Depois de expulsar tropas do governo do aeroporto de Donetsk, separatistas falam em ampliar domínio na região. Ucrânia acusa Rússia de enviar soldados e armamento.
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O líder dos separatistas em Donetsk, Alexander Zakharchenko, afastou nesta sexta-feira (23/01) a possibilidade de iniciativas de paz por parte dos rebeldes e advertiu que suas forças preparam uma ofensiva para ampliar o seu domínio.
"Nosso lado deixará de tentar novas conversações sobre tréguas. Não haverá mais cessar-fogo. Vamos avançar até a fronteira da província de Donetsk", disse o líder rebelde, citado por agências de notícias russas.
A Otan também declarou que tem indícios de que uma grande ofensiva rebelde está para acontecer, dada a quantidade de armamento pesado que está sendo deslocada a partir da Rússia.
Esta semana, o governo em Kiev denunciou que tropas e armamento russo cruzaram a fronteira com a Ucrânia, o que permitiu aos rebeldes separatistas expulsar as tropas ucranianas para fora do aeroporto de Donetsk, que estava sob disputa.
"Grupos terroristas russos violaram todos os acordos anteriores de cessar-fogo e estão assumindo suas operações ativas ofensivas", disse o chefe do Conselho de Segurança e Defesa Nacional da Ucrânia, Olexandr Turtchinov, durante uma reunião do governo, nesta sexta-feira. "Estamos falando de unidades ativas das Forças Armadas russas", acrescentou.
Os combates entre o governo de Kiev e os rebeldes pró-Rússia se intensificaram nos últimos dias no leste ucraniano. Os rebeldes passaram a dominar mais território do que havia sido acertado num cessar-fogo assinado em setembro, em Minsk, em Belarus.
UE ameaça com novas medidas
O ministro do Exterior da Letônia, Edgars Rinkevics, que tem um papel de liderança na diplomacia da União Europeia (UE), afirmou nesta sexta que a nova onda de violência no leste ucraniano está prejudicando o acordo de cessar-fogo com a Rússia e advertiu que a UE pode tomar novas medidas para penalizar Moscou.
"Se a Rússia não implementar ou não concorda em implementar esses acordos, teremos que verificar, em nível de União Europeia, que tipos de pressão adicional podemos aplicar", disse Rinkevics.
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, acusou o governo em Kiev de ter lançado uma ofensiva "criminosa" contra os separatistas, culpando-o pelo recente acirramento do conflito no leste do país e pelas dezenas de mortes. Além disso, Putin ressaltou que a Ucrânia ainda não respondeu a uma proposta enviada por ele ao presidente ucraniano, Petro Poroshenko, de retirar as armas pesadas da linha de demarcação estabelecida em setembro.
Segundo estimativa das Nações Unidas, desde o início do conflito, em abril de 2014, mais de 5 mil pessoas morreram e aproximadamente 11 mil foram feridas. A ONU, no entanto, teme que estes números possam ser ainda maiores. Somente nos últimos nove dias, 262 pessoas perderam a vida devido aos combates entre soldados do governo e separatistas pró-Rússia no leste da Ucrânia.
A semana em imagens (de 19 a 25 de janeiro)
Veja os acontecimentos que marcaram o noticiário internacional.
Foto: Reuters/M. Brindicci
Vitória da oposição na Grécia
A vitória da aliança esquerdista Syriza nas eleições parlamentares da Grécia, realizadas neste domingo, é confirmada logo nos primeiros levantamentos após a votação. Entre as principais bandeiras do partido está a suspensão do programa de austeridade imposto em troca de ajuda financeira internacional ao país em crise. (25.01.2015)
Foto: Reuters/Y.Behrakis
Abraço de Obama e Modi
Presidente americano, Barack Obama, e primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, mostram sintonia em um simbólico abraço assim que o chefe de governo dos EUA desembarca em Nova Déli. Mais tarde, eles anunciariam acordo de cooperação nuclear e nas áreas de comércio e defesa. (25.01.2015)
Foto: picture-alliance/AP Photo
Alemanha coberta de neve
Uma frente fria cobriu de branco boa parte da Alemanha neste sábado. Por volta de meio-dia, cidades como Schleswig, no norte, Emden, na Baixa Saxônia, e Düsseldorf, na Renânia do Norte-Vestfália, já tinham acumulado 7 centímetros de neve. Até o fim da noite, preveem institutos de meteorologia, a neve deve chegar ao Lago Constança – extremo sul do país. (24.01.2015)
