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Refugiados atacam polícia alemã para evitar uma deportação

Nik Martin pv
3 de maio de 2018

Dezenas de requerentes de refúgio ameaçam e agridem policiais que tentavam executar deportação de jovem togolês. Polícia retorna ao local três dias depois e detém várias pessoas.

Polícia retornou ao local no dia seguinte para cumprir ordem de extradiçãoFoto: picture-alliance/dpa/S. Puchner

Um refugiado togolês, que deveria ser deportado pelas autoridades do estado alemão de Baden-Württemberg e desaparecera depois que cerca de 150 requerentes de refúgio atacaram dois veículos policiais, foi localizado pela polícia alemã nesta quinta-feira (03/05).

Após o fracasso da deportação, nesta segunda-feira, a polícia voltou ao local nesta quinta-feira e deteve vários africanos no centro de recolhimento de requerentes de refúgio de Ellwangen, cidade localizada entre Nurembergue e Stuttgart. O togolês de 23 anos foi identificado e está entre os homens sob custódia.

Segundo a polícia, a operação desta quinta-feira, que contou com centenas de policiais, visava identificar as pessoas responsáveis pelo motim. Além disso, havia indícios de que os moradores do centro queriam se unir para confrontar futuras operações policiais. Até mesmo o uso de armas de fogo foi mencionado, disse o secretário do Interior de Baden-Württemberg, Thomas Strobl, em entrevista à emissora local SWR.

O ministro do Interior, Horst Seehofer, afirmou que o ocorrido foi um "tapa na cara da população que se comporta dentro da lei" e que o direito de refúgio não deve "ser pisoteado dessa maneira". Ele acrescentou que, em situações como essa, a polícia deve reagir com rigor. 

Ataque a policiais

Nesta segunda-feira, quatro policiais foram ao centro de recolhimento de imigrantes de Ellwangen para buscar o togolês de 23 anos. Um grupo de cerca de 150 refugiados reagiu e atacou os carros policiais, além de intimidar e agredir os agentes, antes de lhes dar um ultimato para libertar o togolês. "Eles foram muito agressivos e ordenaram que deixássemos o homem", disse um policial envolvido na confusão.

Devido à gravidade das ameaças, a polícia ordenou que um guarda de segurança encontrasse a chave para destravar as algemas do requerente de refúgio. Este então fugiu do local. Embora cerca de 20 agentes e autoridades estivessem envolvidos no impasse, a polícia alemã alegou não ter tido tempo para pedir apoio adicional de outras forças policiais.

O incidente foi imediatamente aproveitado pelo líder regional do partido populista e nacionalista Alternativa para a Alemanha (AfD), Bernd Gögel, que descreveu o impasse como um caso no qual o Estado foi "chantageado".

Outros políticos exigiram que os responsáveis pelo ataque sejam encontrados e punidos, entre eles o porta-voz do Partido Verde no Parlamento de Baden-Württemberg, Uli Sckerl. "Ataques contra policiais são inaceitáveis", disse. "Num Estado constitucional, tal conduta precisa ter consequências criminais. Evidentemente frustração não é desculpa para se cometer um crime."

Elogios pela ação dos policiais

As ações dos policiais foram elogiadas por Bernhard Weber, vice-presidente do quartel-general da polícia de Aalen. Ele afirmou à agência alemã de notícias DPA que, embora o ataque justificasse uma resposta dura da polícia, os agentes no local "mantiveram a cabeça fria".

Um porta-voz da polícia alemã, Bernhard Köhn, disse à edição online da revista alemã Focus que os policiais "enfrentaram uma questão de proporcionalidade". "Um confronto violento com uma multidão tão grande, apenas para executar um mandado de deportação, não teria terminado bem", afirmou.

O diário alemão Die Welt publicou dados do governo que revelam que Baden-Württemberg tem o maior aumento de refugiados condenados por crimes que foram deportados diretamente da prisão no ano passado. Aproximadamente 488 prisioneiros no estado foram deportados depois de cumprir suas sentenças.

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