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Web 2.0 no Haiti

21 de janeiro de 2010

Em meio ao caos, à falta de luz e às linhas de telefone fixo mudas em Porto Príncipe, serviços virtuais como YouTube, Twitter e Facebook ganham importância como fontes de informação sobre o Haiti.

Primeiras imagens do tremor foram divulgadas no YouTubeFoto: You Tube

Sobre uma colina ao lado da capital Porto Príncipe, uma haitiana olha consternada para a cidade sobre a qual uma nuvem de poeira cinza e grossa se ergue após o terremoto. A imagem de vídeo amador, feita por ela com um telefone celular, treme, enquanto a autora do vídeo grita: "Isso é o fim do mundo!".

Inúmeros vídeos semelhantes a esse podem ser vistos no YouTube ou em outros portais de vídeo na internet. Eles são as primeiras imagens que o mundo viu da catástrofe no Haiti.

A maioria das formas convencionais de comunicação ainda permanece interrompida após o terremoto: as linhas de telefone fixo estão mudas e falta luz a toda hora. Para os sobreviventes e seus parentes, a internet se tornou o principal meio de comunicação.

Apenas nas primeiras 24 horas após o tremor, o número de cliques relacionados com a palavra-chave "Haiti" cresceu 1.558%, relata a empresa de segurança eletrônica Zscaler. O fluxo de informações relacionadas ao tema cresceu 5.407% na rede mundial de computadores no mesmo período.

Troca de informações via Twitter

Pedre: 6 mil seguidores no Twitter

Principalmente para os milhões de exilados haitianos, a internet é no momento a principal ligação com a terra natal. É por meio dela que eles procuram saber se amigos, parentes e conhecidos sobreviveram à tragédia.

Mas a internet também é usada pelas pessoas que moram no Haiti: por meio do serviço de microblog Twitter são trocadas informações. "O hospital francês na rua Marcadieux Bourdon está aberto", escreve um certo Frederic Dupoux. Já Carel Pedre envia a mensagem: "Uma garota está viva sob os escombros. Rua Amiral Nr. 8, ligue para 509.3508.2789. Precisamos de ajuda!".

Pedre é um conhecido apresentador de rádio e televisão no Haiti e, no momento, um dos usuários que mais colocam mensagens no Twitter: em inglês, francês ou crioulo, ele relata para o mundo o que está acontecendo em Porto Príncipe. Pedre tem 6 mil seguidores, ou seja, pessoas que leem as suas mensagens.

A primeira mensagem foi divulgada por ele poucas horas depois do terremoto. "Alô, mundo! Khara e eu estamos em segurança!".

Também ajudantes estrangeiros repassam suas impressões por meio do Twitter. O bombeiro alemão Irakli West integra uma equipe de resgate que viajou para o Haiti para ajudar nas buscas por soterrados.

Uma das mensagens mais recentes de West foi: "Está na hora de ir para a cama. Já encontrei três ou quatro tarântulas na barraca. Vou dormir lá fora de novo!".

Imagens de satélite

Google Earth colocou na web imagens de satélite do Haiti após o terremotoFoto: GoogleEarth

As equipes de resgate recebem apoio também do Google, por meio de imagens de satélite disponibilizadas no serviço Google Earth. A empresa divulgou no seu blog Google Latlong que, após inúmeros pedidos de usuários e organizações humanitárias, colocou imagens recentes na rede com o objetivo de ajudar nas buscas por vítimas e na identificação das regiões mais atingidas.

No Facebook foi criada, logo após o terremoto, a comunidade "Help for Haiti", que já tem mais de 20 mil membros. Já a comunidade "pour l'annulation de la dette de Haiti" exige a anulação da dívida externa do país.

Doações pela internet

No Twitter, o rapper Wyclef Jean incentiva as pessoas a fazerem doações ao Haiti, país onde nasceu. Muitas organizações estão coletando doações por meio das redes sociais na internet, atingindo assim o público jovem.

A desvantagem: nem sempre é possível saber quem está por trás dos pedidos. Por isso, o Instituto Central Alemão de Questões Sociais (DZI) alerta para os golpistas que procuram se aproveitar da boa vontade de quem quer fazer doações.

Segundo o diretor Burkhard Wilke, é bom desconfiar de pedidos feitos por e-mail. "Quando a propaganda para uma doação é muito, mas muito emocional e contém poucas informações técnicas, é melhor ficar alerta."

Autora: Ina Rottscheidt (as)

Revisão: Carlos Albuquerque

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