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Rebeldes derrubam helicóptero militar no leste da Ucrânia

29 de maio de 2014

Ação de separatistas perto da cidade de Slaviansk deixa pelo menos 14 mortos, entre eles um general das Forças Armadas. Insurgentes pró-Rússia mantêm quatro observadores da OSCE como reféns.

Ukraine 14 ukrainische Soldaten bei Abschuss ihres Hubschraubers getötet 29.05.2014
Foto: picture-alliance/AP Photo

Rebeldes do leste da Ucrânia derrubaram um helicóptero militar que sobrevoava a região próxima a Slaviansk nesta quinta-feira (29/05), deixando pelo menos 14 mortos, segundo confirmou o governo em Kiev. De acordo com o presidente interino Olexandr Turtchinov, os insurgentes separatistas usaram um lança-mísseis portátil russo na ação, que matou um general ucraniano.

Apenas cinco dias após a eleição do bilionário Petro Poroshenko como novo presidente da Ucrânia, o incidente mostra que os ânimos seguem cada vez mais acirrados no país. Segundo agências de notícias, a região estava sob intenso tiroteio quando o helicóptero que levava as tropas para o campo de batalha foi abatido.

Nas últimas semanas, Slaviansk tornou-se o epicentro da luta armada entre insurgentes pró-Rússia e forças leais ao governo ucraniano. A apenas 160 quilômetros da fronteira russa, a cidade está sob controle de rebeldes, que declararam independência de Kiev. Os confrontos entre grupos opositores, que acabam atingindo civis, estão forçando muitos moradores a deixar suas casas em busca de locais mais seguros.

O governo em Kiev condena o movimento separatista e chama seus líderes de "terroristas" inflados pela Rússia. No mês passado, foi lançada uma "operação antiterrorista" contra rebeldes no leste ucraniano. Os responsáveis pela operação anunciaram nesta quinta-feira que pretendem criar um corredor humanitário para facilitar a saída dos civis de Slaviansk.

O Kremlin nega as acusações dos países ocidentais de que teria influência sobre os rebeldes. Os líderes insurgentes, por sua vez, dizem apenas estar defendendo os direitos da população do leste, cujo idioma é o russo.

Mesmo após eleições presidenciais, Ucrânia continua sob clima de guerraFoto: Reuters

Observadores desaparecidos

Também nesta quinta-feira, um líder insurgente confirmou que seus combatentes mantêm presos quatro observadores da Organização para Segurança e Cooperação na Europa (OSCE), prometendo que eles serão liberados em breve. O autoproclamado "prefeito popular" de Slaviansk, Vyacheslav Ponomarev, garantiu que os monitores, de quatro nacionalidades – turca, suíça, estoniana e dinamarquesa – estão a salvo.

"Eu tinha alertado a missão da OSCE que seus integrantes não poderiam viajar nas próximas semanas a áreas sob nosso controle. E eles decidiram aparecer do mesmo jeito", disse Ponomarev, garantindo que os monitores serão liberados – sem especificar quando.

A OSCE perdeu contato com sua equipe em Donetsk na segunda-feira. Os observadores foram à Ucrânia para avaliar as condições de segurança no país após a anexação da península da Crimeia pela Rússia e o avanço dos movimentos separatistas no leste ucraniano. Eles também fiscalizaram as eleições presidenciais que ocorreram no último domingo.

Negociações sobre gás retomadas

Rússia, Ucrânia e Comissão Europeia retomam nesta sexta-feira as negociações sobre o preço do gás russo para o mercado ucraniano. Duas rodadas de conversas já foram realizadas em Berlim depois que Moscou ameaçou cortar o abastecimento para o país vizinho, caso Kiev não pague adiantado pelo fornecimento previsto para junho.

Na segunda-feira, o comissário europeu de Energia, Günther Oettinger, disse que os dois governos estudariam a proposta apresentada por ele, pela qual a Ucrânia se comprometeria a pagar parte da dívida com a estatal russa Gazprom. A Gazprom afirma que a dívida ucraniana chegará a 5,2 bilhões de dólares em junho.

Praticamente metade do gás russo que circula pela Europa passa pela Ucrânia. Sendo assim, caso o repasse seja cortado, toda a distribuição ao oeste europeu estaria ameaçada.

MSB/ap/lusa/afp/rtr

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