Reforma do mercado de trabalho gera polêmica
27 de junho de 2002O relatório final com as propostas da Comissão Hartz só deverá ser divulgado em meados de agosto. Contudo, os pontos já conhecidos do projeto vêm gerando grande controvérsia entre o governo e os partidos da oposição. Entre outras coisas, a Comissão deverá sugerir que os desempregados de longo prazo se tornem funcionários do Departamento Federal do Trabalho, que os "alugaria" às empresas para serviços temporários.
Enquanto o ministro do Trabalho afirmou aprovar inteiramente as sugestões do grupo de trabalho, em entrevista publicada nesta quinta-feira (27) pelo jornal General Anzeiger de Bonn, a presidenta da União Democrata-Cristã (CDU), Angela Merkel, criticou pontos específicos da proposta.
Engodo gigantesco
Para o líder da bancada da CDU no Parlamento, Friedrich Merz, todo o processo em torno à Comissão Hartz seria "um engodo gigantesco". Na opinião do deputado oposicionista, o chanceler federal, Gerhard Schröder, estaria necessitando de um instrumento qualquer para melhorar a sua imagem de reformador da Alemanha, poucas semanas antes das eleições parlamentares.
A idéia da Comissão Hartz é a "terceira encenação" de Schröder com intuitos eleitorais, segundo Merz. Antes disso, o chanceler teria lançado a Aliança pelo Trabalho, "que nunca trouxe nada de substancial" e, depois, substituído o presidente do Departamento Federal do Trabalho, "que hoje prega exatamente o contrário do que falava, quando assumiu o cargo".