Rede social de Trump deve ser lançada em fevereiro
7 de janeiro de 2022
Batizado de Truth Social, serviço do grupo de mídia do ex-presidente promete ser uma alternativa a gigantes como Twitter e Facebook, que Trump acredita serem tendenciosas contra ele e outras vozes conservadoras.
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O grupo de mídia do ex-presidente dos EUA Donald Trump planeja lançar sua há muito prometida plataforma de internet no próximo mês. O aplicativo, chamado Truth Social, deve estar disponível em 21 de fevereiro, de acordo com a App Store da Apple.
O serviço da Trump Media & Technology Group (TMTG) se destina a ser uma alternativa ao Twitter e deve ter também funções semelhantes ao Facebook.
Como o Twitter, o aplicativo oferecerá a possibilidade de seguir outros assinantes e também trending topics, de acordo com imagens de promoção já divulgadas. Sua mensagem, equivalente a um tuíte, será apelidada de "truth" (verdade).
Trump anunciou a criação de sua própria rede online depois que foi banido de Twitter, Facebook e Youtube após a invasão do Capitólio dos Estados Unidos há um ano.
Alternativa às redes sociais estabelecidas
Ele anunciou que a nova plataforma seria uma alternativa às empresas de internet já estabelecidas que ele acredita serem tendenciosas contra ele e outras vozes conservadoras.
De acordo com a TMTG, a rede social está sendo usada por convidados enquanto se prepara para ser lançada ao público.
Nesta quinta-feira, no primeiro aniversário da invasão ao Capitólio, o presidente dos EUA, Joe Biden, atacou Trump, afirmando que ele é "um mentiroso" e alguém cujo ego não permite reconhecer a derrota, criticando duramente as tentativas de seu antecessor de reverter o resultado da eleição de 2020, prometendo que não deixará ninguém colocar um "punhal na garganta da democracia".
Trump, que passou o ano passado espalhando teorias de conspiração sobre sua derrota eleitoral para milhões de seguidores, rapidamente respondeu, divulgando uma série de declarações reiterando suas mentiras sobre a eleição "fraudada" e classificando o discurso de Biden como "teatro político".
A Truth Social deve competir com outras plataformas para aqueles que se afastam das redes sociais estabelecidas, por causa de supostas restrições à liberdade de expressão. Gettr, que foi lançado no início de julho pelo ex-assessor de Trump, Jason Miller, assim como Parler e Gab já se posicionaram no mercado.
md/lf (AP, Reuters)
Que poderes tem o presidente americano?
Muitos pensam que quem chefia a Casa Branca tem a supremacia política mundial. Mas não é bem assim: os poderes do presidente dos Estados Unidos são limitados por instrumentos democráticos.
Foto: Klaus Aßmann
O que diz a Constituição
O presidente dos EUA é eleito por quatro anos, com direito a uma reeleição. Ele é, ao mesmo tempo, chefe de Estado e de governo. Cerca de quatro milhões de pessoas trabalham no Executivo americano, incluindo as Forças Armadas. É tarefa do presidente implementar as leis aprovadas pelo Congresso. Como o mais alto diplomata, ele pode receber embaixadores − e assim reconhecer outros Estados.
Foto: Klaus Aßmann
Controle entre os Poderes
Os Três Poderes se influenciam mutuamente, de forma que limitam o poder um do outro. O presidente pode conceder indultos a pessoas condenadas e nomear juízes federais − mas somente com a aprovação do Senado. O presidente também nomeia seus ministros e embaixadores − se aprovados pelo Senado. Esta é uma das formas de o Legislativo controlar o Executivo.
Foto: Klaus Aßmann
A importância do Estado da União
O presidente informa o Congresso sobre a situação do país no pronunciamento chamado Estado da União. Embora não esteja autorizado a apresentar propostas de leis ao Congresso, o presidente americano pode apresentar ali os temas que acha importantes e, assim, pressionar o Congresso a tomar atitudes. Mas não mais do que isso.
Foto: Klaus Aßmann
Ele pode dizer "não"
Quando o presidente devolve um projeto de lei ao Congresso sem sua assinatura, isso significa que ele o vetou. Esse veto só pode ser anulado pelo Congresso com uma maioria de dois terços em ambas as câmaras (Câmara dos Representantes e Senado). Segundo dados do Senado, em toda a história, dos pouco mais de 1.500 vetos, apenas 111 foram anulados, ou seja, 7%.
Foto: Klaus Aßmann
Pontos indefinidos
A Constituição e as decisões da Suprema Corte não explicitam claramente quanto poder o presidente tem. Um truque permite um segundo tipo de veto, o "veto de bolso". Sob certas circunstâncias, o presidente pode "embolsar" um projeto de lei e assim ele não terá validade. O Congresso não pode anular esse veto. O truque já foi usado mais de mil vezes.
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Instruções com poder de lei
O presidente pode ordenar aos funcionários do governo que cumpram suas responsabilidades. Essas ordens, conhecidas como "executive orders", têm força de lei. Ninguém precisa ratificá-las. Mesmo assim, o presidente não pode fazer o que bem entender. Tribunais podem derrubar essas ordens ou o Congresso pode aprovar uma lei contra elas. Ou então o próximo presidente pode simplesmente revogá-las.
Foto: Klaus Aßmann
Pequena autonomia
O presidente pode negociar acordos com outros governos, mas no final eles têm que ser aprovados por uma maioria de dois terços pelo Senado. Para contornar isso, em vez de acordos, os presidentes usam "acordos executivos", são documentos governamentais que não requerem a aprovação do Congresso. Eles podem ser aplicados desde que o Congresso não se oponha ou aprove leis que invalidem o acordo.
Foto: Klaus Aßmann
Congresso pode intervir
O presidente é o comandante supremo das Forças Armadas, mas é o Congresso que pode declarar guerra. Não está definido até que ponto um presidente pode comandar soldados em um conflito armado sem aprovação prévia. Isso aconteceu na Guerra do Vietnã, quando o Congresso interveio por lei após achar que o presidente extrapolou sua competência.
Foto: Klaus Aßmann
Impeachment e rejeição do Orçamento
Se um presidente abusar de seu cargo ou cometer algum crime, a Câmara dos Representantes pode iniciar um processo de impeachment. Isso já aconteceu três vezes na história americana, mas sem sucesso. No entanto, existe uma ferramenta mais poderosa para tolher o presidente: por ser responsável pela aprovação do Orçamento público, o Congresso pode vetá-lo e, assim, paralisar o trabalho do governo.