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Reno e Mosela

25 de setembro de 2010

No ponto onde os rios Reno e Mosela se encontram, numa região de casas de enxaimel e castelos românticos, a alta temporada de turismo se prolonga durante todo o ano, sobretudo em Koblenz.

Confluência entre dois grandes rios: bela vistaFoto: dpa

O estacionamento de ônibus em Koblenz geralmente já está cheio de manhã. Quando os rios Reno e Mosela reluzem ao sol, em dias de céu azul, no verão, o ilustre Imperador Guilherme I cumprimenta o visitante da cidade à distância, do alto de seus 37 metros.

Muitas vezes, apenas o ruído de uma obra em construção, a fim de reparar seus pés, incomoda a atmosfera idílica do lugar. Na alameda principal da cidade, um tocador de realejo recebe os turistas, que chegam pelos mais diversos meios de transporte: de barco, a pé, de ônibus. E vindos de todos os lugares do mundo.

Idílio renano e beleza do Mosela

"Somos chineses e estamos fazendo um tour pela Europa. Aqui à beira do Reno é tudo tão pacífico e bonito", dizem os membros de uma família de três pessoas. Logo adiante, em um dos vários barcos que circulam pelo rio, chega um grupo de turistas ingleses para iniciar um passeio pelos rios Reno e Mosela. "Já estivemos em Paris e na Holanda, agora queremos ir daqui para a Rota do Vinho e depois para a Floresta Negra", conta um turista israelense.

Aos pés do imperador

Do Deutsches Eck, uma língua de terra de onde se avista a confluência do Reno com o Mosela, a imagem dos dois rios é magnífica. Do lado esquerdo, fica um grande camping; à direita, onde só se chega de teleférico, está a imponente e enorme fortaleza Ehrenbreitstein.

Monumento: Guilherme IFoto: Jürgen Hube

O lugar, contudo, é literalmente coroado por uma estátua cujo significado poucos conhecem. O tocador de realejo conta que se lembra do monumento quando ainda não havia nada lá em cima. "O cavalo foi baleado no último dia de guerra, em 1945. E com o resto fizeram antigamente os cabos para os bondes. Diga-se de passagem, o monumento antigo era de cobre puro; o de hoje é só de bronze".

Briga pelo patrimônio histórico

O pedestal que havia restado no pós-guerra foi transformado em um memorial pela unificação alemã, algo que acabou perdendo o sentido depois da queda do Muro, em 1989. Mas quem teria pensado que, décadas mais tarde, em Koblenz, muito tempo depois da inglória derrocada do imperador, surgiria ali uma aliança de fiéis ao próprio?

Pois foi o que aconteceu: no início dos anos 1990, um grupo de pessoas encabeçado por um casal muito rico mobilizou-se em prol da reconstrução do cavaleiro imperial. O assunto, na época, gerou uma polêmica na cidade. A dona de uma banca de jornal local, por exemplo, diz que até hoje não consegue entender isso, já que, a seu ver, a lembrança do imperador não condiz com os tempos atuais.

Sua opinião, contudo, não é consensual na cidade. O tocador de realejo, por exemplo, acostumado a receber os turistas, conta que a estátua do imperador havia sido remodelada às custas de muito esforço e dinheiro. E tudo isso em vão, para depois não poder ser colocada em seu lugar por pressão do Partido Verde? "O processo durou anos! Quando o cavaleiro chegou, enfim, ao lugar onde deveria ficar, o homem que havia doado recursos para financiar o memorial já estava morto".

O pomo da discórdia foi se transformando em um verdadeiro ímã para turistas. O fato de o idílio do Reno e do Mosela ser perturbado no momento pelo ruído de obras em construção não parece incomodar os turistas. No momento, a cidade se prepara para a Bienal de Jardinagem e Paisagismo (Bundesgartenschau).

Turistas latino-americanos

É comum que as viagens de turistas estrangeiros à Europa terminem com uma volta pelo Reno e pelos castelos da região. Koblenz é o local onde as pessoas costumam descer dos barcos, para depois seguirem até Frankfurt, de onde pegam o avião de volta a seus países de origem. Sendo assim, o comércio de suvenires à beira do Reno é grande. Grande parte dos turistas deixa ali altas somas em dinheiro, uma média de 200 a 300 euros por visitante.

"Os turistas estrangeiros dos EUA, da América Latina, Austrália e Nova Zelândia conhecem, via de regra, apenas alguns estereótipos do país, como as calças tipicamente bávaras e o Castelo Neuschwanstein, também localizado na Baviera. É por isso que temos muita coisa sobre Neuschwanstein aqui na loja. Isso é o que mais se vende", conta a proprietária de uma banca de jornais local.

Autora: Cornelia Rabitz (sv)

Revisão: Simone Lopes

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