Regulamento impede que habitantes de regiões com alto índice de infecções se desloquem para munícios vizinhos. Mas autoridades alemãs têm enfrentado dificuldades para impor a regra.
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A partir desta segunda-feira (11/01) começaram a vigorar na Alemanha novas restrições que se somam às já existentes no lockdown rigoroso, em vigor no país desde 16 de dezembro. Além das pessoas que moram na mesma casa, os alemães só podem se encontrar com uma pessoa fora de seu domicílio.
Outra regra que foi determinada há uma semana em reunião entre a chanceler federal alemã, Angela Merkel, e os governadores dos estados alemães causou grande confusão: cidadãos residentes em distritos onde são registradas mais de 200 novas infecções pelo coronavírus por cada 100 mil habitantes em período de sete dias só podem deixar o distrito ou a cidade até um raio de 15 quilômetros, contados a partir da divisa. Quem, mesmo assim, deixar essas regiões com altas incidências indo além do raio de 15 quilômetros permitidos, terá que pagar multa.
Esse regulamento existe há algum tempo no estado da Saxônia; onda a multa é de 60 euros (400 reais). A restrição não se aplica a quem possa apresentar razões válidas para ultrapassar este raio. Algumas delas são, por exemplo, para trabalhar ou ao médico. Os passeios turísticos não estão incluídos entre elas.
A meta do regulamento é exatamente impedir tais viagens. Merkel deixou isso claro na semana passada. No início do ano, muitas pessoas partiram em excursões de um dia para áreas de esportes de inverno nos Alpes ou em outras regiões montanhosas. As imagens de estacionamentos lotados e multidões brincando nas encostas cheias de neve assustaram os políticos.
"Vocês sabem o que estava acontecendo em certas regiões quando nevou e quantos contatos foram feitos por lá. Isso deve ser evitado", disse Merkel. Quando questionada, ela também deixou claro que o raio começa nos limites da cidade, não no endereço residencial ou no centro da cidade. Ela citou Berlim como exemplo, afirmando não ser possível determinar para cada cidadão o quanto ele pode se mover na metrópole. Será que a chanceler atentou para o detalhe de que a regra já aplicada na Saxônia e baseia no endereço de cada cidadão?
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Responsabilidade dos estados
Como acontece com muitas outras decisões relativas ao coronavírus, os estados federais são novamente responsáveis pela implementação da norma sobre o raio. Em Brandemburgo, por exemplo, 12 distritos e três cidades já foram afetadas. Já no estado vizinho, Berlim, o governo local decidiu nesta terça-feira pela aplicação da regra. Em qualquer caso, haverá injustiças: mesmo que o valor da incidência na capital suba para mais de 200 (estava no início da semana em pouco mais de 190), os berlinenses podem se locomover facilmente em sua grande cidade e em muitas municipalidades da vizinha Brandemburgo. Por outro lado, os habitantes de distritos de Brandemburgo só podem visitar determinados bairros de Berlim.
Na Baviera, atualmente 28 distritos e cidades estão agora sob esta "coleira de 15 quilômetros", como alguns na mídia apelidaram a regra. Naquele estado, como disse Merkel, o que vale são os limites do município ou da cidade. Em muitos casos, no entanto, podem surgir situações que parecem absurdas: uma pessoa pode visitar outra em um local com alta incidência da doença – desde que a incidência na sua própria cidade seja inferior ao limite de 200. Já o contrário não é permitido: que esta pessoa receba uma visita daquela pessoa de uma localidade com alta incidência.
"Limitem os contatos sociais ao mínimo necessário"
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Polícia não dá conta
No entanto, a polícia e as agências reguladoras ficariam sobrecarregadas mesmo ao fiscalizarem o cumprimento da regra dos 15 quilômetros, mesmo de forma aleatória. O presidente do Sindicato da Polícia Alemã, Rainer Wendt, afirmou: "Com o aumento da regulamentação, a densidade dos controles diminui, porque a polícia não tem capacidade de crescer indefinidamente".
Na Baviera, isso deu a alguns políticos ideias ousadas, como o presidente do Conselho Municipal da Baviera, Uwe Brandl, que sugeriu o uso dos dados de telefones celulares para verificar o raio em que os cidadãos se movem. A sugestão de Brandl provocou protestos de especialistas em proteção de dados pessoais.
