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Rebeldes começam a deixar Aleppo

13 de dezembro de 2016

Confrontos na cidade terminam com acordo para rebeldes deixarem a região. Segundo Moscou, regime sírio já controla completamente Aleppo, e operações militares cessaram.

Combatentes pró-regime caminham em bairro de Aleppo que foi controlado por rebeldes
Combatentes pró-regime caminham em bairro de Aleppo que foi controlado por rebeldesFoto: Getty Images/AFP

Depois de anos de batalha e meses de intensos bombardeios, o fim dos confrontos em Aleppo foi alcançado nesta terça-feira (13/12) com um acordo que prevê a retirada dos combatentes rebeldes da segunda maior cidade síria. Os insurgentes já começaram a deixar a região.

Segundo o embaixador da Rússia na ONU, Vitaly Churkin, o Exército da Síria já controla toda a cidade e cessou suas operações militares. A ofensiva para a retomada de Aleppo contou com o apoio de bombardeios conduzidos por Moscou, do Irã e de milícias regionais xiitas.

Churkin disse que as operações militares acabaram com o início da aplicação de um acordo para permitir a saída dos combatentes rebeldes da cidade. Segundo um repórter da Reuters, os bombardeios aparentemente cessaram.

O representante de Moscou disse esperar que o fechamento deste "difícil capítulo" permita retomar as negociações de paz na Síria e dar apoio humanitário em grande escala à população da região.

Os rebeldes têm até a noite desta quarta-feira para deixar a cidade. Além de insurgentes e seus familiares, civis também estão saindo de Aleppo. O cessar-fogo que estabelece o fim da batalha foi negociado pela Turquia, aliada dos insurgentes, e pela Rússia, que apoia Assad.

Churkin afirmou que os rebeldes já começaram a deixar a cidade por corredores estipulados para áreas que eles mesmos escolheram, inclusive para Idlib, região controlada por insurgentes.

A retirada é uma grande derrota para a oposição. No entanto, o fim da batalha em Aleppo não significa o fim da guerra no país, que continua com combates entre militares sírios e insurgentes na província de Idlib e contra jihadistas do "Estado Islâmico" (EI) em regiões no leste do país.

Civis e rebeldes começam a deixar AleppoFoto: Reuters/A. Ismail

Antes do anúncio do acordo, o Exército sírio já havia recuperado mais de 90% do território no leste do município, que estava sob controle dos rebeldes desde 2012.

Atrocidades contra civis

A derrota dos insurgentes levou uma massa de civis apavorados a deixar as áreas de Aleppo que eram controladas por grupos opositores do regime. Segundo a ONU, hospitais estão fechados, e falta água e comida nesses bairros.

A ONU denunciou ainda nesta terça-feira que as forças que apoiam o regime sírio teriam executado ao menos 82 civis, incluindo 11 mulheres e 13 crianças, "provavelmente nas últimas 48 horas" em quatro bairros do leste Aleppo recuperados dos rebeldes.

"Os relatos revelam que pessoas foram baleadas nas ruas ao tentar fugir e baleadas em suas casas. O número de vítimas pode ser maior", afirmou o porta-voz da ONU Rupert Colville.

Moscou e Damasco negaram o assassinato de civis e de rebeldes capturados. A Rússia acusou ainda os insurgentes de estarem usando civis no leste de Aleppo como escudos humanos.

A batalha em Aleppo foi uma das piores na guerra civil, que teve início em 2011. Dos 275 mil civis que se estimava viverem na cidade no início da recente ofensiva, cerca de 70 mil deixaram a região somente nos últimos dias.

O Observatório Sírio de Direitos Humanos afirmou nesta segunda-feira que a guerra no país matou mais de 312 mil pessoas desde março de 2011, incluindo 90 mil civis, entre os quais 16 mil crianças.

O número de mortos inclui mais de 53 mil rebeldes e cerca de 110 mil combatentes pró-regime, entre forças do governo e milicianos, também estrangeiros. A ONG disse ainda que 55 mil jihadistas foram mortos em combates.

CN/ap/rtr/afp/lusa/efe

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