente Jair Bolsonaro
Os números mostram que 28% avaliam que o presidente nunca se comporta de forma aceitável no cargoFoto: Reuters/A. Machado

Pesquisa Datafolha divulgada neste domingo (08/12) aponta que a lenta recuperação econômica do Brasil estabilizou a perda de popularidade do presidente Jair Bolsonaro, que vinha sendo constante ao longo do ano.

De acordo com o instituto, a taxa de reprovação do governo, que tinha chegado a 38% em agosto, oscilou negativamente para 36% na primeira semana de dezembro, ainda dentro da margem de erro do levantamento, que é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.

Já a aprovação do governo oscilou um ponto percentual para cima, de 29% para 30%, também dentro da margem de erro.

Segundo o Datafolha, a estabilização dos números está ligada à lenta recuperação da atividade econômica, que melhorou os índices de aprovação de Bolsonaro entre as camadas mais ricas da população. O levantamento mostra que 43% da população vê com otimismo a situação econômica e acha que ela vai melhorar nos próximos meses. Em agosto, quando ocorreu a última pesquisa, o índice era de 40%.

Ainda assim, o número é significativamente mais baixo do que registrado pelo instituto em dezembro de 2018, pouco antes da posse de Bolsonaro, quando 65% da população demonstrava acreditar que a economia daria sinais de melhora.

Em abril, uma pesquisa Datafolha havia mostrado que 30% da população avaliava o governo como péssimo e ruim. Os números pioraram nos meses seguintes, chegando a 38% em agosto. Ao mesmo tempo, o percentual de pessoas que avaliaram a administração como ótima ou boa variou de 32% para 29% entre abril e agosto. Já o índice dos que apontaram o governo como regular variou entre 33% e 30%, alcançando 32% em dezembro.

O instituto ainda pediu aos entrevistados para que eles atribuíssem uma nota ao governo, em uma escala de 0 a 10. A média atribuída pelos entrevistados ao presidente foi 5,1, a mesma registrada em agosto.

Já o nível de otimismo com a atuação do governo caiu ainda mais desde agosto, atingindo o índice mais baixo desde que Bolsonaro chegou ao poder, mas ainda assim dentro da margem de erro em relação à pesquisa anterior. Em abril, 59% achavam que ele faria um governo merecedor de aprovação. Em agosto, o índice chegou a 45%. Oscilou negativamente mais uma vez em dezembro, chegando a 43%.

A pesquisa ainda apontou os segmentos entre os quais mais pessoas avaliam o governo como ótimo ou bom e que superam a média nacional de 30%. Entre eles estão homens (35%), brancos (37%), evangélicos neopentecostais (39%), pessoas que ganham mais de cinco salários mínimos (44%) e empresários (58%).

Outros setores, no entanto, têm uma prevalência maior de pessoas que avaliam o governo como ruim e péssimo e que superam a média nacional de 36% observada em dezembro. Entre eles estão as mulheres (41%), pretos (46%), indígenas (50%), os mais pobres (43%) e moradores do Nordeste (50%).

Em áreas específicas de atuação, a avaliação ótimo/bom de como o governo vem lidando com a economia melhorou, subindo de 20% para 25%, entre agosto e dezembro. Já a taxa de aprovação do governo no combate à corrupção caiu de 34% para 29%, segundo o Datafolha.

Ainda de acordo com o instituto, o temperamento de Bolsonaro continua sendo encarado com desconfiança pela maior parte da população.

Os números mostram que 28% dos entrevistados avaliam que o presidente nunca se comporta de forma aceitável no cargo. Outros 28% reprovam seu comportamento na maioria das situações, e 25% acham que Bolsonaro não se comporta adequadamente em algumas ocasiões. Só 14% acreditam que ele sempre tem comportamentos que condizem com o cargo que ocupa.

Bolsonaro, com seus 30% de aprovação, chega ao fim do primeiro ano de seu mandato com a pior avaliação entre os presidentes eleitos desde 1994, diz o instituto. Fernando Henrique Cardoso chegou ao fim de 1995 com uma aprovação de 41%, Lula, com 42%, e Dilma, 59%.

Entre os presidentes diretamente eleitos desde a redemocratização, apenas Fernando Collor registrou uma aprovação mais baixa ao final do seu primeiro ano de governo na série do Datafolha. No final de 1990, apenas 23% avaliaram seu governo como ótimo e bom.

No entanto, a reprovação (ruim/péssimo) do ex-presidente foi mais baixa do que a de Bolsonaro: 34%, contra 36% do atual mandatário.

Já Fernando Henrique, Lula e Dilma chegaram ao fim dos seus primeiros 12 meses de governo com índices de reprovação iguais ou inferiores a 15%.

O Datafolha entrevistou 2.948 pessoas em 176 municípios do país na quinta e na sexta-feira.

JPS/ots

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