Em qualquer caso, a Baviera – ainda mais afetada pela pandemia do que muitos outros estados alemães – quer aplicar estritamente a nova regra. Os que a violarem enfrentam uma pesada multa de 500 euros. O secretário do Interior da Baviera, Joachim Herrmann, anunciou controles mais rígidos, por exemplo na Floresta da Baviera: "Todos aqueles que não respeitarem as regras devem esperar sanções severas e multas pesadas", disse.
Na Renânia do Norte-Vestfália, o estado mais populoso da Alemanha, a regra dos 15 quilômetros nem mesmo foi incluída na legislação estadual. A decisão sobre sua aplicação cabe aos municípios. No entanto, eles hesitam em introduzir esta regra. Isso se aplica, por exemplo, ao distrito de Höxter. Embora o estado seja líder em infecções por coronavírus, a "coleira" não é aplicada em Höxter.
No sul da Alemanha, o estado de Baden-Württemberg decidiu não aplicar a regra.
Por mais irritados que muitos alemães estejam com a nova regulamentação, muitos outros países europeus são ou foram muito mais rígidos. Na França, por exemplo, durante a primeira onda da pandemia, no primeiro semestre do ano passado, passear ou praticar esportes só era possível em um raio muito limitado: no máximo uma hora por dia dentro de um raio de um quilômetro da residência.
Celebridades e políticos que testaram positivo para covid-19
Várias estrelas de cinema contraíram o coronavírus. A doença varreu a elite política global e afetou também os melhores atletas.
Foto: Joshua Roberts/Reuters
Emmanuel Macron
O presidente da França foi diagnosticado com o coronavírus dias depois de uma cúpula dos líderes da União Europeia, o que levou várias autoridades do bloco a adotarem o isolamento. Nos dias que antecederam o resultado, ele se reuniu também com lideranças políticas da França e membros de seu gabinete. Seus assessores disseram que ele mantém estilo de vida saudável e se exercita regularmente.
Foto: Lewis Joly/AP Photo/picture alliance
Donald Trump
Após menosprezar a doença durante meses, o presidente dos Estados Unidos confirmou que ele e a primeira-dama, Melania Trump, estavam infectados com o coronavírus em plena reta final de sua campanha à reeleição. Trump raramente aparecia em público usando máscaras de proteção e ignorou em diversas ocasiões os alertas das autoridades de saúde.
Foto: picture-alliance/CNP/A. Drago
Andrzej Duda
O presidente da Polônia, Andrzej Duda, testou positivo para o coronavírus, anunciou um porta-voz no dia 24 de outubro. Dias antes, ele esteve em um fórum de investimento na Estônia, onde se encontrou com o presidente búlgaro, Rumen Radev, que entrou em isolamento profilático depois de ter contato com alguém infectado em seu país de origem. No entanto, não foi confirmado como Duda se contaminou.
Foto: Photoshot/picture-alliance
Andrea Bocelli
O tenor italiano Andrea Bocelli testou positivo para o novo coronavírus em março. Ele relatou que teve apenas febre leve, e no mês seguinte, já fez uma apresentação na Catedral de Milão, vazia devido às regras de restrição.
Foto: Getty Images/S.Legato
Robert Pattinson
O ator, de 34 anos, mais conhecido por estrelar como o vampiro Edward Cullen na saga cinematográfica "Twilight", testou positivo para covid-19, obrigando a produção de "The Batman" a uma pausa apenas três dias depois de ter retomado trabalhos. Pattinson, que também foi Cedric Diggory na adaptação cinematográfica de "Harry Potter e o cálice de fogo", sucede Ben Affleck como o Homem Morcego.
Foto: picture-alliance/dpa/Sputnik/E. Chesnokova
Dwayne 'The Rock' Johnson
O lutador que virou estrela de cinema se tornou uma das mais recentes celebridades a contraírem covid-19. Em um vídeo no Instagram, Johnson revelou que ele, sua esposa e duas filhas testaram positivo — acrescentando que ele teve "uma experiência difícil" com os sintomas. Ele também pediu às pessoas que parem de "politizar" a pandemia e "usem máscara".
Foto: picture-alliance/AP Photo/R. Shotwell
Neymar
O craque brasileiro é um dos três jogadores do PSG a contraírem o vírus, informou a agência de notícias AFP em 2 de setembro. Acredita-se que o surto no clube esteja relacionado a uma viagem de férias que o time fez à ilha espanhola de Ibiza. Posteriormente, Neymar postou uma foto no Instagram com seu filho, que também supostamente testou positivo: "Obrigado pelas mensagens. Estamos todos bem".
