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Terrorismo

Redes sociais facilitaram captura de foragido sírio

Sabrina Pabst
12 de outubro de 2016

Jaber al-Bakr só foi preso por causa da mobilização da comunidade síria na Alemanha, que compartilhou pedido de procura-se da polícia no Facebook, Twitter e Whatsapp – e depois festejou a captura.

Post no Facebook mostra Bakr imobilizado por um refugiado sírioFoto: facebook.com/Syrien.Deutschland1

"'Procura-se' da polícia alemã", dizia uma frase acima de um post do Facebook com duas fotos de um homem de cabelos escuros usando um moletom cinza. Tratava-se de um pedido de ajuda da polícia investigativa do estado da Saxônia, incluindo o telefone da polícia de Leipzig, que solicitava às pessoas para que denunciassem o suspeito Jaber al-Bakr, de 22 anos.

Aparentemente agindo em nome do "Estado Islâmico" (EI), Bakr teria planejado um ataque com bomba a um aeroporto de Berlim e configurava uma ameaça para a segurança interna da Alemanha. Em pouco tempo, o post é compartilhado por diversos grupos do Facebook, por exemplo pela Comunidade Síria na Alemanha, que tem 195 mil membros.

"Compartilhe, compartilhe, compartilhe" também era a ordem em outro grupo do Facebook, o German LifeStyle GLS, que reúne 90 mil pessoas que ajudam sírios a se adaptarem ao país. "Quem tiver visto esse homem, por favor avise a polícia imediatamente", dizia a mensagem. "Como sírios, devemos combater aqueles que querem prejudicar quem nos apoia", comentou um membro, abaixo do post.

Aviso de procura-se da polícia pedia a pessoas para que reportassem suspeitoFoto: Facebook/syrien.deutschland1

Os sírios que vivem na Alemanha têm muitas conexões pessoais, especialmente por meio de redes sociais como Facebook, Twitter e Whatsapp. Por meio delas, eles discutem de tudo, desde a burocracia alemã e os choques culturais no país até o que está acontecendo na sua terra natal. Esses grupos públicos ou privados contam com milhares de membros. Cada post alcança um número grande de pessoas em um curto espaço de tempo.

Entre as pessoas que leram o post da polícia alemã está Mohammed A.. Pouco antes, Bakr havia pedido a ele e a mais dois amigos se poderia pernoitar no apartamento deles. No momento em que Mohhamed leu a mensagem, Bakr dormia no sofá da sala. Quando souberam que a polícia estava conduzindo uma operação nacional de busca para capturar Bakr, Mohammed e seus amigos imobilizaram o hóspede e ligaram para a polícia.

Poucas horas depois, Mohammed e seus amigos eram celebrados como heróis – também pelas redes sociais. "Estamos exaustos, mas felizes: o suspeito Bakr foi preso esta noite em Leipzig", informava a polícia no Twitter.

Conjunto residencial onde Bakr foi detido, em LeipzigFoto: Reuters/O. Ellrodt

À medida que a notícia da captura de Bakr se espalhava, a comunidade síria na Alemanha respirava aliviada. "Um sírio prendeu o terrorista Bakr de uma forma cool. Graças a Deus que esse terrorista foi capturado e entregue à polícia. Vamos dar boas-vindas aos sírios", dizia um post.

Além de júbilo com a prisão, as redes sociais também testemunharam muita raiva contra pessoas como Bakr, que ajudam a aumentar a desconfiança contra seus compatriotas. Mohammed S., por exemplo, estava chateado e não mediu palavras na hora de mostrar seus sentimentos. Ele se disse satisfeito por poder viver pacificamente na Alemanha. "Nem todos os sírios vieram para cá para se explodir e cometer atos de violência. Existem sírios que fizeram coisas maravilhosas na Europa, e eu vou fazer o possível para servir a esse país que me acolheu e me deu oportunidades."

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