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Damasco disposto a debater saída de Assad

22 de agosto de 2012

Representante do governo sírio diz que renúncia do presidente Bashar al-Assad e uma nova eleição presidencial são assuntos que devem ser discutidos. EUA reagem com ceticismo e reiteram pressão.

Qadri Jamil, Syria's deputy prime minister for economic affairs, listens during a news conference in Moscow August 3, 2012. Syria is producing about 200,000 barrels per day of crude oil and has agreed to export it to Russia in return for gasoline and diesel in return, Jamil said on Friday. REUTERS/Maxim Shemetov (RUSSIA - Tags: POLITICS BUSINESS)
Syrisches Regime bittet Russland um wirtschaftliche Hilfe‎ Kadri Dschamil stellvertretender syrischer Ministerpräsident in MoskauFoto: Reuters

O vice-primeiro-ministro sírio, Qadri Jamil, disse nesta terça-feira (21/08), em Moscou, que o país está pronto para discutir o afastamento do presidente Bashar al-Assad.

Numa conferência de imprensa em Moscou, após reunião com o chefe da diplomacia russa, Serguei Lavrov, Jamil disse que "tornar a renúncia em si uma condição para um diálogo significa que nunca se será capaz de chegar a este diálogo".

Segundo fontes políticas, Jamil foi enviado a Moscou para discutir a possibilidade de um plano para eleição presidencial na Síria, em que todos os candidatos seriam autorizados a concorrer, incluindo Assad.

Porém o grupo de oposição exilado, o Conselho Nacional Sírio, diz que no planejamento de formação de um governo de transição, não se sabe ainda se figuras do regime atual poderão concorrer.

Tensões Oriente-Ocidente

A porta-voz do Departamento de Estado americano, Victoria Nuland, disse que leu os relatórios da conferência de imprensa do vice-primeiro-ministro e que não vê nada de novo. O Ocidente há algum tempo exige a saída de Assad, acusando-o de massacrar seu próprio povo numa revolta que começou pacificamente.

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, acusou o país árabe de possuir um arsenal de armas químicas. A Síria já admitido esse fato em julho, porém assegurando que poderia usá-lo em caso de "agressão externa", não contra seu próprio povo.

Dessa forma, Obama colocou o regime de Assad sob observação, declarando que, embora Washington ainda não tenha ordenado ação militar, se o arsenal for usado, considerar-se-á que a Síria "cruzou a linha vermelha".

As críticas não foram bem recebidas. Segundo a Rússia, o Ocidente não deve se intrometer nos assuntos ligados à Síria, e para o vice-primeiro-ministro sírio os comentários de Obama seriam simplesmente propaganda para as eleições nos Estados Unidos, que acontecem em novembro.

O chefe da diplomacia russa apontou que os esforços do regime sírio para pôr fim a 17 meses de violência no país são ainda insuficientes. Segundo a ONU, 17 mil pessoas morreram e centenas de milhares fugiram ou estão desabrigadas, na grave crise humanitária pela qual a Síria passa.

GMF/lusa/afp
Revisão: Augusto Valente

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