Foto: Getty Images/AFP/D. Ramos
Silvio Berlusconi
O ex-premiê italiano de 83 anos testou positivo para o vírus e estaria assintomático, segundo anúncio de seu médico em 2 de setembro. Dois dos filhos de Berlusconi e sua namorada de 30 anos também testaram positivo. O ex-premiê testou positivo depois de passar férias na costa da Sardenha, onde os ricos e famosos da Itália costumam desdenhar das políticas de restrição.
Foto: picture-alliance/dpa/D. Vojinovic
Usain Bolt
A lenda do atletismo Usain Bolt testou positivo poucos dias depois de realizar uma festa para comemorar seu 34º aniversário no final de agosto. O detentor do recorde para os 100 e 200 metros rasos disse que entrou em quarentena, mas que não estava exibindo sintomas. Vídeos da festa de aniversário ao ar livre de Bolt mostraram convidados sem máscaras durante a celebração.
Foto: Reuters/M. Childs
Antonio Banderas
O ator espanhol teve uma surpresa indesejável em seu 60º aniversário em meados de agosto, depois de um teste positivo para o coronavírus. Banderas disse que passou seu aniversário isolado e que estava "mais cansado do que de costume", mas "esperando se recuperar o mais rápido possível".
Foto: picture-alliance/Captital Pictures
Jair Bolsonaro
O presidente brasileiro, que repetidamente minimizou a gravidade da pandemia, contraiu o vírus em julho. Ele foi criticado por ignorar as medidas de segurança recomendadas por especialistas em saúde antes e depois de seu diagnóstico, incluindo apertar as mãos e abraçar apoiadores na multidão. Sua mulher, Michelle, e os filhos Jair Renan e Flávio também testaram positivo.
Foto: picture-alliance/dpa/E. Peres
Tom Hanks
O ator Tom Hanks e sua mulher, a atriz e cantora Rita Wilson, foram algumas das primeiras celebridades a anunciar que contraíram o vírus. O casal testou positivo para a covid-19 em meados de março, quando estava na Austrália. Depois de se recuperar e retornar aos Estados Unidos, Hanks defendeu que as pessoas façam sua parte para retardar a propagação da doença.
Foto: picture-alliance/AP/Invision/J. Strauss
Sophie Gregoire Trudeau
Sophie Gregoire Trudeau, mulher do primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, testou positivo para coronavírus depois de retornar do Reino Unido em meados de março. O marido dela anunciou ter se isolado na residência oficial, mesmo sem apresentar sintomas da enfermidade.
Foto: Reuters/P. Doyle
Boris Johnson
No final de março, o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, contraiu o coronavírus que o levou ao hospital por vários dias. Johnson passou uma semana em um hospital em Londres e três noites na UTI, onde recebeu oxigênio e foi observado 24 horas por dia. Ele teve alta em meados de abril, e os funcionários do hospital receberam o crédito de ter salvado sua vida.
Foto: picture-alliance/AP Photo/S. Dawson
Ambrose Dlamini
O primeiro-ministro de Essuatíni (antiga Suazilândia), Ambrose Dlamini, contraiu o coronavírus e morreu em decorrência da covid-19, em dezembro de 2020. Ele tinha 52 anos e chegou a ser internado em um hospital da África do Sul, mas não resistiu.
Foto: RODGER BOSCH/AFP
Hamilton Mourão
O vice-presidente, Hamilton Mourão, anunciou no final de dezembro de 2020 que havia testado positivo para a covid-19. Ele ficou 12 dias em isolamento no Palácio do Jaburu, em Brasília. Antes de receber o diagnóstico, o vice-presidente teve dor no corpo, dor de cabeça e febre que não passou de 38 graus. Em março de 2021, ele recebeu a primeira dose da Coronavac.
Foto: Sergio Lima/AFP
Larry King
O lendário apresentador de TV americano Larry King morreu em janeiro de 2021, em decorrência da covid-19. Ele tinha 87 anos e comandava um tradicional programa de entrevistas na CNN há mais de duas décadas.
Foto: Radovan Stoklasa/REUTERS
Alberto Fernández
O presidente da Argentina, Alberto Fernández, de 62 anos, anunciou no começo de abril de 2021 que contraiu o coronavírus. Segundo a Unidade Médica Presidencial, ele não teve sintomas, graças à imunização pela vacina russa Sputnik V, recebida dois meses antes.