Refugiada imortalizada em revista é presa no Paquistão
26 de outubro de 2016
Sharbat Gula, a afegã que ficou famosa por estampar a capa da "National Geographic" em 1985, é detida por porte de documento ilegal. Pena pode chegar a 14 anos de prisão.
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A afegã Sharbat Gula, imortalizada com seus olhos verdes na famosa capa da revista National Geographic em junho de 1985, foi detida nesta quarta-feira (26/10) no Paquistão por posse de um documento de identidade falso.
A refugiada afegã, hoje com 46 anos, não tem nacionalidade paquistanesa e teria obtido o documento subornando funcionários públicos. Ela foi levada para uma prisão para mulheres, onde esperará até que um tribunal analise seu caso. A pena pode chegar a 14 anos de reclusão.
"Ela pode ser expulsa do país", disse uma fonte da agência federal de investigação paquistanesa.
A agência federal começou a investigar o caso de Gula em fevereiro de 2015, quando foram revelados vários casos de refugiados afegãos que buscam documentos paquistaneses para não ser expulsos do país.
As autoridades paquistanesas lançaram uma grande operação para deter portadores de documentos falsos. Mais de 90 milhões de identidades foram checadas, das quais mais de 60 mil eram falsas e pertenciam a estrangeiros.
O Paquistão abriga 1,4 milhão de afegãos registrados legalmente e outros 900 mil em situação ilegal, o que os transforma em uma das maiores e mais antigas comunidades de refugiados do mundo. Eles começaram a chegar a território paquistanês com a invasão soviética, em 1979.
Gula, então com 12 anos, foi imortalizada pelo fotógrafo americano Steve McCurry em um campo de refugiados da cidade de Peshawar em 1985. Seu rosto envolvido num lenço vermelho e seus poderosos olhos verdes transformaram a imagem da menina em um ícone da fotografia contemporânea.
McCurry voltou a fotografar Gula 17 anos mais tarde no Afeganistão e descobriu que a mulher, que então tinha 30 anos, desconhecia sua fama internacional.
CN/efe/lusa/ap
As mais belas fotografias de natureza de 2016
De morcegos a orcas, de raposas a vulcões, de sépias a cupins: o prêmio Wildlife Photographer of the Year é concedido às imagens mais espetaculares do mundo natural. Conheça 11 dos indicados em 2016.
"Noisy neighbour"
O renomado prêmio de fotografia da natureza Wildlife Photographer of the Year (WPY) é concedido pelo Museu de História Natural de Londres desde 1965. Milhares de fotógrafos profissionais e amadores concorrem a cada ano: em 2016 houve quase 50 mil inscrições. Nesta foto, uma pequena raposa-vermelha arrisca uma olhadela curiosa por sobre o muro de seus vizinhos humanos em Bristol, na Inglaterra.
"Termite tossing"
Fácil como comer amendoim. Este calau desenvolveu uma técnica especial para degustar cupins: ele cata um a um com o pontudo bico, joga para o ar e deixa cair na goela aberta. A foto foi tirada no Kgalagadi Transfrontier National Park, na África do Sul.
Foto: Willem Kruger
"Collective courtship"
A cada inverno, milhares de sépias-gigantes se reúnem nas águas rasas do Golfo de Spencer, na Austrália. Os machos promovem um iridescente espetáculo visual: para atrair as fêmeas, eles alteram com rapidez estonteante a cor e padrões de sua pele.
"Crystal precision"
Todas as noites, pouco antes do ocaso, cerca de 30 morcegos saem de uma casa abandonada em Salamanca, na Espanha. Embora não sejam vampiros, sua fome é de dar medo: cada um deles consome cerca de 3 mil insetos nessa caça noturna.
"Playing pangolin"
Continuando no tema "caçadores noturnos": este leão escolheu como presa um pangolim, parente distante do tatu das estepes africanas. Reconhecendo o perigo, o mamífero encouraçado apela para o que sabe fazer melhor: enrolar-se em forma de bola. O rei dos animais vai precisar de paciência – ou de excelentes dentes.
"Swarming under the stars"
Num show tão belo quanto fugaz, um enxame de efemerópteros circula sobre o rio Raab, na Hungria. Este fenômeno só dura alguns dias, na época do acasalamento dos insetos, entre o fim de julho e o início de agosto.
"Thistle-plucker"
Este pintarroxo combina perfeitamente com o entorno multicolorido da Cordilheira de Rila, no sudoeste da Bulgária. Com delicada destreza, o pequeno pássaro cata as sementes na flor de um cardo.
"The disappearing fish"
Uma especialidade do peixe-galo (Selene vomer) é se tornar invisível. Para se esconder de predadores, o enxame usa a polarização da luz, escolhendo o ângulo de incidência solar em que seu corpo reflete o ambiente circundante – como aqui, nas proximidades da ilhota Contoy, no México.
Foto: Iago Leonardo
"Golden relic"
O langur-de-cabeça-dourada porta o triste recorde de ser uma das espécies de primatas mais ameaçadas de extinção. Em todo o planeta, não existem mais do que 2.500 exemplares. O da foto foi avistado na ilha Umananda, na Índia, onde só vivem seis espécimes desses irrequietos macaquinhos.
"Splitting the catch"
Antigamente os pescadores da Noruega vigiavam as orcas, cuja presença indica a proximidade de cardumes de arenques. No entanto, os animais viraram a mesa quando aprenderam a reconhecer o barulho que os barcos pesqueiros fazem ao recolher as redes. Um prato cheio para os inteligentes cetáceos e as gaivotas da área, como se vê nesta foto.
"Blast furnace"
O vulcão Kilauea, na ilha havaiana Big Island, oferece uma visão espetacular quando sua corrente de lava encontra a água do oceano, a intervalos regulares. No idioma local, "kilauea" significa "cuspir". A erupção mais recente do vulcão foi em 1983 e perdura até hoje, mais de três décadas depois.