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Regime sírio não acredita mais em vitória sobre rebeldes

17 de dezembro de 2012

Vice-presidente declarou considerar formação governo de unidade nacional como única saída para crise que já dura 21 meses. Teerã, principal aliado de Assad na região, pede reforma constitucional e eleições na Síria.

Foto: AP

Cresce o isolamento do chefe de Estado sírio, Bashar al-Assad. O vice-presidente da Síria, Faruk al-Chara, abandonou em público a postura ostensivamente vitoriosa do regime, ao declarar que nem as tropas do governo nem os insurgentes "conseguirão resolver a batalha por meios militares".

A declaração foi divulgada nesta segunda-feira (17/12), numa entrevista ao jornal Al-Akhbar, publicado no Líbano. Segundo Al-Chara, a situação está cada vez pior. A oposição não pode afirmar ser a representante legítima do povo sírio, mas tampouco o partido governista Baath poderá impor uma mudança sem novos parceiros.

Deste modo, ele acredita que somente um "arranjo histórico" irá resolver o conflito: a formação de um governo na unidade nacional, naturalmente incluindo a oposição. Muçulmano sunita, o vice-presidente é o membro de mais alto escalão do governo sírio a se pronunciar publicamente nesse sentido.

Recuo do Irã

Anteriormente, o governo do Irã, principal aliado do presidente Bashar al-Assad na região, declarara-se a favor de uma reforma constitucional e eleições na Síria. Segundo a Press TV iraniana, o Ministério do Exterior em Teerã conclamou os insurgentes e Damasco a formarem um "Comitê Nacional de Reconciliação", com o fim de preparar a formação de um governo interino.

Vice-presidente Faruk al-Chara admite solução pacífica para conflitoFoto: picture-alliance/dpa

Este teria entre suas funções organizar tanto eleições parlamentares quanto uma assembleia constituinte. Teerã também instou os partidos em conflito a cessar os combates.

Independente de eventuais desdobramentos políticos ou diplomáticos, prosseguem na Síria os conflitos que já duram 21 meses. Pela primeira vez, as forças aéreas nacionais dispararam contra um campo de refugiados palestinos, no sul da capital, matando pelo menos oito pessoas.

Segundo o Observatório Sírio de Direitos Humanos, sediado em Londres, as forças aéreas atacaram outros bairros e subúrbios de Damasco. O presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmud Abbas, apelou à comunidade internacional para que proteja seus compatriotas na Síria.

AV/dpa,dapd,afp,rtr
Revisão: Marcio Damasceno

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