Coalizão de grupos insurgentes tenta tomar o oeste da cidade, dominado pelas forças do regime de Damasco. Ataques ocorrem após intensificação dos bombardeios e investidas das tropas de Assad.
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Rebeldes sírios anunciaram nesta sexta-feira (28/19) o início de uma contraofensiva em larga escala pra romper o cerco imposto pelas tropas do regime do presidente Bashar al-Assad em Aleppo.
O Observatório Sírio dos Direitos Humanos, que monitora o conflito no país árabe, afirmou que a ofensiva tem como alvo áreas no sudoeste de Aleppo, onde os rebeldes detonaram três carros-bomba.
"Cerca de 150 projéteis caíram sobre as áreas controladas pelo regime no oeste de Aleppo", informou o chefe da ONG, Rami Abdel-Rahman, acrescentando que ao menos 15 pessoas morreram e outras 100 ficaram feridas.
A coalizão de grupos rebeldes Frente Islâmica anunciou através do Twitter que a milícia ultraconservadora Ahrar al-Sham atacou um aeroporto militar no leste da cidade e destruiu uma posição do governo na parte oeste.
Abu Yusef Muhajir, comandante militar e porta-voz da Ahrar al-Sham, disse que a operação envolve uma série de grupos de oposição ao regime de Damasco. Os rebeldes, segundo afirmou, almejam "romper o cerco de Aleppo e pôr fim à ocupação do regime no oeste da cidade e encerrar o cerco às pessoas sitiadas".
A ofensiva veio como reação às tentativas por parte das forças do governo nas últimas semanas de recapturar as áreas dominadas pelos insurgentes.
As tropas de Assad, apoiadas pelos bombardeios aéreos russos, intensificaram os ataques no mês passado, causando centenas de mortes entre os civis e destruindo infraestruturas básicas, como hospitais, o que gerou condenações por parte da comunidade internacional.
Estima-se que, desde julho, 300 mil pessoas estejam sitiadas pelas forças do governo no leste de Aleppo, sofrendo com escassez de água, alimentos e medicamentos.
RC/afp/ap/dpa
Síria: patrimônio histórico destruído na guerra civil
Cerca de 300 locais de interesse histórico já foram danificados, saqueados ou totalmente destruídos na guerra civil da Síria. Uma excursão aos patrimônios culturais ameaçados do país.
Foto: Fotolia/Facundo
Destruição
Em quase quatro anos, a guerra civil síria contabilizou centenas de milhares de mortos e o deslocamento de cerca de dez milhões de pessoas. Análises do Instituto das Nações Unidas para a Formação e Pesquisa (Unitar, em inglês) feitas por satélites mostram a destruição de patrimônios culturais no país. Nesta foto, o centro histórico de Damasco.
Foto: picture-alliance/dpa/M. Tödt
Mesquita dos Omíadas
A análise revelou que 290 sítios culturais foram fortemente atingidos. Do ano 708, a Mesquita dos Omíadas, em Damasco, teve o mosaico de sua fachada destruído por tiros.
Foto: picture-alliance/blickwinkel/Neukirchen
Imagem de destruição
Especialmente atingida foi a metrópole de Aleppo, que, com 7 mil anos de história de assentamentos, faz parte das cidades mais antigas do mundo. A imagem de satélite à direita mostra a destruição na região próxima à cidadela.
Foto: US Department of State, Humanitarian Information Unit, NextView License (DigitalGlobe)
Antes dos tiros
A Mesquita dos Omíadas, em Aleppo, também foi fortemente danificada. A mesquita, do ano 715, foi reconstruída diversas vezes nos séculos seguintes à sua construção. Especialmente o minarete, do ano de 1092, é considerado uma obra-prima arquitetônica. Aqui, uma foto da mesquita antes de ser destruída.
Foto: picture alliance/Bibliographisches Institut/Prof. Dr. H. Wilhelmy
Troca de acusações
O minarete da Mesquita dos Omíadas foi destruído durante uma batalha, em 2013. Hoje sobrou somente o escombro, já que grande parte da edificação foi gravemente danificada. O governo e os rebeldes acusam-se mutuamente.
Foto: J. Al-Halabi/AFP/Getty Images
Luta implacável
A batalha entre o governo e rebeldes por Aleppo ocorre desde 2012 e faz com que os danos sejam proporcionais ao tempo do confronto. O hotel Carlton, de 150 anos, em frente à cidadela de Aleppo, era famoso, entre outros motivos, por seu interior histórico e bem conservado.
Foto: CC-SA-BY-Preacher lad
Totalmente destruído
Hoje não sobrou nada do hotel. Em maio de 2014 foram acionados explosivos em um túnel localizado embaixo da construção. De 210 prédios históricos analisados pela Unitar em Aleppo, a metade foi danificada e um quinto foi totalmente destruído.
Foto: picture-alliance/AP Photo
Mercado de "conto de fadas"
Visitantes do mercado de Aleppo se sentiam num conto de fadas das mil e uma noites. O bazar, que permaneceu inalterado desde o século 16, consistia de uma longa rede de vielas totalizando sete quilômetros.
Foto: AP
Perdido para sempre
Em 2012, um incêndio causou danos irreversíveis ao mercado. De acordo com números oficiais, 1.500 das 1.600 lojas no bazar foram danificadas ou destruídas.
Foto: AP
Inconquistável, mas…
Numa fortaleza curda, foi construído durante os séculos 12 e 13 o chamado Forte dos Cavaleiros, um castelo para cavaleiros das Cruzadas. A edificação era conhecida por nunca ter sido conquistada por meio de guerra ou de cerco.
Foto: picture-alliance/AP Photo/D. Vranic
… não indestrutível
O castelo, que se localiza ao leste de Homs e próximo à fronteira com o Líbano, foi submetido novamente à artilharia de fogo e ataques aéreos. A luta deixou o teto e muros destruídos, como também partes da edificação desmoronadas.
Foto: picture-alliance/AP Photo/D. Vranic
Impossível de se reconhecer
Dura Europos foi fundada no ano 300 a.C. como uma colônia militar. Aqui não somente as batalhas, mas também os constantes saques foram responsáveis para que muitas edificações da chamada "Pompeia síria" não sejam mais reconhecíveis.
Foto: picture-alliance/akg-images/Leo G. Linder
Templo destruído
A cidade de Palmira é considerada um dos centros culturais da antiguidade. Lutas, saques e o roubo de pedras afetaram consideravelmente as atrações históricas. De 2 mil anos, o templo de Baal – na foto, antes da guerra civil – perdeu uma de suas colunas.