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Criminalidade

Rebelião no RN foi vingança por Manaus, diz governador

17 de janeiro de 2017

Robinson Faria afirma que motim, que deixou 26 mortos no fim de semana, foi represália do PCC à matança ocorrida em Manaus no início do ano. Líderes da facção serão transferidos para outros estados.

Revolta na prisão de Alcaçuz Foto: Reuters

A recente rebelião registrada na penitenciária de Alcaçuz, nos arredores de Natal, foi uma vingança da facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital) pelo massacre ocorrido em Manaus no início do ano, afirmou nesta terça-feira (17/01) o governador do Rio Grande do Norte, Robinson Faria, em Brasília.

"Até hoje, nunca tínhamos visto um enfrentamento dentro dos presídios entre o PCC e o Sindicato do Crime", disse Faria, em alusão às duas facções que ele afirma estarem envolvidas na matança de 26 pessoas no final de semana. "Isso se transformou numa guerra", disse ele, que esteve na capital para se reunir com o ministro da Justiça, Alexandre de Moraes. Na segunda-feira, o governador havia pedido o apoio do governo central para enfrentar a crise carcerária.

"Essa briga não é do Rio Grande do Norte. É uma represália pelo que aconteceu no Amazonas, é uma vingança", disse Faria. Ele disse ainda que o PCC mandou um "recado" para o governo de que iria "tocar fogo em Natal" caso os líderes da facção fossem transferidos para prisões de outros estados. Apesar disso, Faria disse que o estado não se intimidou e determinou a transferência de dez presos para presídios federais. Seis deles sairão de Alcaçuz.

Faria também afirmou que há indícios de algum tipo de favorecimento que tenha permitido a rebelião na penitenciária de Natal. Ao final da entrevista, ele afirmou que agentes penitenciários e policiais que colaboram com a fuga de presos são "piores que bandido".

Outros princípios de motim foram contidos na prisão de Alcaçuz nesta terça, mas os presos continuavam nos telhados do presídio. O governador negou que a situação esteja fora de controle. "O governo tem o controle. Tanto tem que conseguimos tirar os líderes do PCC", disse Faria, segundo a Agência Brasil, salientando que não houve mortes de policiais, agentes penitenciários ou reféns. "A briga ficou restrita entre o PCC e o Sindicato do Crime do Rio Grande do Norte", completou.

Crise carcerária

O motim de sábado em Alcaçuz é um dos mais recentes capítulos da onda de violência que tomou conta das penitenciárias brasileiras desde o começo do ano. Em apenas duas semanas, mais de 130 pessoas morreram em rebeliões atribuídas a uma disputa externa pelo controle do narcotráfico no país.

A primeira delas aconteceu no Ano Novo no Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj), em Manaus, onde 56 pessoas foram assassinadas. Acredita-se que a maioria das vítimas eram membros do PCC, facção originária de São Paulo e considerada a maior organização criminal do país. O ataque foi atribuído à facção Família do Norte (FDN), que controla o tráfico de drogas na região amazônica.

IP/dpa/ots

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