Foto: picture-alliance/dpa/Marcel Kusch
Morre rei saudita
O rei Abdullah da Arábia Saudita morreu vítima de uma pneumonia. O sucessor é o seu meio-irmão e príncipe herdeiro, Salman, que já exercia algumas funções do rei, internado em dezembro. Abdullah, que tinha mais de 90 anos, governou a Arábia Saudita desde 2005, mas era o governante de facto desde 1995, depois de seu antecessor, o rei Fahd (também um meio-irmão), ter sofrido um derrame. (23.01.2015)
Foto: Reuters/D. Martinez
BCE tenta aquecer zona do euro
Banco destina 60 bilhões de euros por mês para a compra de títulos públicos, na esperança de afastar a deflação da área de moeda única europeia. Programa deve ter início em março e durar pelo menos até setembro de 2016. Na foto, o presidente do BCE, Mario Draghi. (22.01.2015)
Foto: REUTERS/Kai Pfaffenbach
Pequeno orangotango encanta a Alemanha
Um filhote nascido no zoológico de Berlim no início da semana foi batizado de Rieke. O nome foi escolhido entre 600 propostas enviadas por leitores de dois jornais. O orangotango, que foi rejeitado pela mãe e está aos cuidados de funcionários do zoológico, mede 38 centímetros e pesa 1,8 quilo. (22.01.2015)
Foto: Zoo Berlin/dpa
Ataque a ponto de ônibus na Ucrânia
Poucas horas depois do encontro em Berlim para negociar um cessar-fogo na Ucrânia, um ataque próximo a um ponto de ônibus na cidade de Donetsk deixou pelo menos sete civis mortos e nove feridos, segundo as autoridades locais. (22.01.2015)
Foto: Reuters/Reuters TV
Líder do Pegida renuncia
Depois de a imprensa alemã divulgar uma foto em que ele aparece imitando Hitler, o líder do Pegida, Lutz Bachmann, renunciou ao posto. A foto, e denúncias de que Bachmann teria publicado ofensas a refugiados em sua página no Facebook, levaram promotores a abrir um inquérito contra ele por incitação ao ódio. (21.01.2015)
Foto: picture-alliance/dpa/M. Brandt
Obama em tom desafiador
Falando diante de um Congresso dominado pelos republicanos, presidente dos EUA, Barack Obama, destacou recuperação econômica e defendeu medidas que beneficiem a classe média, em detrimento das camadas mais ricas. Obama também pediu o fim do embargo econômico a Cuba. (21.01.2015)
Foto: Reuters
Nacionalidade francesa para Bathily
O muçulmano Lassana Bathily, que ajudou a salvar a vida de várias pessoas no atentado a um mercado judaico de Paris, em 9 de janeiro, recebeu a nacionalidade francesa das mãos do primeiro-ministro Manuel Valls e do ministro do Interior, Bernard Cazeneuve. "Estou muito feliz por ter a dupla nacionalidade", disse Bathily, que teve um pedido recusado em 2011. (20.01.2015)
Foto: picture alliance/AP Photo
Dilma veta correção na tabela do IR
A presidente Dilma Rousseff não aprovou a correção de 6,5% na tabela do Imposto de Renda para pessoas físicas, argumentando que "levaria à renúncia fiscal na ordem de 7 bilhões de reais". (20.01.2015)
Foto: Reuters/P. Whitaker
China registra pior crescimento desde 1990
A segunda maior economia do mundo cresceu 7,4% em 2014, menos do que a meta estabelecida pelo governo e do que no ano anterior. Economistas e FMI preveem nova desaceleração em 2015. (20.01.2015)
Foto: AFP/Getty Images/J. Eisele
Protesto contra "Charlie Hebdo" na Chechênia
Patrocinada pelo governo, manifestação contra a publicação de caricaturas de Maomé pelo jornal satírico francês reúne 800 mil pessoas na capital Grózni. (19.01.2015)
Foto: Reuters/E. Korniyenko
Guiné reabre escolas
Com a diminuição de casos de ebola, governo retoma aulas depois de dez meses e adota diretrizes para proteger estudantes. No fim de semana, vizinho Mali foi declarado livre da doença. (19.01.2015)
Foto: AFP/Getty Images/C. Binani
Desigualdade social
Segundo relatório da Oxfam, a riqueza acumulada de 1% da população mundial vai superar a dos outros 99% em 2016. Hoje, para cerca de 80% da população já restam apenas 6% da fortuna global, e 1 bilhão de pessoas vive com 3 reais por dia. (19.01.2015)
Procurador que denunciou Cristina Kirchner é encontrado morto
Alberto Nisman havia acusado, na semana passada, a presidente argentina de favorecer suspeitos iranianos de ataque a centro judaico com o objetivo de se aproximar de Teerã. Causa da morte ainda é desconhecida. (19.01.2015)