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Ucrânia fecha reator em usina nuclear após ataque

6 de agosto de 2022

Combates danificam instalações da usina de Zaporíjia e aumentam perigo de incêndios no local. Tropas russas se deslocam do Donbass para o sul ucraniano e guerra deve entrar em nova fase, afirma relatório de inteligência.

Vista da usina atômica de Zaporíjia atrás de um muro com arames farpados
Agência nuclear da Ucrânia diz que há risco de dispersão de partículas de radiação na usina de ZaporíjiaFoto: ALEXANDER ERMOCHENKO/REUTERS

A agência nuclear ucraniana Enerhoatom alertou neste sábado (06/08) para um aumento do risco de incêndios e de vazamento de radiação, devido aos combates entre tropas russas e ucranianas nas proximidades da usina nuclear de Zaporíjia.

O local, segundo o órgão, "opera sob risco de violação das normas de radiação e proteção ao fogo". Ataques de artilharia no dia anterior danificaram uma usina de nitrogênio e uma seção auxiliar da usina nuclear, afirmou a agência. "O risco de vazamento de hidrogênio e da dispersão de partículas de radiação continua, e o perigo de um incêndio é bastante alto."

Uma rede de alta voltagem também foi atingida, levando os operadores da usina a desativarem um dos reatores, ainda que nenhum vazamento tivesse sido detectado. O local ainda é administrado por técnicos ucranianos.

Os funcionários continuam trabalhando para manter os níveis de segurança na maior usina nuclear da Europa, mas a ameaça gerada pela ocupação russa da usina é significativa, diz a Enerhoatom.

Guerra entra em "nova fase"

O Exército russo passou a acumular suas tropas mais ao sul na Ucrânia antes do início de uma contraofensiva por parte de Kiev, enquanto a guerra parece chegar a uma nova fase, afirma relatório de inteligência do Ministério da Defesa do Reino Unido divulgado neste sábado.

O ministério avalia que os combates mais intensos ocorrerão em uma faixa de 350 quilômetros a partir de Zaporíjia, mais próxima à região do Donbass, até Kherson, paralelamente ao rio Dnipro. 

Zaporíjia é localizada na parte sudeste do mesmo rio, enquanto Kherson é conectada com a Península da Crimeia, anexada pela Rússia em 2014, através de uma rota de grande importância estratégica. 

O relatório afirma que longos comboios de caminhões militares, tanques, reboques de artilharia e outros armamentos continuam a se afastar da região do Donbass rumo ao sudeste.

"Há também registros de equipamentos sendo transportados das cidades ocupadas de Melitopol, Berdiansk e Mariupol e do território da Rússia até a Crimeia através da ponte Kerch."

A inteligência britânica afirma que forças ucranianas no sul do país tentam interromper as linhas de abastecimento das tropas russas, ao danificar ou destruir infraestruturas como estradas e pontes.

Rússia relata morte de 600 soldados inimigos

O Ministério russo da Defesa afirmou neste sábado que suas tropas mataram quase 600 soldados ucranianos e aliados, incluindo mais de 80 "mercenários estrangeiros", em ataques aéreos e de artilharia nos últimos dias, nas regiões de Kherson e Dnipropetrovsk.

O Kremlin também disse ter destruído vários sistemas de artilharia ucranianos, incluindo lançadores múltiplos de mísseis Himars, fornecidos pelos Estados Unidos. Relatos semelhantes feitos anteriormente por Moscou foram negados por Kiev e Washington.

rc (DPA)

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